sábado, 4 de dezembro de 2010

Dia 69 – Para descobrir o que queremos

Capítulo 9 – A volta ao lar: O retorno ao próprio Self

Conto: Pele de Foca, Pele da Alma
(Link para a história completa no menu à direita)

Ouvindo o chamado da Mais Velha

Exercício do dia! Pense num momento da sua vida e complete a frase: ‘E se eu tivesse...’.

Eu brinco que esses momentos decisivos são as encruzilhadas do nosso caminho. Na grande maioria das vezes, quando estamos diante de uma encruzilhada nós temos duas opções à nossa frente. Opção 1: continuar no caminho conhecido que atravessa um campo aberto e seguro, mas que sabemos muito bem aonde vai nos levar e não é para onde queremos ir. Opção 2: pegar a outra saída, uma caminho tortuoso que nos leva para dentro de uma floresta escura, que não temos a menor idéia da onde vai dar.

Se vocês fizeram o exercício, provavelmente notaram que as vezes que pegaram o caminho desconhecido, vocês abriram mão do que era confortável e seguro e se jogaram numa nova aventura. Provavelmente sentiram muito medo quando escolheram o caminho escuro, tinham muitas dúvidas, mas algo dentro de vocês dizia ‘Não posso mais continuar nesse caminho, vou ter que escolher correr os riscos’.

Mulheres que após anos numa profissão resolveram começar do zero uma nova carreira optaram pelo caminho desconhecido. Mulheres que abandonaram um casamento infeliz tomaram o caminho escuro. Mulheres que resolveram mudar de cidade, de país, escolheram correr os riscos. Mulheres que mudaram de religião, que cortaram laços com a família, que resolveram se transformar: todas elas optaram pelo caminho desconhecido.

Muitas vezes não conseguimos sair do definhamento, porque não sabemos para onde ir. ‘Ok, aqui está bem ruim, mas porque eu trocaria o certo pelo duvidoso?’. Porque nos jogarmos no escuro faz parte do caminho para descobrirmos o que queremos. A trilha clara nos leva para o caminho conhecido do mundo, impregnado pelos valores da cultura, e não pelos seus. Logo, o caminho para voltar ao nosso lar, obviamente só pode ser a outra trilha.

Faz parte do aprendizado largarmos o que nos agride, mesmo sem ter para onde ir. Faz parte da nossa iniciação sair pela noite adentro sem saber que caminho seguir, apenas tentando nos guiar pela voz do nosso instinto. O nosso instinto selvagem é mais sábio do que nós, ele sabe que é esse caminho escuro que devemos seguir, ele é o chamado da Mais Velha, o anseio por ‘alguma coisa’ que não sabemos bem o que. E essa ‘alguma coisa’ não está na trilha aberta, clara e segura.

Sonhos irrequietos, irritabilidade, sensação de estar perdida, sensação de falta de paz, ou de falta de conforto nas situações do dia-a-dia. Todas esses sentimentos são sinais de que está na hora de voltarmos para casa, está na hora de pegarmos a trilha escura para descobrirmos o que é que nos chama.

“Essas imagens de movimentos dentro e através da escuridão transmitem uma mensagem antiqüíssima que diz: "Não tema 'não saber'." Em várias fases e períodos da nossa vida, é assim que deve ser. Essa característica dos contos e dos mitos nos estimula a seguir o chamado, mesmo quando não temos a menor idéia de onde ir, em que direção ou por quanto tempo. Tudo o que sabemos é que, à semelhança da criança na história, precisamos acordar, nos levantar e ir ver o que é. Assim, pode ser que saiamos no escuro aos trambolhões por algum tempo, tentando descobrir o que nos chama, mas, como conseguimos impedir que nos convencêssemos a não atender ao chamado do lado selvagem, invariavelmente acabamos por tropeçar na pele da alma. Quando respiramos esse estado da alma, automaticamente mergulhamos na sensação de que ‘Isso está certo. Sei do que preciso’.”

Então, se você anda tendo essas sensações, se escuta de algum lugar de dentro da sua alma um chamado para voltar para casa, está na hora de partir. Está na hora de abandonar o que é confortável e seguro, e caminhar para dentro da floresta escura. É a única forma de descobrir o que é que queremos.

“Embora as mulheres estejam voltando para dentro de si mesmas, tratando de vestir a pele de foca, fechando-a bem, e estejam prontas para partir, é difícil partir. É realmente difícil ceder, renunciar a tudo com que se esteve ocupada e simplesmente ir embora.”


Lição do Dia: escutando meu chamado e tentando entender de onde ele vem.

Pendências: contando os dias para terminar a carência dos meus novos convênios médicos.

Leia o conto Pele de Foca, Pele da Alma completo:  http://querocorrercomoslobos.blogspot.com/p/pele-de-foca-pele-da-alma.html   

Escreva para a Vero: eueoslobos@gmail.com

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