segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Dia 97 – Você está exausta?

Capítulo 10 – As águas claras: O sustento da vida criativa

Contos: La Llorona, A Menininha dos Fósforos e Os três Cabelos de Ouro
(Link para as três histórias completas no menu à direita)

A renovação do fogo criativo

“Imaginemos, portanto, agora que temos tudo reunido, que não temos a menor dúvida quanto ao nosso propósito, que não estamos nos afogando numa fantasia escapista, que estamos integradas e que nossa vida criativa prospera. Precisamos de mais uma qualidade. Precisamos saber o que fazer, não se perdermos nosso foco de atenção, mas quando o perdermos; ou seja, quando estivermos temporariamente desgastadas. O quê? Depois de todo esse esforço, ainda poderíamos perder nosso rumo? Poderíamos, sim, mas ele fica perdido apenas por um tempo limitado, pois é a ordem natural das coisas.”

Exaustão. Que mulher nesse mundo nunca passou por um período onde se sentiu completamente exausta, sem forças para levantar da cama de manhã, tão fraca que até a menor das atividades parecia consumir a última gota que restou de energia vital? Todas nós.

Devemos ficar atentas aos nossos períodos de exaustão porque, como disse sabiamente Clarissa, a questão não é se eles vão ocorrer, é um fato que vão, mas quando eles vão acontecer, para não nos pegar desprevenidas e nos deixar completamente sem rumo.

Muitos dos meus momentos de exaustão foram muito, mas muito intensos, porém foram breves. São aqueles momentos em que sentimos que deveríamos conseguir ser 4 ou 5 ao mesmo tempo, que nosso dia precisaria ter mais de 48 horas, quando não damos conta de todos os setores de nossas vidas que precisamos cuidar, administrar e manter. Nesses momentos aprendi com o livro que devemos praticar a famosa volta ao lar, nos recolher, voltar para o nosso interior, para dentro de nossas almas, até restabelecermos o nosso equilibro.

Outro tipo de exaustão que eu já senti na pele são os momentos em que eu me sinto obrigada a viver minha vida de acordo com as circunstâncias do mundo. Isso acontece quando eu preciso momentaneamente deixar meus objetivos e sonhos pessoais de lado para cuidar de alguma crise urgente. Ter que pausar os estudos para me concentrar na vida profissional, ter que ficar num emprego que não me dá tesão para quitar minhas dívidas, ter que voltar a dividir apartamento por causa de alguma crise financeira, ter que abandonar a minha vida social para cuidar de algum amigo querido ou namorado que esteja precisando do meu apoio incondicional. Nesses momentos meu mundo fica cinza, nublado e chuvoso. Mas como o primeiro tipo, tessa exaustão também é totalmente transitória. Aprendi que nesse tipo de situação o melhor a fazer é encarar o problema, resolver a crise e lembrar que logo menos estaremos de volta ao nosso verdadeiro caminho.

“Nem nós deveríamos entrar em pânico ao perdermos o ímpeto ou o rumo. À sua semelhança, devemos entreter a idéia com tranqüilidade e ficar com ela algum tempo. Quer nosso foco de atenção esteja voltado para o aperfeiçoamento pessoal, para questões do mundo, quer para um relacionamento, isso não importa. O animus sempre acaba se desgastando. Não se trata de uma hipótese; trata-se, sim, de quando isso vai ocorrer. Levar a cabo longas empreitadas, tais como diplomar-se, concluir um original, completar uma obra, cuidar de uma pessoa enferma, todas essas atividades apresentam momentos em que a energia que um dia foi jovem fica velha e cai prostrada sem conseguir ir adiante.”

O último tipo de exaustão é quando eu permaneço por um loooongo período determinada a cumpri certa meta e no meio do caminho cai a ficha de que estou correndo atrás de algo que não faz mais o menos sentido para mim! Eu não sou mais a mesma Vero que era quando comecei a empreitada, e me manter no mesmo caminho é consumir todas as minhas energias e me levar à exaustão. Esse é o momento em que temos que parar e fazer uma reavaliação de metas. Quem trabalha na área corporativa adquiriu o hábito de fazer essa reavaliação de tempos em tempos, disciplinadamente e metodicamente. Mas não são apenas os executivos que devem fazer. Todas nós devemos, em todas as áreas da vida.

Permanecemos meses, às vezes anos, em busca de desejos e objetivos que tínhamos na adolescência ou no início da idade adulta, e não nos damos conta que aquele sonho, não é mais nosso. Que nós mudamos, e hoje temos desejos bem diferentes do que tínhamos no passado. Não percebemos que não foi apenas nós: mas as pessoas ao nosso redor também mudaram! E que um cara que já foi perfeito para ser nosso parceiro de vida, não é mais. Que uma carreira que nos fazia feliz, hoje é motivo de depressão. Que perdemos energia investindo em relacionamentos que só trazem dor.

Reciclar! É isso que o conto “Os Três Cabelos de Ouro” nos ensina: de tempos em tempos devemos parar o que estamos fazendo e reciclar. Devemos reciclar nossos princípios e comportamentos. Reciclar nossos hábitos e nossas relações interpessoais. Devemos reciclar os amigos, os parceiros, os parentes. Reciclar nossos sonhos, reciclar nossas idéias, nossa religião, nossa carreira.

E como fazemos essa reciclagem? Não importa em que setor da sua vida você percebe que está exausta, sem energia e que perdeu o rumo, o caminho é o mesmo:

1 – Jogar Fora: quais pessoas, relacionamentos, quais idéias, hábitos e comportamentos você continua usando, alimentando e investindo, mas que não te servem mais? Quais se tornaram prejudiciais ou simplesmente perderam o valor? Quais coisas, pessoas, ou vínculos costumavam de dar muito prazer e não te dão mais?

2 – Reciclar: das coisas que você ainda gosta, ainda ama e que percebem que ainda traz muito sentido para a sua vida, identifique quais estão defasadas e desgastadas. Acostume-se a repensar nelas, jogar fora as partes que não servem mais e adicionar novas idéias, reciclando o que ainda tem serventia.

“Ora, muitas vezes quando as idéias não estão funcionando bem, ou quando nós não as estamos trabalhando bem, perdemos nosso rumo. Isso faz parte de um ciclo natural e ocorre porque a idéia ficou ultrapassada, ou porque nós perdemos a capacidade de vê-la por um ângulo novo. Nós mesmas ficamos velhas e desconjuntadas como o velho em "Três cabelos de Ouro". Embora haja muitas teorias sobre "bloqueios" criativos, a verdade é que bloqueios brandos vêm e voltam como as condições atmosféricas e como as estações do ano — com as exceções dos bloqueios psicológicos de que falamos anteriormente, como não mergulhar na própria verdade, como o medo da rejeição, o medo de dizer o que se sabe, a preocupação com a própria competência, a poluição da correnteza básica, entre outros.”

“Se você perdeu o rumo para se concentrar, sente-se e fique imóvel. Segure a idéia e a embale. Mantenha uma parte dela, jogue outra parte fora, e ela se renovará. Não é preciso fazer mais nada.”


Lição do Dia: reciclando...

Pendências: sono atrasado não faz bem para ninguém!

Leia os três contos: La Llorona, A Menininha dos Fósforos e Os três Cabelos de Ouro: http://querocorrercomoslobos.blogspot.com/p/os-tres-contos-la-llorona-menininha-dos.html

Escreva para a Vero: eueoslobos@gmail.com

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