sábado, 4 de junho de 2011

Dia 124 – Resultados da II Dieta Mental

Lição da Dieta Mental II: As Cinco Grandes Saúdes Da Vida Psíquica

Essa história já é super batida! Mas me lembro até hoje de quando a escutei pela primeira vez de um professor da faculdade anos atrás, e do maravilhamento que senti. Ela me pareceu a mais simples de todas as analogias sobre prioridades, uma lógica tão simples, mas tão simples, que me pergunto como tantas vezes nós deixamos de segui-la. A história faz parte das memórias de Brian Dyson, ex-CEO da Coca-Cola, e ela é contada assim:

"Imagine a vida como um jogo, no qual você faz malabarismo com cinco bolas que são lançadas no ar ao mesmo tempo. Essas bolas são: o trabalho, a família, a saúde, os amigos e o espírito.
O trabalho é a única bola de borracha.
Se cair, bate no chão e pula para cima de novo.
Mas as quatro outras bolas são de vidro.
Se caírem no chão, quebram e ficam permanentemente danificadas.
Entendam isso e assim conseguirão o equilíbrio na vida.”

Nessa semana de dieta mental fiquei pensando bastante sobre equilíbrio. Uma das habilidades mais difíceis de serem conquistadas e que exige muito, mas muito esforço. O que mais me pegou na história foi exatamente a analogia com o malabarista, artista que só consegue exercer a sua atividade depois de anos e mais anos de treino. Então Lição 1: atingir o equilíbrio na vida é uma arte que exige treino, perseverança e dedicação.

Outro ponto fenomenal foi que ele conseguiu colocar na analogia das bolas as cinco maiores prioridades da nossa vida psíquica. Eu prefiro chamar as bolas de as cinco grandes saúdes da vida psíquica, e classificá-las assim:

As Cinco Grandes Saúdes Da Vida Psíquica
Saúde Espiritual: mente.
Saúde Física: corpo.
Saúde Emocional: amor, família e auto-estima.
Saúde Social: prazer.
Saúde Profissional: trabalho.

Lição 2: entendemos que precisamos cuidar simultaneamente das nossas 5 grandes saúdes psíquicas. Precisamos mantê-las em observação, usar o nosso instinto para senti-las, cuidar delas, dedicar uma parte do nosso tempo para cada uma. Se uma dessas bolas diminui a velocidade ou sai da trajetória ela pode desequilibrar todas outras.

A analogia do vidro e da borracha é fenomenal! Sabemos por experiência própria que quando algumas coisas da vida são danificadas, exigem anos e anos de trabalho para serem recuperadas. E muitas vezes nunca serão como antes, elas ficarão remendadas ou trincadas. A nossa mente é de vidro. A nossa auto-estima é de vidro. Nossos relacionamentos, amores e família também. Nossa saúde é de vidro. Quem aqui nunca deixou uma dessas bolas cair no chão para só então perceber o quanto são delicadas e frágeis? O quanto precisam ser cuidadosamente manuseadas? Lição 3: nada na vida, mas nada mesmo, é mais importante do que a sua saúde espiritual, física, emocional e social. Nada!

Agora, carreira? Não, nossa vida profissional não é de vidro. Temos histórias e mais histórias de gente que faliu e começou do zero, que resolveu mudar de carreira na meia idade, pessoas que perderam empregos que amavam e se descobriram logo depois em outra área, gente que, como eu, sabe que ainda não encontrou a sua verdadeira vocação e que ela não está nem um pouco ligada com o que eu faço para pagar as minhas contas? Por quantas crises financeiras você passou? Eu já perdi a minha casa, passei fome, voltei para a casa dos meus pais. Já fiquei devendo mais do que dois anos de salário para o banco, fiquei meses desempregada, cheguei no fundo do poço financeiro. E não me reergui? Não estou aqui escrevendo depois de todos esses terremotos?

Lição 4: está num momento ruim de vida? Se desequilibrou? Calculou errado a força e a velocidade de uma das bolas? Está prestes a deixar alguma coisa cair no chão? Deixe ir o seu trabalho. Deixe ir o seu salário. Deixe ir a sua carreira. Daqui a pouco essa bola quica e volta veloz para as suas mãos.

Como anda a sua destreza para manter as cinco bolas no ar?


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quinta-feira, 2 de junho de 2011

Dia 123 – 7º Dia da II Dieta Mental

Lição do Dia: liberte-se da sua imagem e da sua reputação!

Eu recebi um e-mail nervosinho de uma leitora porque citei no post Dia 121 (http://tinyurl.com/3qqc2nz) que ‘fumar um cigarro vendo o céu clarear’ ajudava a minha manhã começar melhor. Ela acha que isso é uma publicidade negativa para o meu blog, e que eu deveria me comprometer ‘com o politicamente correto’ (leia-se: socialmente aceito).

Então, antes que alguém mais se sinta ‘enganado’ por mim, já que acompanha sempre meus posts e pode topar lá na frente com alguma opinião mais forte, acho bacana já deixá-las todas aqui registradas:

- eu sou feminista e acho que vivemos num mundo machista que escraviza as mulheres com a maternidade, com as tarefas domésticas e com o ideal de beleza
- eu sou a favor do amor livre, sou contra a fidelidade e contra a monogamia
- eu sou vegetariana
- eu sou a favor do aborto em qualquer caso ou circunstância
- eu sou a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo e não acho suficiente a equiparação da união estável
- eu sou contra o serviço militar obrigatório, na verdade eu sou contra armas em geral
- eu fumo
- eu sou tatuada e pretendo estar com o corpo coberto de rabiscos antes de morrer
- eu sou de esquerda
- eu não pretendo ter filhos, porque eu acho que isso vai contra os meus desejos e objetivos pessoais, e se meu parceiro não concordar com isso que ele se dane!
- eu acredito na bissexualidade natural do ser humano
- eu sou a favor da criminalização da homofobia
- eu sou atéia
- eu fico bêbada três vezes por semana
- eu acredito na amizade entre ex-namorados e, novamente, se meu parceiro não concordar com isso que ele se dane!
- eu acredito que não somos obrigados a amar pai e mãe (muito menos outros familiares)
- eu acredito que ciúmes é insegurança
- eu sou a favor da regulamentação da prostituição
- eu não acredito em eventos sociais e familiares obrigatórios
- eu sou a favor do sexo por simples entretenimento e acho que as mulheres podem fazer sexo quantas vezes quiserem, com quem quiserem, quando elas bem entenderem sem serem taxadas de vagabundas, vadias, fáceis, etc
- eu sou evolucionista
- eu sou a favor da legalização da maconha

Ah, eu também não acredito que o Bin Laden tenha sido jogado no mar, ok?


O que é proibido na Dieta Mental:

- consumir qualquer tipo de pensamento negativo
- qualquer tentativa de construir um auto-boicote mental
- remoer qualquer remorso ou rancor do passado
- focar nos problemas
- acordar pensando que a última coisa que eu quero fazer é levantar da cama
- fofocar sobre a vida alheia
- desejar mal para alguém (qualquer pessoa, por mais fdp que ela seja)
- pensar que não serei capaz de qualquer coisa

O que é obrigatório na Dieta Mental:

- consumir pensamentos agradáveis
- construir imagens mentais que tragam esperança
- projetar meus amores e carinhos para as pessoas ao meu redor
- focar nas soluções
- acordar de manhã esperando por um dia bacana
- escutar mais do que falar
- ajudar alguém que precise de ajuda
- pensar em novas possibilidades e caminhos


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quarta-feira, 1 de junho de 2011

Dia 122 – 6º Dia da II Dieta Mental

Lição do Dia: Bem vinda!

Muito cansada. Mas muito mesmo! Segundo dia consecutivo de 4hs de sono apenas. E aí que a vida tem que continuar, não é? Então é respirar fundo 10 vezes e me concentrar no que tenho para fazer.

Estou entrando em período de inferno astral, e isso só tende a piorar. Sei que é uma época muito importante para fazer questionamentos sobre a vida que eu tenho e a vida que quero ter, sobre a mulher que eu sou e sobre a mulher que quero ser. Mês de Junho: vamos fechar mais um ano de vida! Um ano importantíssimo em termos de conquistas pessoais e emocionais. Agora chegou a hora de me preparar para mais um ano de vida! Limpar tudo o que precisa ser limpo, organizar o que precisa ser organizado, rever o que precisa ser revisto, e me preparar para uma nova etapa! Que a reviravolta que sempre acontece na minha vida nessa época do ano venha e me traga os frutos de tudo o que eu plantei! Bem vinda Morte: leve todas as coisas que precisam morrem em mim e na minha vida, e abra espaço para que novas coisas e projetos consigam nascer!

O que é proibido na Dieta Mental:

- consumir qualquer tipo de pensamento negativo
- qualquer tentativa de construir um auto-boicote mental
- remoer qualquer remorso ou rancor do passado
- focar nos problemas
- acordar pensando que a última coisa que eu quero fazer é levantar da cama
- fofocar sobre a vida alheia
- desejar mal para alguém (qualquer pessoa, por mais fdp que ela seja)
- pensar que não serei capaz de qualquer coisa

O que é obrigatório na Dieta Mental:

- consumir pensamentos agradáveis
- construir imagens mentais que tragam esperança
- projetar meus amores e carinhos para as pessoas ao meu redor
- focar nas soluções
- acordar de manhã esperando por um dia bacana
- escutar mais do que falar
- ajudar alguém que precise de ajuda
- pensar em novas possibilidades e caminhos


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segunda-feira, 30 de maio de 2011

Dia 121 – 5º Dia da II Dieta Mental

Lição do Dia: Procurando soluções!

Aproveitar os pequenos prazeres da vida tem sido uma lição muito difícil para mim. E eu tento, viu, como tento!

Quando acordamos atrasadas é muito mais difícil acordarmos com o pé direito. Mas precisamos. Já que eu acordo sempre atrasada, o que posso fazer a noite para facilitar a minha vida de manhã? Deixar o café da manhã pronto? Já dormir de banho tomado? Separar a roupa do dia seguinte?

Quando dormimos apenas 4 horas numa noite é muito mais difícil sair da cama esperando por um dia bom. Mas precisamos. O que posso fazer para tornar minhas manhãs melhores? Colocar uma música ambiente? Comer algo delicioso assim que acordar? Abrir a janela e fumar um cigarro olhando pro céu clarear?

Quando nossa manhã passa voando e temos um milhão de tarefas para fazer em apenas 4 horas, como deixamos de correr? Fazer um intervalo e tomar um café tomando banho de sol? Conversar com alguém agradável sobre viagens que sonhamos fazer? Levar um livro inspirador para folhear de vez em quando?

Quando nosso trabalho está uma loucura e você não tem tempo nem de respirar, como relaxar? Escrever um e-mail para um amigo que você não vê faz tempo? Rir das tirinhas do jornal? Resolver o sudoku do dia? Almoçar num restaurante que você não conhece ainda?

E quando você sai da terapia mais pesada do que entrou, mais ansiosa do que estava horas atrás, o que fazer para entrar no equilíbrio? Comer comida chinesa debaixo do cobertor? Ver de novo aquela comédia que você adora? Comer um pedação de bolo de chocolate? Pedir uma massagem nas costas para o namorado?


O que é proibido na Dieta Mental:

- consumir qualquer tipo de pensamento negativo
- qualquer tentativa de construir um auto-boicote mental
- remoer qualquer remorso ou rancor do passado
- focar nos problemas
- acordar pensando que a última coisa que eu quero fazer é levantar da cama
- fofocar sobre a vida alheia
- desejar mal para alguém (qualquer pessoa, por mais fdp que ela seja)
- pensar que não serei capaz de qualquer coisa

O que é obrigatório na Dieta Mental:

- consumir pensamentos agradáveis
- construir imagens mentais que tragam esperança
- projetar meus amores e carinhos para as pessoas ao meu redor
- focar nas soluções
- acordar de manhã esperando por um dia bacana
- escutar mais do que falar
- ajudar alguém que precise de ajuda
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sábado, 28 de maio de 2011

Dia 120 – 4º Dia da II Dieta Mental

Lição do Dia: Rir muito da vida.

Noite de sexta em São Paulo. Frio, vento e garoa. Tendência séria a ir correndo para casa, me enfiar debaixo do cobertor e emburrecer com programas de TV de qualidade duvidosa. Liguei para um amigo e pedi socorro: “Me ajuda, quero me entocar em plena sexta-feira!”. Ele me socorreu. Fomos ver um filme maravilhoso chamado ‘Um Novo Despertar’ que discute o problema da depressão. E tomamos duas taças de vinho tinto depois e rimos bastante enquanto ele me contava dos problemas que está tendo no amor.

Se tem uma coisa que eu adoro, é um cara que tem a habilidade de rir da própria vida amorosa. Isso é tão raro de se encontrar! Por algum motivo desconhecido as mulheres adoram comentar entre elas todos os momentos divertidos, humilhantes e as gafes que acontecem entre elas e seus parceiros. Já entre os homens... E ter a chance de escutar o lado deles dessas mesmas situações absurdas é um aprendizado e tanto. Eu fiquei com dor de barriga de tanto que eu ri das coisas que ele me contou! E fiquei chocada quando percebi que ele acha graça de todas as desgraças da vida, não só as da vida amorosa! Como isso é possível?

“Vero, se eu for levar todos os meus problemas a sério vou me tornar aquele cara amargo e reclamão, que se faz de vítima do destino e que ocupa as tardes dos meus amigos choramingando sobre tudo.”

E eu acordei essa manhã com ressaca de vinho e com essa conversa na cabeça. Tinha uma reunião marcada na hora do almoço (em pleno sabadão) e não estava com força nenhuma para levantar da cama. Resolvi então ligar para os meus colegas e convencê-los de fazer a reunião num restaurante bacaninha na Rua Augusta. Tive que usar todo o meu poder de persuasão para fazer isso. Meus colegas acham impossível conciliar trabalho com diversão, vida profissional com vida pessoal, assuntos sérios com boca cheia de bruschetta. Ri muito quando cheguei ao restaurante e vi que estavam todos trajando um ‘social esportivo’, e eu com meu uniforme jeans + regata + tênis.

Boa comida, boa bebida, questões importantes resolvidas! Ao final da reunião começamos a comentar sobre a dinâmica que envolve os famosos ‘primeiros encontros’. Uma colega que me parecia super séria, contou que fica fula da vida porque todos os caras que a chamam para sair sempre a levam para um boteco imundo pra tomar cerveja. ‘Tenho cara de pinguça?’ perguntou ela enquanto a gente se matava de rir. Um outro, recém chegado do Rio de Janeiro, disse que tem problemas sérios para chamar um mulher para sair em São Paulo por causa de seus problemas financeiros. ‘No Rio, mesmo sem dinheiro, chamava a garota para passear na praia. Aqui eu preciso buscá-la em casa de carro e levá-la para um restaurante sofisticado. Mas eu ando é de ônibus e só tenho dinheiro para pedir uma pizza!’.

Eu contei que, por causa da minha cara de menininha, muitos homens deixam de sair comigo achando que sou menor de idade. Uma vez, num primeiro encontro, eu e o cara fomos parados por policiais que achavam que eu estava sendo abusada! E a quantidade absurda de vezes que eu fui barrada na porta da balada e que garçons se recusaram a me servir bebida. Fora que isso me torna um para-raio de tarados!

É impressionante como apenas mudando o ambiente, as pessoas ficam tão mais próximas e confortáveis de abrir suas questões pessoais. O cenário era tão leve e descontraído que todos deixaram sua máscara profissional de lado e se juntaram para rir da própria vida!


O que é proibido na Dieta Mental:

- consumir qualquer tipo de pensamento negativo
- qualquer tentativa de construir um auto-boicote mental
- remoer qualquer remorso ou rancor do passado
- focar nos problemas
- acordar pensando que a última coisa que eu quero fazer é levantar da cama
- fofocar sobre a vida alheia
- desejar mal para alguém (qualquer pessoa, por mais fdp que ela seja)
- pensar que não serei capaz de qualquer coisa

O que é obrigatório na Dieta Mental:

- consumir pensamentos agradáveis
- construir imagens mentais que tragam esperança
- projetar meus amores e carinhos para as pessoas ao meu redor
- focar nas soluções
- acordar de manhã esperando por um dia bacana
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sexta-feira, 27 de maio de 2011

Dia 119 – 3º Dia da II Dieta Mental

Lição do Dia: Parar o corpo para parar a mente

Minha terapeuta anda enchendo o meu saco, dizendo que eu preciso desacelerar a minha mente. Pois é, é a minha maldita cabeça que faz com que a maioria das coisas ruins aconteça comigo: espinhas, herpes, dor nas costas, ansiedade, dor de estômago, dor de barriga, insônia, mau humor, e hematomas... Sim, hematomas! Porque eu já sou naturalmente acelerada, e quando estou ansiosa dobro a minha velocidade e saio atropelando tudo à minha volta. E o problema é quando nesse tudo incluímos portas de vidro, mesas, balcões, cadeiras, batentes de porta, etc. Quando um hematoma começa a sarar já tem outro se formando, pareço criança! Haha!

Como minha mente estava meio impossível de ser controlada nos últimos tempos ela andava me sugerindo tentar uma mudança de fora para dentro. Ou seja: diminuir a velocidade do meu corpo e conseqüentemente, acalmar a minha mente! Para quem acha que isso é impossível, pensem nos benefício que a ioga e a meditação trazem. Quando ficamos quietinhas é bem mais fácil colocar a cabeça no lugar. Mas como é impossível conciliar a minha agenda atual com movimentos estáticos minha terapeuta me convenceu de que eu deveria tentar fazer as mesmas tarefas que eu faço, só que de maneira mais devagar, mais concentrada, prestando atenção em cada movimento meu.

É fácil tomar a decisão de que vamos diminuir o ritmo, mas levá-la para a prática aí já é uma outra história. Ainda mais porque no senso comum ‘diminuir o ritmo’ significa cortar tarefas, o que na grande maioria das vezes não é viável. Eu acho que antes de sairmos por aí cortando nossos compromissos devemos lembrar que a idéia é bem mais simples: prestar atenção em todos os detalhes de cada atividade que fazemos. Automaticamente nosso cérebro vai ter que parar de ficar nos atazanando e verificar se estamos fazendo tudo certinho. Chamam isso de meditação em ação, e os japoneses são ótimos nisso. Eles aprenderam há muitos séculos a buscar a perfeição de tudo o que fazem: do vestir o kimono ao servir o chá. E essa busca pela perfição exige calma, concentração e dedicação. Não dá para fazer isso se fizermos tudo correndo, não é? A idéia é focarmos na forma como fazemos as coisas e não no que estamos fazendo.

Acordar mais devagar, se arrumar mais devagar, tomar banho mais devagar, sair de casa mais devagar, e assim por diante. Nossa mente e nosso corpo estão intimamente conectados, quando desaceleramos o nosso corpo, automaticamente nossa mente desacelera também. E com isso nossa ansiedade cai para níveis absurdos de baixos.

Hoje a ordem do meu dia foi: concentre-se! Fiz as coisas tão devagar que me lembrei de respirar direitinho, de comer calmamente, de sorrir, de dar bom dia, de agradecer. Minha memória funcionou muito melhor hoje do que nos outros dias dessa semana, e eu inclusive parei de me bater. Haha!

Eu nunca imaginei a concentração que é necessária para fazer as coisas prestando atenção nos seus mínimos detalhes! Coisas tão simples como lavar o cabelo no banho, ou não abrir ao mesmo tempo mil abas do meu navegador de internet! Mas foi tão gostosa, mas tão boa mesmo, a sensação de que eu controlo totalmente o meu tempo, que tenho certeza que a partir de hoje vou pensar duas vezes antes de começar a fazer duas coisas ao mesmo tempo.

O que é proibido na Dieta Mental:

- consumir qualquer tipo de pensamento negativo
- qualquer tentativa de construir um auto-boicote mental
- remoer qualquer remorso ou rancor do passado
- focar nos problemas
- acordar pensando que a última coisa que eu quero fazer é levantar da cama
- fofocar sobre a vida alheia
- desejar mal para alguém (qualquer pessoa, por mais fdp que ela seja)
- pensar que não serei capaz de qualquer coisa

O que é obrigatório na Dieta Mental:

- consumir pensamentos agradáveis
- construir imagens mentais que tragam esperança
- projetar meus amores e carinhos para as pessoas ao meu redor
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quinta-feira, 26 de maio de 2011

Dia 118 – 2º Dia da II Dieta Mental

Lição do Dia: Sendo responsavelmente irresponsável

Decidi que iria tirar a manhã de folga. Escolhi hoje porque já praticamente fechei a matéria que teria aula de manhã, e não havia faltado nenhuma vez desde o começo do ano. Além disso, já havia combinado com a minha chefe que nessa semana eu iria chegar mais tarde em um dos dias por causa da quantidade de horas extras. Ontem à noite eu já havia deixado toda a leitura e os trabalhos em dia, todas as contas estavam pagas, tinha me alimentado direitinho e feito minhas rotinas de saúde. Deixei tudo prontinho para uma manhã inteira de ócio!

Sábia decisão! Consegui fazer coisas que eu não fazia há tempos: tomar um banho mega demorado, comer chocolate de manhazinha e escutar um programa de flash back no rádio! Dormi até mais tarde, vi reprises de programas antigos na TV, dancei muito escutando músicas da minha adolescência, cuidei da pele e do cabelo. E comi pizza na hora do almoço!

Também fiz uma coisa absolutamente inédita: fui de carro para o trabalho! Sim, porque eu sou uma grande defensora do transporte público, e eu trabalho tão perto de casa que chego muito mais rápido de ônibus do que pegando o trânsito caótico da hora do almoço. São apenas 4 pontos de ônibus de distância e de carro eu demoro mais de 40 minutos (São Paulo!). Mas fiz isso porque me dei o direito de ir escutando música, sentadinha, no quentinho do aquecedor.

Desde muito nova eu sempre fui responsável apenas na medida certa. Na escola eu sempre ficava no limite de faltas, mas sempre tirava 10 nas provas. Saia todas as tardes para passear, mas mantinha minhas obrigações familiares e domésticas em dia. Comecei a trabalhar com 16 anos, e mesmo assim saia todos os finais de semana com os amigos. Me lembro até hoje quando eu decidi que iria viajar algumas semana antes do vestibular. Viajei mesmo deixando meus pais à beira da histeria, voltei, fiz a prova e passei na minha primeira faculdade. Nos meus empregos sempre fui considerada a funcionária modelo, mas eu chegava todos os dias (ênfase no todos) atrasada. Porque para mim produtividade está acima de pontualidade.

E então percebi que me transformei naquela adulta chata que eu nunca quis ser. Aquela mulher que coloca todas as responsabilidades acima da diversão. Que está sempre estressada, com um milhão de coisas para fazer, problemas para resolver, trabalho atrasado para entregar. Vi que deixar a minha vida girar em torno dos meus compromissos só vai me trazer mais estresse e não mais resultados. Gente, até o ano passado eu fazia isso tão bem, e aí minha rotina virou essa loucura! Agora se penso em ser um tiquinho irresponsável já me vem aquele enorme peso na consciência, me sinto culpada, me puno, me sinto mal. Porque raios eu tenho que ficar com a consciência pesada por simplesmente dar um tempo em todas as minhas tarefas? Se eu acredito que eu mereço essa recompensa, então eu mereço e ponto!

Hoje eu decidi que vou recuperar aquela Vero adolescente e trazer mais diversão para a minha vida. Entre almoçar com calma e chegar atrasada no trabalho, eu vou me atrasar. Entre dormir menos e sair para tomar um vinho com meus amigos, eu opto pelo vinho. Adulta chata saia desse corpo agora que ele não te pertence!

Não podemos ficar vidrados nas responsabilidades o tempo inteiro, nos cobrando mais do que nossos pais fariam, também não podemos ficar de saco cheio de tudo, e nos trancar no quarto o dia inteiro. Se eu conseguir manter esse equilíbrio entre a responsabilidade e a diversão, a coisa vai longe. O resultado foi tão positivo que já fique pensando: ‘Quando vou organizar outro break desse para mim?’.

O que é proibido na Dieta Mental:

- consumir qualquer tipo de pensamento negativo
- qualquer tentativa de construir um auto-boicote mental
- remoer qualquer remorso ou rancor do passado
- focar nos problemas
- acordar pensando que a última coisa que eu quero fazer é levantar da cama
- fofocar sobre a vida alheia
- desejar mal para alguém (qualquer pessoa, por mais fdp que ela seja)
- pensar que não serei capaz de qualquer coisa

O que é obrigatório na Dieta Mental:

- consumir pensamentos agradáveis
- construir imagens mentais que tragam esperança
- projetar meus amores e carinhos para as pessoas ao meu redor
- focar nas soluções
- acordar de manhã esperando por um dia bacana
- escutar mais do que falar
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quarta-feira, 25 de maio de 2011

Dia 117 – 1º Dia da II Dieta Mental

Lição do Dia: A sua vida está exatamente do jeito que você quer!

Sim, essa é a primeira lição da minha II Dieta Mental. Por quê? Muitas vezes quando somos tomadas por esses momentos sazonais de falta de esperança, temos uma tendência a ver o lado ruim de todos os setores de nossas vidas mas, como nos sentimos impotentes e sem forças, é natural que comecemos a culpar o mundo por todas os problemas e conflitos que estão nos incomodando.

Eu, por exemplo, ando muito chateada com o meu trabalho. Ando me sentindo mal paga, pouco realizada, cansada e sem nenhuma expectativa de melhora. Foi natural para mim então, culpar os meus chefes pelo pouco suporte que ando recebendo, a empresa pelo excesso de trabalho e péssima organização, e me sentir vítima do mercado de trabalho que não me dá novas oportunidades profissionais.

Mas, veja bem, ninguém está apontando uma arma para a minha cabeça e me obrigando sob ameaça de morte a vir todos os dias para esse emprego. Não, eu estou aqui simplesmente porque eu quero. E se eu não quero mais estar aqui, só depende de mim, e exclusivamente de mim, procurar um novo emprego. Ficar reclamando no colo do namorado não vai me trazer um novo emprego, ficar sentada vomitando frustrações para a minha terapeuta não vai me dar um aumento de salário. Então, se não existem chances de eu conseguir uma melhora profissional onde eu estou agora, está na hora de sair.

O mesmo vale para a minha qualidade de vida. É fácil (bem fácil mesmo, confesso) ficar falando que a minha rotina está uma loucura. Quando você vira para as pessoas e diz que trabalha todos os finais de semana, estuda, namora e tem vida social, é normal que te olhem como uma pessoa guerreira. Mas no fundo eu sei que todo esse cansaço físico e emocional seria bem menor se eu fizesse algumas mudanças na minha rotina. Conheço uma porção de gente que faz muito menos coisas do que eu, mas sempre está sem tempo. Na verdade não é a quantidade de coisas que fazemos que nos estressa, mas a má administração do nosso tempo.

Afinal, só a gente pode saber o quanto nos convencemos dos 30 minutinhos a mais de sono de manhã, e depois ficamos malucas com o dia todo atribulado. Só nós mesmas podemos dizer quanto tempo perdemos com bobagens, enquanto poderíamos estar resolvendo pepinos. Meu namorado trabalha em casa, e quando ligo para ele no meio do dia ele está sempre trabalhando que nem um louco! (Coitado!) Mas quando estou na casa dele percebo que ele gasta horas e mais horas na frente do computador vendo bobagens, assistindo suas séries favoritas, e fazendo mais um monte de porcarias enquanto deixa todos os trabalhos pendentes. Então já que estresse por falta de tempo é a gente que cria, se eu estou estressada que eu me organize melhor!

Hoje acordei às 6 da manhã, muito mais cedo do que estou habituada. Aqui em São Paulo mal havia amanhecido ainda e o frio estava de matar. Mas como havia dormido bem durante a noite, consegui levantar da cama e me arrastar até o banheiro, me arrumar e secar o cabelo, pegar o carro e ligar o aquecedor e o rádio para enfrentar o trânsito, e ainda chegar 1h mais cedo na USP. Assim que cheguei fui direto comprar um café (grande, puro e forte) e me sentei ao ar livre para colocar toda a leitura em dia.

Meu humor estava maravilhoso! E sabem por quê? Porque eu simplesmente consegui me organizar e fazer tudo o que eu precisava! Essa manhã me provou que realmente não são as minhas tarefas que me deixam louquinha, mas sim fazer tudo correndo, com pressa e mau feito. Ficar correndo atrás de prejuízo é uma vida desgraçada, e eu não quero essa vida para mim. Se eu manter as minhas tarefas e responsabilidades em dia, não vou precisar ficar correndo de um lado para outro. E quando alguma coisa realmente atrasar por motivos externos, aí sim vamos pensar ‘Vou correr, mas é só dessa vez!’.

O que é proibido na Dieta Mental:

- consumir qualquer tipo de pensamento negativo
- qualquer tentativa de construir um auto-boicote mental
- remoer qualquer remorso ou rancor do passado
- focar nos problemas
- acordar pensando que a última coisa que eu quero fazer é levantar da cama
- fofocar sobre a vida alheia
- desejar mal para alguém (qualquer pessoa, por mais fdp que ela seja)
- pensar que não serei capaz de qualquer coisa

O que é obrigatório na Dieta Mental:

- consumir pensamentos agradáveis
- construir imagens mentais que tragam esperança
- projetar meus amores e carinhos para as pessoas ao meu redor
- focar nas soluções
- acordar de manhã esperando por um dia bacana
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terça-feira, 24 de maio de 2011

Dia 116 – Cabeça vazia é casa do demônio

O que fazer quando o mundo não está cooperando para você continuar? Quando os chefes, namorados e amigos parecem não perceber que você está ali, fisicamente presente, mas sua cabeça está lá longe, idealizando um mundo bem melhor do que esse? Como transformar o meu pequeno mundinho, o mundo da Vero, num lugar um pouco menos árido, menos dolorido, menos sofrido? Como a gente faz para trazer mais prazer e mais cor pra nossa vida?

Pensei de primeira que talvez fosse preciso ocupar mais do meu tempo. Mas não, não importa o quanto corro durante o dia, minha cabeça está sempre lá, comigo, trazendo pensamentos tristes e sem esperança. Ocupar minha mente traria algum resultado? Não, mesmo ocupando minha mente com mil tarefas simultâneas ela ainda emane uma atmosfera cinza e blue para todo o meu mundo.

Saindo hoje de manhã da cama enquanto lutava contra a vontade de voltar rastejando para debaixo dos meus cobertores, foi que percebi que estava na hora de fazer uma nova Dieta Mental. Para quem não lembra fiz uma no começo desse ano http://tinyurl.com/3t78ugp que gerou ótimos resultados. E é assim mesmo que funciona, caí em tentação e deixei a vibração negativa da minha mente dominar todo o meu ambiente psíquico, então está mais do que na hora de reiniciar uma nova dieta!

Pelos próximos sete dias pretendo me desintoxicar desses pensamentos pessimistas, negativos e sem esperança, e colocar minha mente de volta na rotina benéfica e produtiva em que ela estava. II Dieta Mental aí vamos nós!

O que é proibido na Dieta Mental:

- consumir qualquer tipo de pensamento negativo
- qualquer tentativa de construir um auto-boicote mental
- remoer qualquer remorso ou rancor do passado
- focar nos problemas
- acordar pensando que a última coisa que eu quero fazer é levantar da cama
- fofocar sobre a vida alheia
- desejar mal para alguém (qualquer pessoa, por mais fdp que ela seja)
- pensar que não serei capaz de qualquer coisa

O que é obrigatório na Dieta Mental:

- consumir pensamentos agradáveis
- construir imagens mentais que tragam esperança
- projetar meus amores e carinhos para as pessoas ao meu redor
- focar nas soluções
- acordar de manhã esperando por um dia bacana
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sábado, 21 de maio de 2011

Dia 115 – Tratamento de Beleza de Inverno

Ontem eu ainda estava muito chocada com toda essa história sobre a USP, então resolvi convidar um amigo quero meu para tomar um café depois do trabalho. Além de queridíssimo esse meu amigo já fez duas graduações na USP, e conhece toda a dinâmica de lá bem melhor do que eu. Além de uspniano, ele é de esquerda e advogado criminal. E além de tudo isso, esse meu amigo é gay, o que torna suas opiniões muito mais politizadas, já que sente na pele, todos os dias, o preconceito e a violência de São Paulo.

Fora que nossos 10 anos de diferença de idade me fazem considerá-lo mais que um conselheiro, quase um tutor de assuntos diversos. Eu me sinto muito mais a vontade de falar de problemas pessoais com ele porque a sua experiência de vida é bem maior do que a minha e ainda sim, ele não é tão mais velho a ponto de rolar um conflito geracional. Conversamos sobre muitos assuntos, da fidelidade num relacionamento longo até a política da Polícia Militar de São Paulo diante de estudantes universitários. E, em dado momento, chegamos ao assunto da minha grande amiga, a Depressão Sazonal.

Ele começou dizendo todas as suas justificativas para amar o inverno. Das roupas chiques ao chocolate quente, do whisky on the rocks ao dormir de conchinha debaixo dos cobertores. E sabem o que ele me disse que mais adorava no inverno? Os tratamentos de beleza. Oi? Sim, isso mesmo. Ele me contou de todos os tratamentos de beleza que são indicados para serem feitos no inverno por causa da baixa incidência de luz. Me contou que quando o tempo começa a esfriar ele já fica todo empolgado e se prepara para mais uma rodada de manutenção do corpinho. Foi aí que percebi que os tratamentos de inverno podem ser uma boa pedida para dar uma levantada na auto-estima, principalmente quando ela está meio doentizinha. Afinal, como já disse aqui antes, mais do que puramente estéticos eu considero os nossos rituais de beleza um carinho para o nosso próprio corpo. E para uma mulher que sempre foi bem moleca como eu, incluir alguns desses rituais no dia-a-dia têm sido quase um ato de amor comigo mesma.

Com isso na cabeça, assim que cheguei em casa fui até o meu ‘armário administrativo’ e peguei a pasta ‘Dermatologista’ para dar uma vasculhada nas mil receitas de tratamentos indicados que eu nunca comecei. Sim, porque eu sou organizada a ponto de ter uma pasta para cada especialidade médica, embora não seja organizada o suficiente para fazer o que me pedem na prática! Foi lá que eu achei um tratamento indicado no começo do ano pela minha médica de uso de um ácido no rosto por três meses que prometeria uma renovação da pele, diminuição das manchas e suavização das ruguinhas. Detalhe: esse ácido deixa a pele extremamente sensível, e só deve ser usado no inverno, e ainda com muito protetor solar. Além dele, achei a receita para um tratamento intensivo contra o herpes (tenho herpes de baixa imunidade e luto contra ele por anos), para também ser feito no inverno, quando a minha resistência tende a cair devido ao frio. Também achei um tratamento esfoliante para as manchas que tenho nas costas, que segundo o meu namorado são imperceptíveis, mas eu acho que faz parte da cartilha de um bom namorado fazer de tudo para nos convencer que é tudo paranóia da nossa cabeça!

E então eu resolvi que seria o melhor momento para eu começar a fazer esses tratamentos já que mais do que nunca, estou precisando me cuidar. E me cuidar significa cuidar da pele, do corpo, da minha auto-estima. E lá fui eu hoje de manhã na farmácia comprar tudo o que é preciso para começar os meus tratamentos de inverno. E saber que estou aproveitando a temporada nebulosa de frio para fazer algo bom para mim, deu uma melhorada e tanto no meu astral.


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quinta-feira, 19 de maio de 2011

Dia 114 – Velho amigo

A primeira decisão sábia que tomei nos últimos tempos foi ter voltado a escrever. Ontem estive muito, mas muito perto, de num ato de frustração intensa, sair andando do meu trabalho e largar o meu emprego! Se eu não tivesse parado por uns minutos e escrito o post de ontem, provavelmente teria feito isso mesmo. Decisão sábia 2: não sair do emprego por motivos fúteis. Que alívio saber que as coisas estão sob controle!

Aproveitei que a cabeça tinha esfriado e fui encontrar com dois amigos que não via há meses. Foi uma noite incrível, com ótimas histórias e muitas xícaras de chá de erva-doce para me esquecer do frio. Dei risada como não dava há muito tempo, e me senti tão bem ali, naquela mesinha apertada de um café 24hs, que nem vi a hora passar! Voltei para casa linda e bela no meio da madrugada, sem nem me importar com a abstinência de sono que teria que enfrentar no dia seguinte. Decisão sábia 3: me obrigar a sair de casa quando eu não tinha nenhum bom motivo para ficar.

Mas hoje, assim que acordei de manhã, recebi logo uma bomba. Um aluno da USP foi morto com um tiro na cabeça numa tentativa de assalto dentro do campus, ontem à noite. E aí eu esperei... Esperei vir a indignação para me juntar aos protestos dos alunos, esperei vir a revolta contra esse mundo injusto, esperei vir a raiva contra pessoas que conseguem matar um garoto de 24 anos a sangue frio, esperei vir o medo de andar sozinha por aquele lugar que eu amo tanto... 

Nada. Absolutamente nada...

O que aconteceu hoje comigo que me fez ficar tão insensível diante de um acontecimento que teria me feito chorar em público como uma criança? Cadê o meu instinto de sobrevivência que faria meu coração bater enquanto atravesso aquelas praças até o ponto de ônibus?

Seria o limbo emocional resolvendo dar as caras?

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quarta-feira, 18 de maio de 2011

Dia 113 – Depressão Sazonal


Eu tinha decidido que não iria comentar sobre isso aqui no blog. Decidi isso porque achei que esse ano se eu não passasse completamente ilesa, pelo menos os sintomas seriam quase imperceptíveis. Afinal completo dois anos de terapia e junto com ela tenho feito todo um trabalho sério de construção emocional, do qual, aliás, esse blog faz parte.

Mas, há um pouco menos de um mês ela veio. E veio com tudo. E eu que estava esperando no máximo uma marolinha, recebi um tornado direto na cara. Alguém que passa por aqui também sofre de Depressão Sazonal?

“O animus sempre acaba se desgastando. Não se trata de uma hipótese; trata-se, sim, de quando isso vai ocorrer. Levar a cabo longas empreitadas, tais como diplomar-se, concluir um original, completar uma obra, cuidar de uma pessoa enferma, todas essas atividades apresentam momentos em que a energia que um dia foi jovem fica velha e cai prostrada sem conseguir ir adiante.”

É algo tão absurdamente estranho, que muitos médicos nem enquadram isso entre os distúrbios emocionais. Existem várias explicações para esse fenômeno, mas na minha opinião não adianta os médicos ficarem debatendo se existe ou não e por que existe. Depressão Sazonal é que nem TPM: quem tem sabe que existe. E que quando ela vem, o bicho pega.

Assim que senti os primeiros sinais me preparei para ver se conseguia construir um abrigo seguro e quentinho para esperar o tornado passar. Mas não tem jeito. O negócio vem de dentro e não de fora. Quando aceitei que teria que passar por mais um período turbulento desses me veio a idéia de parar o blog. De parar de sair. De parar de ver meus amigos. Porque devido às experiências passadas sei que quando ela vem a minha vida fica uma porcaria, o mundo injusto e as pessoas cruéis. E que eu quero fugir.

Fugir para onde? Sinceramente eu nunca sei. Mas me vem essa vontade absurda de fugir. De fugir rápido o suficiente para deixar tudo para trás. Me dá uma vontade louca de me enfiar debaixo dos cobertores e só sair meses depois. De pedir férias do namorado, do emprego, da vida. Já perdi as contas de quantos empregos larguei no inverno. Relacionamentos foram dois. Entrei no limbo quatro vezes e larguei três faculdades. Sempre no inverno. Nesse inverno seco e nublado de São Paulo que é um inverno da alma para mim.

Os médicos dizem que é abstinência de luz, que algumas pessoas são tão sensíveis a essa mudança de luminosidade que o corpo produz menos serotonina do que o necessário. Os psicólogos dizem que a depressão sazonal acontece porque marcamos o inverno no nosso subconsciente como uma época ruim. Clarisse já escreveu diversas vezes sobre os nossos ciclos emocionais naturais, que têm épocas de rios transbordantes e épocas de estiagem, e sobre as forças da natureza da vida-morte-vida.

“Grande parte do nosso conhecimento da natureza da vida-morte-vida é contaminada pelo nosso medo da morte. Portanto, nossa capacidade para acompanhar os ciclos da natureza da vida-morte-vida é muito frágil. Essas forças não ‘fazem’ nada contra nós. (...) Não, não, as forças da vida-morte-vida fazem parte da nossa própria natureza, como uma autoridade interna que sabe os passos, que conhece a dança da vida e da morte. Ela é composta pelas partes de nós mesmas que sabem quando algo pode e deve nascer e morrer.”

Como se prepara para isso? Sabendo que ela vem, podemos fazer algo a respeito? Eu realmente espero que sim. Quero manter em mente que isso é sazonal e que passa. Que esses ciclos fazem parte da natureza da vida-morte-vida. Tudo precisa morrer para renascer. Uma nova etapa só se inicia quando uma outra termina. Uma nova você só aparece quando a velha você morre. A natureza nos mostra essa verdade o tempo inteiro: a primavera só vem depois do inverno, o sol depois da tempestade, o dia depois da noite.

“Sem o conhecimento dessa dança, a pessoa tem a tendência, durante vários períodos de águas paradas, a traduzir a necessidade de atividade nova e pessoal em gastos excessivos, em exposição a riscos, em escolhas irresponsáveis, na procura de um novo parceiro. Esse é o jeito do tolo ou do pateta. É a solução dos que não sabem.”

“A energia, o sentimento, a intimidade, a solidão, o desejo, o tédio, todos aumentam e diminuem em ciclos relativamente comprimidos. Nosso desejo de proximidade, e de separação, alterna ciclos de crescimento e de declínio. A natureza da vida-morte-vida não só nos ensina a acompanhar esses ciclos na dança, mas nos mostra que a solução para o mal-estar está sempre no contrário. Portanto, novas atividades são a cura para o tédio; a intimidade é a cura para a solidão; a solidão é a cura para a sensação de falta de espaço.”

Então vamos escrever! Porque é desabafando e gritando as dores para o mundo que nos tornamos mais conscientes delas. Já aviso para quem aparecer aqui nos próximos meses que podem encontrar posts com teor resmungão e mensagens que trazem a sensação de chorar na cama abraçada aos joelhos.

E que assim será, porque se é de mais um inverno que eu preciso é porque uma nova primavera virá.


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terça-feira, 26 de abril de 2011

Dia 112 – Créditos de Ontem

Pois é, finalmente descobri o autor da lista que eu publiquei ontem. Nada como jogar a pergunta na rede, não é? O nome dele é Wayne W. Dyer, e é escritor de livros de auto-desenvolvimento. Só achei os textos originais, então preciso avisar: meu inglês é péssimo, precisei da ajuda do Google translator e ainda peguei apenas trechos que resumiam a idéia central. Então, se vocês quiserem mais, já sabem: Google nele!

Sete Passos para Ultrapassar o Jugo do Ego (Wayne W. Dyer)

Aqui estão sete sugestões para ajudá-lo a transcender idéias arraigadas acerca da auto-estima. Todas elas são concebidas para ajudá-lo a impedir que se identifique falsamente com o auto-importante ego.

Pare de se sentir ofendido

O comportamento dos outros não é algo para ser combatido. O que o ofende só o torna mais fraco. Se estiver à procura de ocasiões para se sentir ofendido, irá descobri-las por todos os lados. Trata-se do seu ego funcionando para convencê-lo de que o mundo não deveria ser como é. Por todos os meios, aja no sentido de erradicar os horrores do mundo que emanam da identificação massiva com o ego, mas fique em paz. Sentir-se ofendido cria a mesma energia destrutiva que o ofendeu em primeiro lugar e leva-o ao ataque, ao contra-ataque e à guerra.

Deixe ir a sua necessidade de vencer

O ego adora dividir-nos em vencedores e perdedores. O objetivo de ganhar é um meio infalível para evitar que a consciência entre em contato com a intuição. Por quê? Porque, em última instância, é impossível ganhar sempre. Alguém por aí vai ser mais rápido, ter mais sorte, ser mais jovem, mais forte e mais esperto e você vai voltar a sentir-se inútil e insignificante. Você não é os seus ganhos ou as suas vitórias. Pode gostar de competir e de se divertir num mundo em que vencer é tudo, mas não tem que estar lá nos seus pensamentos. Tudo o que você pode dizer é que, num dado dia, chegou a um determinado nível em comparação com os níveis dos outros, nesse mesmo dia. Mas hoje é outro dia, com outros competidores e novas circunstâncias para considerar. Deixe ir a necessidade de ganhar ao não concordar que o oposto de ganhar seja perder. Seja o observador, reparando e desfrutando de tudo sem a necessidade de ganhar um troféu.

Deixe ir a sua necessidade de ter razão

O ego é a fonte de imensos conflitos e dissensões porque o empurra na direção de fazer dos outros errados. Quando você é hostil, desconectou-se do poder da intuição. Deixar ir a sua necessidade de estar certo nas suas discussões e relações é como dizer ao ego ‘Eu não sou um escravo seu’. Mas tenha em mente que o ego é um combatente determinado. Já vi pessoas terminarem relações, de outro modo bonitas, por aderirem à sua necessidade de estarem certas. Eu incito-o a deixar ir esta necessidade condutora do ego de ter razão parando você mesmo no meio de uma discussão e perguntando-se ‘Quero ter razão ou quero ser feliz?’.

Deixe ir a sua necessidade de ser superior

A verdadeira nobreza não tem a ver com ser melhor do que ninguém. Tem a ver com ser melhor do que você costumava ser. Fique centrado no seu crescimento, com uma consciência constante de que ninguém que está no planeta é melhor do que ninguém. Não avalie os outros com base na sua aparência, realizações, posses e outros indícios do ego. Quando você projeta sentimentos de superioridade é o que recebe de volta, levando a ressentimentos e, afinal de contas a sentimentos hostis. A necessidade é estabelecida por um defeito visto no outro, e mantida por procurar e manter claro todas as faltas que possa perceber.

Deixe ir a sua necessidade de ter mais

O mantra do ego é mais. Nunca está satisfeito. Não importa o quanto você realize ou adquira, o seu ego vai insistir que não é suficiente. Vai encontrar-se num estado perpétuo de esforço e eliminar qualquer possibilidade de alguma vez chegar lá. No entanto, na realidade você já chegou e como escolhe usar este momento presente da sua vida é sua escolha. Desde que esteja desapegado da necessidade, vai achar mais fácil transmiti-lo aos outros porque percebe como precisa de pouco para estar satisfeito e em paz.

Deixe de se identificar com base nas suas realizações

Este pode ser um conceito difícil se você pensar que é as suas realizações. Posso ouvir o seu ego protestando em voz alta. Não obstante, permaneça sintonizado com esta idéia. Note tudo isso e esteja grato pelas capacidades que tem acumulado. Quanto menos precisar ter os créditos pelas suas realizações mais você é livre para realizar e mais lhe será mostrado.

Deixe ir a sua reputação

A sua reputação não está localizada em você. Ela reside na mente dos outros. Portanto, você não tem controlo sobre ela de todo. Se você falar com 30 pessoas, terá 30 reputações. Se estiver excessivamente preocupado com a forma como vai ser apreendido por todos, então deixou que as opiniões dos outros o orientassem. Trata-se do seu ego funcionando.


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segunda-feira, 25 de abril de 2011

Dia 111 – Sete Passos para Ultrapassar o Jugo do Ego

Faz algum tempo recebi de uma amiga no Facebook uma citação linda de 7 passos para se libertar do domínio do seu Ego. Escrevi alguns rascunhos sobre isso, mas não cheguei a publicar porque não achei o autor dessa listinha (se alguém souber me avise por comentários que eu terei o maior prazer de publicar!).

Já conversamos bastante aqui no blog sobre a situação desesperadora que pode chegar uma mulher quando ela permite que sua alma seja completamente dominada pelo seu Ego. Compartilhei o conto Pele de Foca, Pele de Alma (http://tinyurl.com/3sbd6pk) e também publiquei o post Dia 66 – Ego X Alma (http://tinyurl.com/3rzlcts).

Mas o que eu achei mais bacana dessa lista de passos é que eles resumem os 7 maiores obstáculos que temos na vida para reencontrar a nossa essência. Vivemos num ambiente social extremamente integrado e estamos habituados a usar diversas máscaras para interagir com as outras pessoas. Quando construímos nossos planos de vida em cima de uma imagem que consideramos perfeita e levamos em conta demais o que os outros pensam dessa imagem que idealizamos, estamos a um passo de nos perder nesse jogo de forças. Então, decidi compartilhar com vocês esses passos de extrema sabedoria:

Sete Passos para Ultrapassar o Jugo do Ego:
1. Pare de se sentir ofendido
2. Deixe ir a sua necessidade de vencer
3. Deixe ir a sua necessidade de ter razão
4. Deixe ir a sua necessidade de ser superior
5. Deixe ir a sua necessidade de ter mais
6. Deixe de se identificar com base nas suas realizações
7. Deixe ir a sua reputação

1. Pare de se sentir ofendido

Eu tenho o péssimo hábito de me sentir ofendida com praticamente tudo o que dizem a meu respeito. Isso é tão sério, mas tão sério, que consigo inclusive ficar ofendida quando falam algo a respeito de outra pessoa que não sou eu. Costumo levar as coisas sempre pro lado pessoal, e sempre acho que quando alguém compartilha uma opinião que discordo, está fazendo isso propositalmente para me atingir. Isso mesmo Vero, e o mundo gira ao seu redor não é mesmo?

2. Deixe ir a sua necessidade de vencer

Esse vencer pode assumir a forma de uma dezena de coisas diferentes. Eu vivo tendo essa conversa com meu namorado. Ele é um cara muito trabalhador, e já se sacrificou bastante na vida, mas nunca nada veio fácil para ele. Mesmo com o maior dos esforços os resultados eram sempre absurdamente pequenos. Com o tempo ele começou a ficar com raiva das pessoas que considerava menos competentes, focadas ou trabalhadoras do que ele, mas que tinham resultados incríveis na vida sem fazer grande esforço. Eu vivo dizendo para meu namorado que a gente tem que fazer o melhor com o que a gente tem. E ficar satisfeito com o trabalho bem feito.

3. Deixe ir a sua necessidade de ter razão

É melhor ser feliz do que ter razão, vive repetindo um amigo meu que acha que eu tenho uma tendência adolescente de comprar brigas. Ele tem razão, eu sei. Mas quando vejo eu já estou lá, novamente tentando provar que quem está certa sou eu!

4. Deixe ir a sua necessidade de ser superior

Ter o melhor parceiro, o melhor emprego, o melhor salário, as melhores roupas. Querer o melhor corpo, o melhor cabelo, a melhor pele. Ser mais inteligente, mais bonita, mais desejada. Ter mais amigos, mais sexo, mais dinheiro. Fazer mais viagens, ir a mais festas, conhecer mais gente. Trabalhar mais, se divertir mais, sair mais. Do que quem? Do que os outros, lógico. Já dizia minha mãe que se uma mulher caísse numa ilha deserta deixava de se depilar para todo o sempre. De fato!

5. Deixe ir a sua necessidade de ter mais

Ter mais do que se tem hoje. Passo duvidoso. Sempre queira ter mais encanto, mais brilho na sua vida do que tem hoje. Tente sim ter mais experiências, se satisfazer mais, ter mais prazer. Todas essas coisas intangíveis e imateriais são sempre bem vindas. Mas quanto as coisas materiais, sabemos exatamente o que de fato precisamos ter, e o que é absolutamente supérfluo.

6. Deixe de se identificar com base nas suas realizações

Outro pecado capital da Vero. Quando minha auto-estima cai a primeira coisa que penso é: ‘Você não realizou nada na sua vida!’. E claro, esse realizar é sempre em termos de carreira e dinheiro. São nossos valores e nossa história quem nos identifica Vero, repita isso como um mantra.

7. Deixe ir a sua reputação

Porque não precisamos viver de imagem, embora o mundo tente nos convencer do contrário. Quem pensa qualquer coisa a seu respeito que não for amorosa não é bem vindo na sua vida. Ponto.


Lição do Dia: Repetir como um mantra. Sempre. Para sempre.


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