terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Dia 88 – Mulher solteira procura (republicado)

Para continuarmos com o nosso estudo do livro vou republicar os últimos 4 posts sobre o conto iniciado em dezembro passado.

Capítulo 10 – As águas claras: O sustento da vida criativa

Contos: La Llorona, A Menininha dos Fósforos e Os três Cabelos de Ouro
(Link para as três histórias completas no menu à direita)

A poluição da alma selvagem

“Esse conto emprega as imagens da bela mulher e do puro rio da vida para descrever o processo criador da mulher num estado normal. Aqui, porém, quando ele interage com um espírito destrutivo, tanto a mulher quanto o rio decaem. É então que a mulher cuja vida criativa está definhando vivencia, como La Llorona, uma sensação de envenenamento, de deformação, um impulso para acabar com tudo. Em seguida, ela é levada a uma procura aparentemente interminável do seu potencial criativo original, em meio aos destroços.”

Sim, eu sei muito bem o que é isso. Quando as pessoas escutam sobre a minha história se perguntam: porque raios você começa milhares de coisas e larga todas sem terminar? Porque eu estou procurando desesperadamente por algo. Alguma fagulha, alguma luz, alguma saída. Quero encontrar aquilo que eu olhe e ame, quero me sentir plena, como se eu estive no lugar certo o tempo inteiro não importa aonde eu estiver. Estou procurando meu potencial criativo em meio aos destroços.

Como até hoje eu não encontrei o que eu estava procurando, me fixei na idéia de que eu estava procurando no lugar errado. Então gastei mais energia e tempo ainda tentando o maior número de caminhos possíveis! E todos eles me levaram para a aridez. Será então que não era que eu estava no caminho errado, mas sim que eu estava procurando a coisa errada? Será que em vez de achar respostas eu deveria estar buscando aprender a fazer as perguntas? Será que em vez de buscar conquistas, eu deveria aprender a criar conquistas?

Como posso verdadeiramente estar buscando meu pleno potencial criativo se eu fico o tempo inteiro me comparando com as pessoas da minha idade que ganham tanto, que tem tantos imóveis, tal carreira bem sucedida, aposentadoria garantida? Como eu posso verdadeiramente me focar apenas nas minhas realizações pessoais se às vezes sucumbo às regras do mundo e me lembro que não tenho o que consideram ‘uma vida adulta’?

Será que não está na hora de eu me colocar diante do mundo e assumir que escolhi um caminho diferente? Não está na hora de gritar aos quatro ventos e para quem quiser escutar que eu não estou interessada nas coisas que dizem que eu preciso? Dizem que quando nós nos pronunciamos em voz alta, recebemos toda a força e a vibração das nossas próprias palavras. Será que está na hora de fazer uma declaração pública?

Pois então lá vai! Querido mundo: não me venha com cargos e rendas, não é isso que eu quero. Não tente me fixar na terra árida com as ilusões de imóveis financiados e famílias de margarina, eu simplesmente não nasci para isso. Não me cobre um salário, um bom emprego, um príncipe encantado. Desde agora eu pronuncio: não estou procurando por nada disso!

“No entanto, como na história, pode acontecer que a vida criativa da mulher seja dominada por algo que deseje fabricar apenas produtos do ego, que não têm nenhum valor psicológico duradouro. Às vezes existem pressões originadas na sua cultura que lhe dizem que suas idéias são inúteis, que ninguém vai se interessar por elas, que é vão o esforço de continuar. Isso é poluição. Isso equivale a derramar chumbo no rio. É isso o que envenena a psique.”

“A satisfação do ego é permissível e importante por si só. O problema reside no fato de que o derramamento de complexos negativos ataca tudo o que significar novidade, tudo o que for novo, que tenha potencial, que tenha acabado de nascer, tudo o que esteja no estado de crisálida, de lacuna, bem como o que estiver já crescido, tudo o que for velho e venerado. Quando há um excesso de fabricação sem alma, os resíduos tóxicos escorrem para o rio límpido, eliminando tanto o impulso criador quanto a energia.”


Lição do Dia: Xô poluição!

Pendências: abandonando de vez as pendências do tipo ‘comprar meu primeiro apartamento em tantos anos’. Isso não é meta pra ninguém, isso é conseqüência.

Leia os três contos: La Llorona, A Menininha dos Fósforos e Os três Cabelos de Ouro: http://querocorrercomoslobos.blogspot.com/p/os-tres-contos-la-llorona-menininha-dos.html

Escreva para a Vero: eueoslobos@gmail.com

Nenhum comentário: