terça-feira, 26 de abril de 2011

Dia 112 – Créditos de Ontem

Pois é, finalmente descobri o autor da lista que eu publiquei ontem. Nada como jogar a pergunta na rede, não é? O nome dele é Wayne W. Dyer, e é escritor de livros de auto-desenvolvimento. Só achei os textos originais, então preciso avisar: meu inglês é péssimo, precisei da ajuda do Google translator e ainda peguei apenas trechos que resumiam a idéia central. Então, se vocês quiserem mais, já sabem: Google nele!

Sete Passos para Ultrapassar o Jugo do Ego (Wayne W. Dyer)

Aqui estão sete sugestões para ajudá-lo a transcender idéias arraigadas acerca da auto-estima. Todas elas são concebidas para ajudá-lo a impedir que se identifique falsamente com o auto-importante ego.

Pare de se sentir ofendido

O comportamento dos outros não é algo para ser combatido. O que o ofende só o torna mais fraco. Se estiver à procura de ocasiões para se sentir ofendido, irá descobri-las por todos os lados. Trata-se do seu ego funcionando para convencê-lo de que o mundo não deveria ser como é. Por todos os meios, aja no sentido de erradicar os horrores do mundo que emanam da identificação massiva com o ego, mas fique em paz. Sentir-se ofendido cria a mesma energia destrutiva que o ofendeu em primeiro lugar e leva-o ao ataque, ao contra-ataque e à guerra.

Deixe ir a sua necessidade de vencer

O ego adora dividir-nos em vencedores e perdedores. O objetivo de ganhar é um meio infalível para evitar que a consciência entre em contato com a intuição. Por quê? Porque, em última instância, é impossível ganhar sempre. Alguém por aí vai ser mais rápido, ter mais sorte, ser mais jovem, mais forte e mais esperto e você vai voltar a sentir-se inútil e insignificante. Você não é os seus ganhos ou as suas vitórias. Pode gostar de competir e de se divertir num mundo em que vencer é tudo, mas não tem que estar lá nos seus pensamentos. Tudo o que você pode dizer é que, num dado dia, chegou a um determinado nível em comparação com os níveis dos outros, nesse mesmo dia. Mas hoje é outro dia, com outros competidores e novas circunstâncias para considerar. Deixe ir a necessidade de ganhar ao não concordar que o oposto de ganhar seja perder. Seja o observador, reparando e desfrutando de tudo sem a necessidade de ganhar um troféu.

Deixe ir a sua necessidade de ter razão

O ego é a fonte de imensos conflitos e dissensões porque o empurra na direção de fazer dos outros errados. Quando você é hostil, desconectou-se do poder da intuição. Deixar ir a sua necessidade de estar certo nas suas discussões e relações é como dizer ao ego ‘Eu não sou um escravo seu’. Mas tenha em mente que o ego é um combatente determinado. Já vi pessoas terminarem relações, de outro modo bonitas, por aderirem à sua necessidade de estarem certas. Eu incito-o a deixar ir esta necessidade condutora do ego de ter razão parando você mesmo no meio de uma discussão e perguntando-se ‘Quero ter razão ou quero ser feliz?’.

Deixe ir a sua necessidade de ser superior

A verdadeira nobreza não tem a ver com ser melhor do que ninguém. Tem a ver com ser melhor do que você costumava ser. Fique centrado no seu crescimento, com uma consciência constante de que ninguém que está no planeta é melhor do que ninguém. Não avalie os outros com base na sua aparência, realizações, posses e outros indícios do ego. Quando você projeta sentimentos de superioridade é o que recebe de volta, levando a ressentimentos e, afinal de contas a sentimentos hostis. A necessidade é estabelecida por um defeito visto no outro, e mantida por procurar e manter claro todas as faltas que possa perceber.

Deixe ir a sua necessidade de ter mais

O mantra do ego é mais. Nunca está satisfeito. Não importa o quanto você realize ou adquira, o seu ego vai insistir que não é suficiente. Vai encontrar-se num estado perpétuo de esforço e eliminar qualquer possibilidade de alguma vez chegar lá. No entanto, na realidade você já chegou e como escolhe usar este momento presente da sua vida é sua escolha. Desde que esteja desapegado da necessidade, vai achar mais fácil transmiti-lo aos outros porque percebe como precisa de pouco para estar satisfeito e em paz.

Deixe de se identificar com base nas suas realizações

Este pode ser um conceito difícil se você pensar que é as suas realizações. Posso ouvir o seu ego protestando em voz alta. Não obstante, permaneça sintonizado com esta idéia. Note tudo isso e esteja grato pelas capacidades que tem acumulado. Quanto menos precisar ter os créditos pelas suas realizações mais você é livre para realizar e mais lhe será mostrado.

Deixe ir a sua reputação

A sua reputação não está localizada em você. Ela reside na mente dos outros. Portanto, você não tem controlo sobre ela de todo. Se você falar com 30 pessoas, terá 30 reputações. Se estiver excessivamente preocupado com a forma como vai ser apreendido por todos, então deixou que as opiniões dos outros o orientassem. Trata-se do seu ego funcionando.


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segunda-feira, 25 de abril de 2011

Dia 111 – Sete Passos para Ultrapassar o Jugo do Ego

Faz algum tempo recebi de uma amiga no Facebook uma citação linda de 7 passos para se libertar do domínio do seu Ego. Escrevi alguns rascunhos sobre isso, mas não cheguei a publicar porque não achei o autor dessa listinha (se alguém souber me avise por comentários que eu terei o maior prazer de publicar!).

Já conversamos bastante aqui no blog sobre a situação desesperadora que pode chegar uma mulher quando ela permite que sua alma seja completamente dominada pelo seu Ego. Compartilhei o conto Pele de Foca, Pele de Alma (http://tinyurl.com/3sbd6pk) e também publiquei o post Dia 66 – Ego X Alma (http://tinyurl.com/3rzlcts).

Mas o que eu achei mais bacana dessa lista de passos é que eles resumem os 7 maiores obstáculos que temos na vida para reencontrar a nossa essência. Vivemos num ambiente social extremamente integrado e estamos habituados a usar diversas máscaras para interagir com as outras pessoas. Quando construímos nossos planos de vida em cima de uma imagem que consideramos perfeita e levamos em conta demais o que os outros pensam dessa imagem que idealizamos, estamos a um passo de nos perder nesse jogo de forças. Então, decidi compartilhar com vocês esses passos de extrema sabedoria:

Sete Passos para Ultrapassar o Jugo do Ego:
1. Pare de se sentir ofendido
2. Deixe ir a sua necessidade de vencer
3. Deixe ir a sua necessidade de ter razão
4. Deixe ir a sua necessidade de ser superior
5. Deixe ir a sua necessidade de ter mais
6. Deixe de se identificar com base nas suas realizações
7. Deixe ir a sua reputação

1. Pare de se sentir ofendido

Eu tenho o péssimo hábito de me sentir ofendida com praticamente tudo o que dizem a meu respeito. Isso é tão sério, mas tão sério, que consigo inclusive ficar ofendida quando falam algo a respeito de outra pessoa que não sou eu. Costumo levar as coisas sempre pro lado pessoal, e sempre acho que quando alguém compartilha uma opinião que discordo, está fazendo isso propositalmente para me atingir. Isso mesmo Vero, e o mundo gira ao seu redor não é mesmo?

2. Deixe ir a sua necessidade de vencer

Esse vencer pode assumir a forma de uma dezena de coisas diferentes. Eu vivo tendo essa conversa com meu namorado. Ele é um cara muito trabalhador, e já se sacrificou bastante na vida, mas nunca nada veio fácil para ele. Mesmo com o maior dos esforços os resultados eram sempre absurdamente pequenos. Com o tempo ele começou a ficar com raiva das pessoas que considerava menos competentes, focadas ou trabalhadoras do que ele, mas que tinham resultados incríveis na vida sem fazer grande esforço. Eu vivo dizendo para meu namorado que a gente tem que fazer o melhor com o que a gente tem. E ficar satisfeito com o trabalho bem feito.

3. Deixe ir a sua necessidade de ter razão

É melhor ser feliz do que ter razão, vive repetindo um amigo meu que acha que eu tenho uma tendência adolescente de comprar brigas. Ele tem razão, eu sei. Mas quando vejo eu já estou lá, novamente tentando provar que quem está certa sou eu!

4. Deixe ir a sua necessidade de ser superior

Ter o melhor parceiro, o melhor emprego, o melhor salário, as melhores roupas. Querer o melhor corpo, o melhor cabelo, a melhor pele. Ser mais inteligente, mais bonita, mais desejada. Ter mais amigos, mais sexo, mais dinheiro. Fazer mais viagens, ir a mais festas, conhecer mais gente. Trabalhar mais, se divertir mais, sair mais. Do que quem? Do que os outros, lógico. Já dizia minha mãe que se uma mulher caísse numa ilha deserta deixava de se depilar para todo o sempre. De fato!

5. Deixe ir a sua necessidade de ter mais

Ter mais do que se tem hoje. Passo duvidoso. Sempre queira ter mais encanto, mais brilho na sua vida do que tem hoje. Tente sim ter mais experiências, se satisfazer mais, ter mais prazer. Todas essas coisas intangíveis e imateriais são sempre bem vindas. Mas quanto as coisas materiais, sabemos exatamente o que de fato precisamos ter, e o que é absolutamente supérfluo.

6. Deixe de se identificar com base nas suas realizações

Outro pecado capital da Vero. Quando minha auto-estima cai a primeira coisa que penso é: ‘Você não realizou nada na sua vida!’. E claro, esse realizar é sempre em termos de carreira e dinheiro. São nossos valores e nossa história quem nos identifica Vero, repita isso como um mantra.

7. Deixe ir a sua reputação

Porque não precisamos viver de imagem, embora o mundo tente nos convencer do contrário. Quem pensa qualquer coisa a seu respeito que não for amorosa não é bem vindo na sua vida. Ponto.


Lição do Dia: Repetir como um mantra. Sempre. Para sempre.


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sábado, 23 de abril de 2011

Dia 110 – Um ginecologista para chamar de meu!

Ginecologista é uma especialização meio bizarra! Eu até entendo a escolha de muitos profissionais por essa área para terem a chance de acompanhar o ‘milagre da vida’. Mas depois de anos fazendo consultas com esses especialistas descobri que a grande maioria deles não tem a menor vocação para cuidar da saúde de mulheres. E me desculpem se eu quero me consultar com um médico que tenha escolhido a carreira por amor.

Confesso que não sou uma paciente fácil. Não mesmo! Sou do tipo que faço mil pesquisas antes de ir ao médico, procuro por artigos, leio blogs de especialistas, participo de fóruns. Converso com muitas mulheres sobre o assunto, para entender como elas têm experiências tão diversas com os mesmo diagnósticos e tratamentos. Sou muito apaixonada pelas minhas idéias e opiniões, e não permito que um médico me convença das opiniões dele, até que me mostre provas científicas do que está falando. Sei que muitas pessoas consideram os diagnósticos médicos absolutos, neutros e isentos de opiniões pessoais. Mas sim eu sou chata. E procuro no mínimo três especialistas antes de tomar qualquer decisão.

Assim sendo, tenho mais experiências negativas do que positivas nas minhas idas ao ginecologista. A ponto de querer morrer quando chega a hora de fazer um check up. Mas, é a vida! Também não gosto de alguns colegas de trabalho, e aqui estou eu!

A primeira vez que fui ao ginecologista tinha 14 anos. Diante da minha recusa de ir ao mesmo médico que minha mãe, ela procurou indicações e acabou me levando até uma médica que era irmã da sua chefe. Primeira experiência traumática. A mulher me tratou como se eu fosse uma imbecil. Sabem o lance de ‘pegue o espelho e vamos se conhecer melhor?’. Querida, eu tive educação sexual da escola desde os 10 anos de idade! Aos 14 eu já era uma expert em anatomia feminina. Acho que a doutora em questão era especializada em adolescentes, pois fez todo aquele papo de levantar minha auto-estima: ‘seus seios pequenos são seu charme!’. Ahã. Ela tanto me convenceu disso que coloquei próteses alguns anos mais tarde. Revoltada com o papo dela, nunca mais voltei!

Na segunda vez, fui numa médica escolhida aleatoriamente no livrinho do convênio. Ela me atendeu em 20 minutos, mal olhou nos meus olhos e já me mandou tirar a roupa. Ficou revoltada quando soube que eu era sexualmente ativa e me recusava a usar anticoncepcional. ‘Qual é o problema de usar camisinha?’ eu pensava. Descobri depois que muitos médicos não acreditam que você realmente usa camisinha como se deve. Mas eu sempre fui da política de transar com cada cara como se ele fosse soro positivo. Sou neurótica com isso! Nunca me descuidei, e achava muito cedo para começar a tomar hormônios.

Minha menstruação sempre foi das mais difíceis. Eu sofria demais, tinha que faltar no trabalho, chegava a vomitar de dor. Contei para a médica tudo que eu sentia e ela me passou um antiinflamatório fortíssimo para aliviar as dores. Perguntei se havia alguma forma mais saudável e eficaz de lidar com meu ciclo, no que ela me responde que ‘você é mulher, faz parte!’. Diante da grosseria e insistência da médica, nunca mais voltei.

Me casei, e meu marido descobriu tempos mais tarde que era ‘praticamente infértil’. Essa história de ‘praticamente’ não rola comigo. Usamos camisinha durante todo o casamento por imposição minha. O tempo passou e eu havia desistido de freqüentar consultórios de ginecologistas. Na época eu tinha uma médica clínica geral incrível, e eu fazia todos os exames periódicos por ela. Foi ela que me passou remédios naturais para aliviar o fluxo, descobriu que minha menstruação era fortíssima porque eu tinha um ovário policístico, e me ensinou que casada ou não, eu deveria fazer um exame de sangue para todas as DSTs de seis em seis meses. Eu e meu marido levamos isso muito a sério, de 6 em 6 meses eu fazia meu check up completo e ele ia doar sangue.

Enquanto isso minha menstruação estava ficando cada vez pior. Mais longa, mais intensa, mais dolorida. E o ritmo de vida cada vez mais acelerado. Comecei a pesquisar artigos sobre manipulação de ciclo menstrual. Descobri que muitos médicos aconselham mulheres a deixar de menstruar. Soube que muitos anticoncepcionais fazem você ter uma menstruação falsa. Li sobre implantes subcutâneos, sobre diferentes tipos de DIU, sobre injeção de hormônios, bem, fiz a minha lição de casa! Quando tomei a decisão de que iria bloquear meu ciclo, fui procurar mais um ginecologista.

Foi quando pela primeira vez tive uma médica extraordinária! Mulher moderna e super novinha, com seu consultório chiquérrimo na Av. Paulista, me disse que esse papo de que ‘faz parte da vida mulher sangrar’ é babaquice machista da época medieval. Disse que eu já tomava o antiinflamatório há muito tempo, e que isso iria me trazer sérios problemas colaterais (de fato trouxe). Foi ela quem virou para mim e disse: ‘vamos colocar o DIU de hormônio? Você vai ficar 5 anos sem menstruar! Depois desses 5 anos, fazemos um check up, e colocamos mais um!’. Me apaixonei por ela! Fiz todos os exames necessários, mas por motivos financeiros tive que cancelar o meu convênio e não pude mais voltar.

Meses depois: novo médico! Ele era do tipo machão e dizia que não colocaria o DIU numa mulher que não teve filhos. ‘Por quê?’, eu perguntei. Ele não me respondeu. Disse apenas que era muito invasivo e que se eu queria parar de menstruar havia outras formas. Comecei a tomar todos os dias um comprimido de uma cartela de hormônios especial para impedir a menstruação. Isso foi há anos atrás, tomo desde aquela época e não menstruo há muito tempo. Sempre penso que, assim que eu terminar de pagar as minhas dívidas eu junto uma graninha e coloco o caríssimo DIU!

Semana passada fui novamente passar por um check up do meu novo convênio. Surpresa: o médico escolhido era um senhor muito das antigas e... adventista! Nada contra a religião dele, mas eu tive muito medo que ele levasse suas opiniões morais para dentro do consultório. E levou.

Grosso até dizer chega, olhou torto para meu histórico médico, para as minhas tatuagens, para o meu silicone. Deixou bem claro o quanto achava um absurdo uma mulher ‘resolver ir contra a natureza e parar de menstruar’. Quando falei que estava juntando dinheiro para colocar o DIU, ele surtou! Disse que era um absurdo, que eu só deveria pensar nisso quando eu já tivesse casada e com 15 filhos. ‘Hey querido! Graças a deus eu não tenho filhos! E deus me livre de casar de novo!’, ok nesse ponto, a adolescente descontrolada que vive dentro de mim tomou conta da situação.

E foi aí que ele começou a me contar histórias de terror: mulheres que colocaram, tiveram deslocamento, infecções, ficaram inférteis e até morreram! Eu só dava risada... É a mesma coisas que médicos machistas dizem sobre as mulheres terem uma vida sexual libertária (você vai pegar uma doença, ficar cheia de bolhas e... morrer!). É o mesmo que dizem quando você conta que vai fazer uma tatuagem (seu braço vai cair, você vai pegar hepatite e... morrer!). Essa é a forma que esses médico têm de fazer você se comportar da forma que eles consideram correta. Na minha opinião esses médicos deveriam ter sua licença cassada!

Na hora de pedir os exames eu descobri que ele não havia me pedido nenhum exame de sangue. ‘Eu gostaria de exames de sangue’, pedi educada. Ele bufou e prescreveu. ‘O que você está me pedindo?’, insisti. Ele bufou novamente e disse que pedia hemograma completo, colesterol e glicose. ‘Você não vai me pedir nenhuma DST?’. Nesse momento ele largou a caneta na mesa e arregalo os olhos: ‘Por quê?’. ‘Porque eu não confio nem na minha própria sombra!’, respondi divertida. Ele prescreveu. Novamente perguntei o que ele havia pedido. Resposta: HIV e Hepatites. ‘Ah claro, porque é impossível que eu tenha sífilis não é mesmo?’, já chutando o pau da barraca. Ele pegou a caneta e escreveu duas páginas inteiras de exames, provavelmente pediu todas as DSTs já descobertas pela humanidade! ‘Satisfeita?’. Sim.

Sai de lá e fiz todos os exames. Levei os resultados para uma clínica geral. Tudo está absolutamente normal, e meus exames deram todos negativos. Ela olhou tudo muito satisfeita e ainda perguntou ‘Vamos colocar o DIU?’.

E o ginecologista religioso? Nunca mais voltei.


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terça-feira, 5 de abril de 2011

Dia 109 – Future Me

Hoje eu gostaria de indicar para vocês um site que mudou completamente a minha perspectiva de vida: http://www.futureme.org/ . Muitas vezes passamos horas e horas lendo blogs e sites na internet para saber a respeito das experiências dos outros, se identificar com elas e se espelhar nelas. Só que de uns anos para cá eu descobri a coisa mais poderosa do mundo para a minha transformação: as minhas próprias experiências.

Quando usamos nossos olhos de hoje para lembrar do nosso passado normalmente usamos filtros que borram e distorcem nossas experiências. Algo que era muito bacana e inspirador de repente foi ofuscado por uma mágoa. Um sonho pode ter sido afogado no meio da rotina. Paixões intensas podem ter ficado esquecidas na linha do tempo. Ou uma experiência muito, mas muito dolorida, pode ser lembrada apenas como uma leve tristeza.

Como boa canceriana, sou absolutamente envolvida pelas minhas lembranças. Só que sei o poder que o tempo tem de deixá-las diferentes do que eram no original e assim posso perder as melhores lições da vida que foram perdidas no dia-a-dia. Foi quando eu descobri esse site incrível que permite que você escreva um e-mail para você mesma do futuro. De 6 meses a 30 anos, você escolhe a data que vai querer receber sua carta! Você precisa antes de tudo fazer um log in no site (coisa super simples, mesmo sendo em inglês) e relaxe: eles NUNCA me mandaram nenhuma propaganda. Depois disso você seleciona o e-mail que vai querer receber as cartas, e para ficar tranqüila: você pode alterar sua conta cada vez que mudar o seu e-mail pessoal.

Escreva sobre o que quiser. Se estiver passando por um momento meio dark, desabafe! Se estiver passando por uma grande alegria, compartilhe! Escreva sobre suas ambições: como acha que você estará quando receber a carta? O que acha que você do futuro gostaria de receber de você do passado?

Já enviei mais de dezenas de cartas. Só recebi até agora 3 delas. A gente acha que sempre vai lembrar do que escreveu, mas não, não vai. Você vai ficar ansiosa nas primeiras semanas, mas depois de meses e de anos vai esquecer absolutamente. É emocionante um dia você abrir o seu e-mail e ver o título ”A Vero do passado escreveu para você!”.

Já chorei lendo relatos meus de épocas muitos, mas muito feias que vivi. E fiquei muito feliz de ver que aqui estou eu hoje: inteira! Foi divertido me ver babando apaixonada por alguém que, no final das contas, nem me marcou tanto assim. Foi intenso me ver nas famosas encruzilhadas da vida, ver as dúvidas que tinha, os caminhos possíveis, e assim enxergar que o que eu estou vivendo hoje foi fruto de dezenas de pequenas decisões tomadas muito tempo atrás.

Quando você terminar de escrever pode optar por deixar essa carta pública no diretório do site, ou deixá-la privada apenas para você. As minhas sempre foram privadas, porque falo muito de mim e coloco todos os nomes que eu bem entender. Mas vale a dica também de passar um tempinho passeando pelas cartas públicas do site. São incríveis!

Já escrevi cartas para muitos aniversários meus, outras para datas não tão importantes. Sempre quando a minha vida dá uma guinada, para o bem ou para o mal, não perco a oportunidade de marcar o momento pro futuro. Depois de receber as primeiras cartas vocês vão ver que as coisas boas e ruins, os altos e os baixos da vida, não são tão absolutos assim!

É uma lição de vida!

Indico para todos vocês separarem uma hora da sua vida, gastarem 5 minutos do seu tempo para o cadastro, e jogarem no mar uma carta numa garrafa... Sabendo que um dia ela voltará para as suas mãos!

“Dear Future Me...”


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segunda-feira, 4 de abril de 2011

Dia 108 – Assassinando a segunda-feira

Além das paixões compartilhadas pelo mundo, temos também os ódios compartilhados. Não importa em que país você esteja, todos sentem o ódio inato pelas segundas-feiras: o retorno ao trabalho depois de um tempo de descanso.

No último um ano eu me reuni com alguns amigos para pedir conselhos de como matar o mau-humor que me acomete em dias específicos da semana. Mas eles não conseguiram me ajudar porque sentiam exatamente a mesma coisa! Então começamos a conversar sobre quais dias temos nossos piores maus-humores. O domingo a tarde ganhou com larga distância: o final de semana acabou, daqui a pouco você vai ter que voltar para a rotina de novo, e na cidade de São Paulo as famosas baladinhas de começo de noite de domingo são uma excessivo gasto de energia e de dinheiro.

Resolvemos então nos encontrar todos os domingos depois do almoço. Faça chuva ou faça sol, seja feriado ou não, tendo almoço com a família ou não. Isso iluminou a minha semana! Os domingos agora são esperados! Sonho durante a semana com o famoso café domingueiro com os amigos, todos em volta de uma mesa, comendo porcarias e rindo da vida. Quando nos recolhemos por volta das 22hs às nossas casas, estamos energizados para mais uma semana!

A segunda colocada na nossa votação foi a famosa segunda-feira! Para reverter o mau humor crônico do primeiro dia útil da semana, tive que mexer na minha rotina: passei a dormir sempre na casa do namorado de domingo para segunda e remarquei a terapia para as segundas depois do trabalho. O dia caba sendo mais corrido! Mas também é muito mais prazeroso e produtivo!

A terceira coloca na nossa votação foi a sexta-feira a noite. A maior parte dos meus amigos mais próximos estão comprometidos, o que atrapalha bastante a curtição da noite paulistana. Outros trabalham sábado o dia inteiro, como eu, e é inviável terminar a noite bêbados numa pista de dança. Resolvemos então fechar um programinha só nosso tradicional das sextas à noite: cada semana alguém se habilita a receber os amigos em casa para uma pizzada e muita coca-cola. Vou trabalhar no sábado feliz e contente, e reclamo muito menos de não conseguir curtir a vida.

Tive vontade de falar sobre isso quando uma amiga escreveu hoje de manhã numa rede social: “Assassinei a segunda-feira: passei a manhã jogando conversa fora rodeada de boas companhias!”. Achei fabuloso!

Se eu conseguisse assassinar todas as situações que me trazem um ódio pela vida lá do âmago do meu ser, eu seria uma pessoa muito mais feliz! Então chamo todas vocês para ir assassinando todos esses gatilhos automáticos de mau-humor: consultas médicas, idas ao banco, dentistas, dias de chuva, céu nublado, trânsito, reuniões de trabalho.

Estimule a sua criatividade para não ser mais vítima desse mal que acomete a humanidade: os maus-humores genéticos da espécie!


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