quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Dia 73 – Voltando à vida real

Capítulo 9 – A volta ao lar: O retorno ao próprio Self

Conto: Pele de Foca, Pele da Alma
(Link para a história completa no menu à direita)

A volta à superfície

Após aprendermos como fazer essa volta para o lar, precisamos entender o que significa voltar para o mundo concreto.

Como os maratonistas fazem para correr tanto por tanto tempo? Bom, eles intercalam marcha lenta com marcha acelerada, sem nunca parar completamente, nem nunca sair disparando que nem um louco. Consistência durante todo o percurso vale muito mais do que velocidade em apenas alguns trechos, para quase morrer depois.

Ando reparando que intercalar esses momentos introspectivos de contato com a alma e momentos de aceleração máxima, me deixam muito mais exausta do que deveriam. Fazendo um paralelo é como se ao invés de fazer uma caminhada, eu resolvesse sair correndo a mil por hora por 2 minutos, e parar de repente por 1 minuto, logo em seguida corre a mil por hora de novo, e parar mais uma vez... É muito mais exaustivo do que fazer apenas uma corrida mais longa e no mesmo ritmo, não?

Eu fico extremamente perdida quando tenho que voltar forçadamente para a vida real no meio de uma ‘pausa’. O mundo externo parece barulhento demais, bagunçado demais, quadrado e sério demais. Demoro um tempo para voltar à ativa, mas quando volto, lá estou eu ligada novamente no 220!

“À medida que voltamos ao mundo tagarela, especialmente se ficamos de algum modo isolados durante nossa viagem de volta ao lar, as pessoas, as máquinas e outros objetos nos dão uma impressão ligeiramente estranha, e até mesmo a conversa dos que nos cercam nos parece um pouco singular. Essa fase do retorno é chamada de reentrada, e é natural. A sensação de pertencer a um mundo diferente passa depois de algumas horas ou de alguns dias. Daí em diante, dedicaremos uma boa parcela de tempo à nossa vida mundana, estimulada pela energia acumulada na viagem ao nosso lar e na união temporária com a alma através da prática da solidão.”

Então talvez o que eu esteja precisando é fazer um trajeto mais consistente, no sentindo de misturar de forma mais ou menos uniforme, os intervalos que eu vou me jogar nas tarefas do dia-a-dia, e os intervalos que vou parar para olhar apenas para dentro de mim.

Clarissa nos dá dicas bem bacanas de como trazer os benefícios da ‘volta ao lar’ para a nossa vida concreta, sem nos esquecer da sensação de plenitude que ela nos traz.

A primeira delas é o insight. Ele é um dom que todas nós temos, em algumas mais adormecido do que outras, mas que existe e funciona se soubermos ler os seus sinais. Uma mulher com o dom do insight bem desenvolvido conseguem enxergar mais, ver além dos discursos, das máscaras, da excessiva informação do mundo. Ela consegue deixar de lado o que é superficial e não importante, e perceber o que realmente tem valor. O insight permite que você deixe os ciclos acontecerem como devem ser: com finais bem marcados e inícios férteis.

O segundo dom resume a nossa capacidade de gerar energia quando tudo ao nosso redor parece árido. Essa capacidade é de extrema importância para nos ajudar a transformar a nossa vida, abrindo novos caminhos quando os antigos não servem mais. Produzir coisas que te motivem e te alimentem, investir em determinadas coisas e em outras não, e a espantar todos os pensamentos, pessoas e situações que drenam a sua energia. Gerar paixão na sua vida por si mesma a partir dos fracassos e dos erros cometidos.

A terceira dica é manter as forças do mundo selvagem o mais próximas possíveis da gente em tempo integral. Manter na nossa consciência o poder da vida selvagem que sentimos quando voltamos ao lar, deixar usa lembrança sempre presente, o tempo inteiro e em todos os lugares. Deixara conexão com o mundo selvagem apenas nos momentos propícios não vai nos dar a força necessária para enfrentar o mundo material. Ela precisa estar presente em absolutamente todos os momentos.

Seguindo esses três princípios nós vamos estar mais perto da união ego-self, vamos estar nos transformando na mulher medial: aquela que vive entre o mundo selvagem e o mundo material.

“Descobrimo-nos, então, repletas de toques de tambor, repletas de cantos, repletas das nossas próprias palavras, que ouvimos e transmitimos; novos poemas, novos modos de ver, novos modos de agir e de pensar. Em vez de tentar "fazer com que o momento mágico dure", nós simplesmente o vivemos. Em vez de oferecer resistência ao trabalho da nossa escolha, ou de ter pavor dele, nós mergulhamos nele com facilidade; vivas, cheias de novas idéias e curiosas para ver o que virá a seguir.”


Lição do Dia: consistência!

Pendências: agradecendo pelo meu 13º.

Leia o conto Pele de Foca, Pele da Alma completo:  http://querocorrercomoslobos.blogspot.com/p/pele-de-foca-pele-da-alma.html   

Escreva para a Vero: eueoslobos@gmail.com

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