segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Dia 97 – Você está exausta?

Capítulo 10 – As águas claras: O sustento da vida criativa

Contos: La Llorona, A Menininha dos Fósforos e Os três Cabelos de Ouro
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A renovação do fogo criativo

“Imaginemos, portanto, agora que temos tudo reunido, que não temos a menor dúvida quanto ao nosso propósito, que não estamos nos afogando numa fantasia escapista, que estamos integradas e que nossa vida criativa prospera. Precisamos de mais uma qualidade. Precisamos saber o que fazer, não se perdermos nosso foco de atenção, mas quando o perdermos; ou seja, quando estivermos temporariamente desgastadas. O quê? Depois de todo esse esforço, ainda poderíamos perder nosso rumo? Poderíamos, sim, mas ele fica perdido apenas por um tempo limitado, pois é a ordem natural das coisas.”

Exaustão. Que mulher nesse mundo nunca passou por um período onde se sentiu completamente exausta, sem forças para levantar da cama de manhã, tão fraca que até a menor das atividades parecia consumir a última gota que restou de energia vital? Todas nós.

Devemos ficar atentas aos nossos períodos de exaustão porque, como disse sabiamente Clarissa, a questão não é se eles vão ocorrer, é um fato que vão, mas quando eles vão acontecer, para não nos pegar desprevenidas e nos deixar completamente sem rumo.

Muitos dos meus momentos de exaustão foram muito, mas muito intensos, porém foram breves. São aqueles momentos em que sentimos que deveríamos conseguir ser 4 ou 5 ao mesmo tempo, que nosso dia precisaria ter mais de 48 horas, quando não damos conta de todos os setores de nossas vidas que precisamos cuidar, administrar e manter. Nesses momentos aprendi com o livro que devemos praticar a famosa volta ao lar, nos recolher, voltar para o nosso interior, para dentro de nossas almas, até restabelecermos o nosso equilibro.

Outro tipo de exaustão que eu já senti na pele são os momentos em que eu me sinto obrigada a viver minha vida de acordo com as circunstâncias do mundo. Isso acontece quando eu preciso momentaneamente deixar meus objetivos e sonhos pessoais de lado para cuidar de alguma crise urgente. Ter que pausar os estudos para me concentrar na vida profissional, ter que ficar num emprego que não me dá tesão para quitar minhas dívidas, ter que voltar a dividir apartamento por causa de alguma crise financeira, ter que abandonar a minha vida social para cuidar de algum amigo querido ou namorado que esteja precisando do meu apoio incondicional. Nesses momentos meu mundo fica cinza, nublado e chuvoso. Mas como o primeiro tipo, tessa exaustão também é totalmente transitória. Aprendi que nesse tipo de situação o melhor a fazer é encarar o problema, resolver a crise e lembrar que logo menos estaremos de volta ao nosso verdadeiro caminho.

“Nem nós deveríamos entrar em pânico ao perdermos o ímpeto ou o rumo. À sua semelhança, devemos entreter a idéia com tranqüilidade e ficar com ela algum tempo. Quer nosso foco de atenção esteja voltado para o aperfeiçoamento pessoal, para questões do mundo, quer para um relacionamento, isso não importa. O animus sempre acaba se desgastando. Não se trata de uma hipótese; trata-se, sim, de quando isso vai ocorrer. Levar a cabo longas empreitadas, tais como diplomar-se, concluir um original, completar uma obra, cuidar de uma pessoa enferma, todas essas atividades apresentam momentos em que a energia que um dia foi jovem fica velha e cai prostrada sem conseguir ir adiante.”

O último tipo de exaustão é quando eu permaneço por um loooongo período determinada a cumpri certa meta e no meio do caminho cai a ficha de que estou correndo atrás de algo que não faz mais o menos sentido para mim! Eu não sou mais a mesma Vero que era quando comecei a empreitada, e me manter no mesmo caminho é consumir todas as minhas energias e me levar à exaustão. Esse é o momento em que temos que parar e fazer uma reavaliação de metas. Quem trabalha na área corporativa adquiriu o hábito de fazer essa reavaliação de tempos em tempos, disciplinadamente e metodicamente. Mas não são apenas os executivos que devem fazer. Todas nós devemos, em todas as áreas da vida.

Permanecemos meses, às vezes anos, em busca de desejos e objetivos que tínhamos na adolescência ou no início da idade adulta, e não nos damos conta que aquele sonho, não é mais nosso. Que nós mudamos, e hoje temos desejos bem diferentes do que tínhamos no passado. Não percebemos que não foi apenas nós: mas as pessoas ao nosso redor também mudaram! E que um cara que já foi perfeito para ser nosso parceiro de vida, não é mais. Que uma carreira que nos fazia feliz, hoje é motivo de depressão. Que perdemos energia investindo em relacionamentos que só trazem dor.

Reciclar! É isso que o conto “Os Três Cabelos de Ouro” nos ensina: de tempos em tempos devemos parar o que estamos fazendo e reciclar. Devemos reciclar nossos princípios e comportamentos. Reciclar nossos hábitos e nossas relações interpessoais. Devemos reciclar os amigos, os parceiros, os parentes. Reciclar nossos sonhos, reciclar nossas idéias, nossa religião, nossa carreira.

E como fazemos essa reciclagem? Não importa em que setor da sua vida você percebe que está exausta, sem energia e que perdeu o rumo, o caminho é o mesmo:

1 – Jogar Fora: quais pessoas, relacionamentos, quais idéias, hábitos e comportamentos você continua usando, alimentando e investindo, mas que não te servem mais? Quais se tornaram prejudiciais ou simplesmente perderam o valor? Quais coisas, pessoas, ou vínculos costumavam de dar muito prazer e não te dão mais?

2 – Reciclar: das coisas que você ainda gosta, ainda ama e que percebem que ainda traz muito sentido para a sua vida, identifique quais estão defasadas e desgastadas. Acostume-se a repensar nelas, jogar fora as partes que não servem mais e adicionar novas idéias, reciclando o que ainda tem serventia.

“Ora, muitas vezes quando as idéias não estão funcionando bem, ou quando nós não as estamos trabalhando bem, perdemos nosso rumo. Isso faz parte de um ciclo natural e ocorre porque a idéia ficou ultrapassada, ou porque nós perdemos a capacidade de vê-la por um ângulo novo. Nós mesmas ficamos velhas e desconjuntadas como o velho em "Três cabelos de Ouro". Embora haja muitas teorias sobre "bloqueios" criativos, a verdade é que bloqueios brandos vêm e voltam como as condições atmosféricas e como as estações do ano — com as exceções dos bloqueios psicológicos de que falamos anteriormente, como não mergulhar na própria verdade, como o medo da rejeição, o medo de dizer o que se sabe, a preocupação com a própria competência, a poluição da correnteza básica, entre outros.”

“Se você perdeu o rumo para se concentrar, sente-se e fique imóvel. Segure a idéia e a embale. Mantenha uma parte dela, jogue outra parte fora, e ela se renovará. Não é preciso fazer mais nada.”


Lição do Dia: reciclando...

Pendências: sono atrasado não faz bem para ninguém!

Leia os três contos: La Llorona, A Menininha dos Fósforos e Os três Cabelos de Ouro: http://querocorrercomoslobos.blogspot.com/p/os-tres-contos-la-llorona-menininha-dos.html

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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Dia 96 – Você fantasia com o que?

Capítulo 10 – As águas claras: O sustento da vida criativa

Contos: La Llorona, A Menininha dos Fósforos e Os três Cabelos de Ouro
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Afugentando a fantasia criativa

“Existem três tipos de fantasias. O primeiro é a fantasia do prazer: uma espécie de sorvete mental, exclusivamente destinada à fruição, como quando sonhamos de olhos abertos. O segundo tipo de fantasia é a formação intencional de imagens. Essa fantasia é como uma sensação de planejamento. Ela é usada como veículo para nos levar a agir. Todos os sucessos — psicológicos, espirituais, financeiros e criativos — começam com fantasias dessa natureza. E existe ainda o terceiro tipo, aquela fantasia que paralisa tudo. É o tipo de fantasia que impede a ação adequada nos momentos críticos.”

E jogue a primeira pedra quem aqui nunca fantasiou! Quando Clarissa fala sobre nossas fantasias psíquicas ela deixa bem claro que existem algumas que são benéficas para nossa saúde mental e para a nossa vida, e outras que são letais.

As fantasias do primeiro tipo, que ela compara com ‘sorvetes mentais’ são aquelas que nosso cérebro cria apenas para o nosso entretenimento. Assim como as crianças que usam o mundo da fantasia para entreter e para aprender enquanto brincam, assim são as nossas fantasias quando adultos. De olhos abertos, nos deixamos levar pelo prazer de encadear acontecimentos, cenas, diálogos. Eu adoro dizer que é uma das muitas formas dos adultos brincarem, assim como fazem as crianças, é o nosso ‘faz-de-conta’.

O segundo tipo de fantasia é o que a psicologia cognitiva e a programação neuro linguística tanto insiste para que agente faça, faça bem e faça sempre. Visualizar e imaginar novos passos para a nossa vida, situações que queremos viver, lugares que queremos conhecer, e a pessoa que queremos ser não apenas é prazeroso, mas ajuda o nosso cérebro a criar rotas para que esses sonhos sejam transformados em realidade. Muitas das coisas que já fiz na minha vida foram fruto dessas fantasias que me acometiam hora ou outra e me faziam pensar no clássico ‘Porque não?’. Se conseguirmos focar com bastante atenção nessas fantasias, teremos mais chances de alcançar os nossos sonhos e construir o futuro que tanto queremos.

Com o que você costuma fantasiar? Que desejos estão codificados nessas fantasias? Que vida você fantasia em ter? Que pessoa você fantasia em ser? Hora de colocar essas fantasias no papel, e começar a pensar em como pode realizá-las!

O terceiro tipo de fantasia é a que Clarissa chamou de fantasia letal. É aquela fantasia que usamos para nos anestesiar do mundo real, nos isolar dos problemas do dia-a-dia, e fugir das situações que não queremos encarar. È o tipo de fantasia das mulheres que mentem para si mesmas. A vida delas está uma grande porcaria, mas elas insistem em dizer que tudo está mil maravilhas. É a fantasia que uma mulher cria quando está apaixonada e não é correspondida: prefere acreditar que por falta de tempo, porque trabalha muito, ou por qualquer outro motivo, o homem de seus sonhos não pode estar com elas. Porque se pudesse, ele estaria! Mulheres que se relacionam como parceiros abusivos ou indiferentes também costumam criar um mundo de fantasia onde o relacionamento é perfeito e o parceiro, o próprio príncipe encantado.

São essas mulheres que costumam arrumar um milhão e meio de desculpas para não correr atrás dos seus sonhos, encontrando justificativas e poréns em todas as saídas existentes. Elas estão tão inebriadas com a fantasia que criaram, como uma droga, que não conseguem enxergar um palmo diante do nariz.

“É que esse tipo de fantasia nos deixará mortas sem a menor dúvida. Você sabe como essas fantasias letais se apresentam, "Um dia quem sabe..."’’Se ao menos eu tivesse...", "Ele vai mudar..." e "Se eu só aprender a me controlar... quando eu realmente estiver pronta, quando eu tiver XYZ suficiente, quando as crianças crescerem, quando eu me sentir mais segura, quando eu encontrar outra pessoa e logo que eu...", e assim por diante.”

“Isso aparece com evidência na vida da mulher. Ela está determinada a entrar para a faculdade, mas demora três anos para decidir qual prefere. Ela vai fazer aquela série de quadros mas, como não tem um lugar em que possa exibir o conjunto, não dá prioridade à pintura. Ela quer fazer isso ou aquilo, mas não reserva tempo para aprender, para desenvolver bem sua sensibilidade ou sua técnica. Ela tem dez cadernos cheios de sonhos, mas fica enredada no seu fascínio pela interpretação e não consegue pôr em ação seu significado. Ela sabe que deve sair, começar, parar, avançar, mas não faz nada disso.“

Já diz o ditado que as pessoas aprendem pela dor ou pelo amor. Eu concordo plenamente com essa informação. As pessoas aprendem pela dor quando chegam num limite de frustração, de pressão, de vazio, que a única coisa a fazer é ou levantar a bunda da cadeira ou se permitir definhar até o fim. Eu sou do tipo que aprendi realmente pela dor. Acho que só não me perdi no limbo porque estava rodeada de pessoas que me amavam e que me obrigavam a ter uma vida aparentemente normal, enquanto eu reunia forças para sair do poço em que me encontrava. Felizmente, existem pessoas que aprendem pelo amor. E essas, eu admiro como os grandes heróis e heroínas da modernidade. Essas pessoas conseguem ir traçando rotas para a sua vida que se aproximem sempre do que elas consideram ideal, das coisas pelas quais são apaixonadas, e do comportamento que consideram exemplar.

As pessoas que precisam da dor para aprender são as mais capazes de transformar seus sonhos em fantasias letais. Portanto, se você está se identificando com esse grupo, assim como eu, está na hora de cortar esse tipo de fantasia do seu cardápio mental, e começar a alimentar aquelas que vão te motivar a ter uma vida mais realizada. Como eu já disse aqui um milhão de vezes: nossos pensamentos geram nossos sentimentos, que geram nossas decisões, que geram nossas ações, que trazem resultados. Então se você não está satisfeita com os resultados que anda tendo na sua vida, hora de começar a modificar o início da cadeia: os seus pensamentos.

“Quando a mulher tem seus sentimentos congelados, quando ela não consegue mais se sentir, quando seu sangue, sua paixão, não mais atingem as extremidades da sua psique, quando ela está desesperada; em todos esses casos, uma vida de fantasia é muito mais agradável do que qualquer outra coisa ao alcance dos seus olhos. A psique começa a se iludir. Ela agora vive no fogo de fantasia da satisfação de todos os anseios. Esse tipo de fantasia é como uma mentira.  Se você a repetir com bastante freqüência, começará a acreditar nela.”


Lição do Dia: alimentando as fantasias construtivas.

Pendências: dentista, dentista, dentista!

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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Dia 95 – Mudança de comportamento II

Alguém se lembra do texto que escrevi aqui com o título Dia 20 - Quebrando o ciclo do auto-boicote? http://tinyurl.com/6kbcxta

Naquele dia eu estava contando para vocês sobre uma técnica muito bacana que aprendi para quebrar o ciclo do auto-boicote. Resumidamente a técnica te obriga a escolher 5 mudanças de hábito ou comportamento que você deseja realizar e que irá se comprometer a cumprir num determinado período de tempo. Essas mudanças não podem ser escolhidas aleatoriamente. Você deve pensar em tudo, absolutamente tudo o quer mudar na sua vida, e escolher: 2 mudanças que considera difíceis de serem feitas, 1 mudança que considera de dificuldade média, e 2 mudanças fáceis.

A minha listinha no ano passado foi:

Mudanças Difíceis:
- Comer melhor
- Acordar mais cedo

Mudança Média:
- Organizar as minhas finanças

Mudanças Fáceis:
- Começar a estudar
- Cuidar da pele

Os resultados: fico muito orgulhosa ao perceber que estudar diariamente e cuidar da pele duas vezes ao dia já fazem parte do meu dia-a-dia. Viraram hábitos tão naturais que sinto falta deles quando por algum motivo não posso realizá-los. Mas, essas foram as mudanças que eu mesma já havia considerado fáceis, não é mesmo?

Bom, eu realmente consegui ter uma organização das minhas finanças que beira o excelente! Ainda atraso uma conta aqui e outra acolá, mais por falta de dinheiro mesmo do que por desorganização. Hoje consigo dizer com os centavos o quanto ganho, o quanto gasto e o quanto eu consideraria ideal ganhar para estar com a vida financeira mais confortável.

E as mudanças difíceis? Gente, não consegui fazer nenhuma! Feio, feio, feio. Eu fiz essa lista em outubro de 2010 e não havia considerado a lista quitada por causa das malditas mudanças difíceis. Então, resolvi fazer uma nova listinha, mantendo as duas mudanças que eu não consegui concretizar e adicionar novas. Para não me perder no processo de novo, vou me dar o prazo até o final de Março para completá-la.

As mudanças que quero realizar no mês de Março são:

Mudanças Difíceis:
- Comer melhor
- Acordar no horário

Mudança Média:
- Aprender a cozinhar

Mudanças Fáceis:
- Não atrasar para os meus compromissos
- Começar a economizar dinheiro, um pouquinho toda semana.

Essas mudanças precisam ser pensadas e colocadas em prática todos os dias. Focar em cada um desses cinco pontos quando acordar, durante o meu dia, e ir dormir apenas quando eu terminar as tarefas diárias.

Foco, concentração e mudança de comportamento!

Lição do Dia: exercitando meu foco.

Pendências: acho que está na hora de mais um check up médico.

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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Dia 94 – O que significa Resiliência?

Nesse começo do ano aprendi uma palavra nova, que anda pairando pelos meus pensamentos diariamente: resiliência. Vocês conhecem? Vou usar algumas informações que tirei da Wikipédia (sempre ela!) para compartilhar com vocês.

Na Física resiliência é uma propriedade de alguns materiais de acumular energia quando exigidos ou submetidos a estresse sem correr ruptura. Ou seja, é a capacidade de um material voltar ao seu estado normal depois de ter sofrido tensão.

Já na psicologia, resiliência é a característica de quem consegue passar pelas adversidades da vida, se adaptando e evoluindo positivamente diante dessas situações. É a capacidade do indivíduo de lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas - choque, estresse, etc. - sem entrar em surto psicológico. Ela aparece quando alguém se depara com um contexto de tomada de decisão entre a tensão do ambiente e a vontade de vencer.

Foi feito uma pesquisa sobre as pessoas que possuem essa qualidade e identificaram 7 fatores necessários para alguém ter resiliência. Vamos a elas:

- Administração das emoções: manter-se sereno diante de uma situação de estresse.

- Controle dos impulsos: a aprendizagem de não se levar impulsivamente.

- Otimismo: investimento contínuo na esperança e, por isso mesmo, na convicção da capacidade de controlar o destino da vida, mesmo quando o poder de decisão esteja fora das suas mãos.

- Empatia: capacidade que o ser humano tem de compreender os estados psicológicos dos outros (emoções e sentimentos).

- Análise do Ambiente: identificar precisamente as causas dos problemas e das adversidades presentes no ambiente.

- Auto Eficácia: é a crença que alguém tem de que resolverá seus próprios problemas por meio dos recursos que encontra em si mesmo.

- Alcance de Pessoas: é a capacidade de se conectar a outras pessoas com a finalidade de viabilizar a formação de fortes redes de apoio.

Foi em torno do treino e desenvolvimento dessas características que eu defini meus objetivos para esse ano. Quero chegar em dezembro de 2011 uma pessoa com muito mais resiliência  do que tenho hoje.



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domingo, 20 de fevereiro de 2011

Dia 93 – Manual da Criatividade

Capítulo 10 – As águas claras: O sustento da vida criativa

Contos: La Llorona, A Menininha dos Fósforos e Os três Cabelos de Ouro
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Reassumindo o rio

“A natureza da vida-morte-vida faz com que o destino, o relacionamento, o amor, a criatividade e tudo o mais se movimentem em coreografias amplas e selvagens, uma atrás da outra na seguinte ordem: criação, crescimento, poder, dissolução morte, incubação, criação, e assim por diante. A sabotagem ou a ausência de idéias, pensamentos, sentimentos é o resultado de uma corrente tumultuada. Eis como reassumir o rio.”

Aceite o alimento para começar a limpeza do rio. Elementos contaminadores que perturbam o rio ficam óbvios quando a mulher rejeita elogios sinceros acerca da sua vida criativa.”

Eu já havia comentado aqui sobre a dificuldade em aceitar elogios quando falamos sobre o conto O Patinho Feio. Sobre esse assunto eu posso dizer que sou pós-graduada: eu não costumo aceitar elogios facilmente. Quando alguém me elogia, costumo variar entre duas respostas básicas: ‘imagine querido são seus olhos!’ e ‘é óbvio que sou incrível!’ (risada sarcástica).

Porque a dificuldade em aceitar elogios? Tenho certeza que essa resposta varia muito de mulher para mulher, mas para mim é a própria Síndrome do Patinho Feio. Eu simplesmente não me sinto merecedora de um elogio sincero! É como se o meu próprio Self não se sentisse capaz, belo ou merecedor, não se sentisse inteligente, agradável ou carismático, o suficiente para que seja notado dessa forma para os outros.

Veja bem, uma mulher com dificuldade de aceitar um elogio pode parecer apenas humilde, mas na verdade é uma mulher com baixa auto-estima. Para treinar a nossa capacidade de aceitar elogios, tudo começa com o auto-elogio. Se elogie quando resolver um problema, se elogie quando se olhar no espelho, se elogie quando conquistar uma meta! Quando você aceitar que é sim merecedora do seu próprio elogio, vai começar a ver como é fácil aceitar o elogio dos outros.

Seja sensível. Para criar é preciso que sejamos capazes de nos sensibilizar. A criatividade é a capacidade de ser sensível a tudo que nos cerca, a escolher em meio às centenas de possibilidades de pensamento, sentimento, ação e reação, e a reunir tudo isso numa mensagem, expressão ou reação inigualável que transite ímpeto, paixão e determinação.”

Eu lembro quando escrevi aqui sobre a capacidade de sermos heroínas da nossa própria história. Lembre-se que as principais características dos grandes heróis que devemos desenvolver são: a determinação, a paixão pela sua missão de vida e a resiliência.

Seja selvagem. Se quisermos lhe permitir sua liberdade, precisamos deixar que nossa vida ideativa se solte, corra livre, permitindo a vinda de qualquer coisa, a princípio sem censurar nada. Essa é a vida criativa.”

E a melhor forma de fazermos isso é conseguirmos nos libertar da prisão da rotina. Não permita que sua vida, seja qual faceta dela precise melhorar (amorosa, sexual, criativa, familiar), seja aprisionada pelos seus afazeres do dia-a-dia. Não permita viver a sua vida selvagem nos intervalos de tempo que sobrarem! Assuma o compromisso de viver sua vida selvagem todos os dias, em todos os momentos, não importa onde você esteja. Em vez de aprisionar sua vida selvagem numa agenda de compromissos faça o contrário: modele sua agenda de acordo com a sua vida selvagem.

Comece. Se você tiver medo, tiver receio de fracassar, digo-lhe que comece já, fracasse se for preciso, recupere-se, recomece. Se fracassar de novo, fracassou. E daí? Comece novamente. Não é o fracasso que nos detém, mas é a relutância em recomeçar que nos faz estagnar. Se você estiver apavorada, qual é o problema? Se você estiver com medo de que algo vá dar um salto para mordê-la então pelo amor de Deus, resolva isso imediatamente.”

Proteja seu tempo. É assim que se eliminam os poluentes. Conheço uma pintora muito impetuosa nas Montanhas Rochosas que pendura o seguinte cartaz na porta de casa quando ela está disposta a pintar ou a pensar. ‘Hoje estou trabalhando e não vou receber visitas. Sei que você pensa que isso não se aplica a você porque você é o gerente da minha conta no banco, meu agente ou meu melhor amigo. Mas se aplica sim’.”

Infelizmente somos criadas para dar prioridade para tudo mais nessa vida menos pra gente. Inverter esse jogo foi uma das conquistas mais importantes e mais difíceis que já tive na vida. Quando eu consegui assumir que nada nesse mundo, mas absolutamente nada mesmo, é mais importante para mim do que eu, as coisas automaticamente começaram a tomar a forma que eu queria.

Proteja sua vida criativa. Se você quiser evitar a hambre del alma, a alma faminta, chame o problema pelo seu verdadeiro nome e trate de consertá-lo. Pratique sua atividade todos os dias. E então, não permita que nenhum homem, mulher, parceiro, amigo, religião, emprego ou voz resmungona venha forçá-la a passar fome. Se necessário, arreganhe os dentes.”

Forje seu verdadeiro trabalho. Construa aquele abrigo de carinho e conhecimento. Transfira sua energia de um lado para o outro. Insista em atingir um equilíbrio entre a responsabilidade prosaica e o êxtase pessoal. Proteja a alma. Insista numa vida criativa de qualidade. Não permita que seus próprios complexos, sua cultura, os dejetos intelectuais ou que qualquer papo-furado político, pedagógico, aristocrático ou pretensioso lhe roubem essa vida.”

Clarissa vive comentando em seu livro na quantidade de pacientes que chegaram no seu consultório praticamente pedindo licença para existir. Como se elas estivessem esperando uma permissão, uma autorização, uma palavra de apoio, para começarem a viver a própria vida. A maior parte das vezes essa passividade é fruto apenas dos complexos negativos da psique da mulher. Outras vezes essa opressão vem do seu próprio ambiente familiar, social ou profissional. Nesse último caso eu sou extremamente a favor do terrorismo. Se imponha nem que para isso você precise jogar umas bombas e queimar alguns ônibus. Arreganhe os dentes, rosne, morda, ataque, faça o que for necessário para proteger seu espaço. Não importa quem ou o que esteja entre você e a vida que quer viver, você não é obrigada a se explicar e nem a justificar suas atitudes e desejos.

Ofereça alimentos para a vida criativa. Embora muitas coisas sejam boas e nutritivas para a alma, a maioria recai num dos quatro grupos básicos de alimentos da Mulher Selvagem: o tempo, a sensação de integração, a paixão e a soberania. Faça estoque deles. Eles mantêm o rio limpo.”


Lição do Dia: aceitando elogios!

Pendências: preciso remodelar a minha agenda de acordo com a vida que eu quero viver.

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sábado, 19 de fevereiro de 2011

Dia 92 – Fique e lute!

Capítulo 10 – As águas claras: O sustento da vida criativa

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O homem do rio

Quero dividir com vocês um sonho que tive esta noite. Bom, sonho modo de dizer, na verdade foi um pesadelo. Um dos pesadelos mais bonitos e simbólicos que tive nos últimos tempos.

Essa noite eu sonhei que estava numa festa ao ar livre, no centro antigo de São Paulo. Deveriam ter muitas pessoas por lá, mas me lembro especificamente de ver uma amiga de infância e meu chefe no meio do povo. A festa acontecia bem ao lado do Cemitério da Consolação. Quando eu cruzei com a amiga de infância me virei para ela e avisei que um dia passeando por aquele cemitério encontrei o túmulo de um antepassado querido dela, mas que ela não deveria ir até lá, porque aquele cemitério era conhecido por ser assombrado.

Ela pareceu concordar mas, de repente, vejo que ela me despistou e saiu correndo ladeira acima para a porta do cemitério. Nesse momento avistei o meu chefe, contei para ele do ocorrido e nós dois subimos a rua para resgatar a minha amiga.

Quando entramos vimos que o cemitério estava todo iluminado, com todas as esculturas de anjos e santos brilhando naquela escuridão, e escutamos sussurros vindo de todas as direções. Meu chefe olhou para mim com gravidade e disse: ‘Essas são as vozes dos antigos Faraós. Você não deve escutar os que eles têm para dizer, nem fazer o que eles te pedirem para fazer’.

De repente, de todos os lados surgiram animais, dos mais diferentes tipos. Coelhos, lobos, pombos, gatos, cachorros, mas todos eles tinham uma coisa em comum: eles eram de cor cinza, quase grafite. Os animais vinham de todos os lados, me cercando, prontos para me atacar, e quanto mais eu corria, mais encurralada eu ficava.

Quando estava perto de ter um ataque de pânico, escutei a voz do meu chefe. Ele estava de pé em cima de uma lápide vendo toda aquela cena, sem se mover para me ajudar. Ele me olhou e disse: ‘Vero, você percebeu que não vai conseguir sair correndo. Abandonar seus problemas é tão típico de você! Mas agora você vai ser obrigada a matá-los um por um, se quiser sair viva daqui.’

Ainda mais horrorizada por ele ter percebido que sim, eu queria sair correndo em vez de ficar e lutar, olhei para ele desesperada e gritei: ‘Porque você está fazendo isso comigo?’. Ele fez um cara de dúvida e disse: ‘Eu? Você acha que isso é um teste? Vero, você não consegue ver o que está acontecendo aqui?’

‘Vero, olho ao seu redor. Você que criou toda essa situação. Foi você que disse para a sua amiga que o túmulo de um antepassado dela estava aqui sabendo que, mesmo alertando-a, ela viria até aqui. Você fez isso para que ela viesse e você tivesse todos os motivos para entrar nesse cemitério atrás dela, que era o lugar aonde você queria estar. Foi você que preparou essa cena. Foi você que criou esses animais e incitou-os a te atacar.’

Cada vez mais desesperada, eu disse: ‘Só alguém muito poderoso poderia criar um situação dessas pela própria vontade.’

No que ele me responde: ‘Sim, você tem razão, só alguém muito poderoso poderia fazer isso. Você é essa pessoa muito poderosa! E você fez tudo isso para que pudesse estar aqui, dessa forma, nesse momento, e conseguisse enfrentar esses animais que estão para te atacar.’

‘Mas é a sua cara mesmo abandonar tudo isso para trás não é? Não vai adiantar fugir, eles ainda estarão aqui. Uma hora ou outra você vai ter que fazer do jeito certo: você tem que matar esses animais. É a única forma’. E aí eu percebo que ele tem razão. Que não havia outra forma de sair dalí. Que eu teria que ficar e lutar. E olhei nos olhos vermelhos daqueles animais e me preparei para ser atacada.

E foi quando acordei, assustada, e vi que tudo não passava de um sonho, e que na verdade eu estava sã e salva na cama do meu namorado, com ele me abraçando ao meu lado.

Porque eu queria tanto compartilhar com vocês esse sonho? O trecho de hoje do livro fala sobre ‘O Homem do Rio’. Na psicologia se diz que todas as mulheres possuem uma figura masculina em suas psiques: o animus, uma força da alma das mulheres e que é considerada masculina.

“O animus pode ser compreendido melhor como uma força que ajuda as mulheres a agir em sua própria defesa no mundo objetivo. O animus ajuda a mulher a expor seus pensamentos e sentimentos íntimos e específicos de um modo concreto em termos emocionais, sexuais, financeiros, criativos e outros. Essa força tem a capacidade de expressar e encenar os desejos do ego, de executar os impulsos e idéias da alma, de despertar a criatividade da mulher de uma forma manifesta e concreta. O aspecto principal do desenvolvimento do animus é a real manifestação de pensamentos, impulsos e idéias muito particulares.”

Olhem só que coisa mais maluca! Exatamente na noite em que tive esse pesadelo eu leio no livro da Clarissa a explicação para ele: o meu chefe, no sonho, era a representação do animus da minha psique, uma personagem masculina que estava lá com a função de me mostrar algo que, sozinha, eu não conseguiria enxergar.

Os animais eram as dificuldades que eu teria que enfrentar para passar pelos desafios e atingir os meus objetivos. Os sussurros dos antigos eram todos os problemas cotidianos, as pessoas e o meu auto-boicote, que eu deveria ignorar para me concentrar apenas na minha tarefa.

A mensagem do sonho então é simples: você vai precisar correr atrás de cada um dos seus objetivos, criar situações onde sua força de ultrapassar os desafios será testada, e combater seus problemas um a um. Ou seja: minha própria alma está gritando para que eu fique e lute, e não para sair correndo na direção oposta dos meus problemas, porque eles não vão desaparecer apenas porque eu estou os ignorando.


Lição do Dia: Fique e lute!

Pendências: Quantos problemas eu larguei sem solução quando fugi?

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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Dia 91 – Vocabulário

Hoje eu estava repassando alguns textos que escrevi aqui e percebi que diversas vezes vou no embalo da Clarissa e uso algumas palavras muito específicas da psicologia. Então caiu a minha ficha de que muitas pessoas que passam por aqui podem não ter tanto conhecimento do vocabulário da psicologia como eu, e isso pode tornar meus comentários um pouco enfadonhos de serem acompanhados.

É um tal de ego, alma, psique pra lá, e animus, arquétipo, subconsciente pra lá, que parece mais que eu estou escrevendo uma tese e não um blog, hehehe! Então hoje resolvi fazer uma espécie de índice com as principais expressões que são usadas no livro e por mim, e o que elas significam em linguagem simples e direta.

Todas as explicações eu tirei e resumi da Wikipédia. Vamos lá:

Psique: o conceito para o self ("si-mesmo”), abrange as idéias de alma e mente.

Arquétipos: são os modelos inatos que servem de matriz para o desenvolvimento da psique. São eles: a persona, a anima, o animus e a sombra.

Persona: função psíquica relacional voltada ao mundo externo, na busca de adaptação social.

- Auto Estima: sentir seu valor como uma pessoa única

- Superego: razão

Sombras: nosso ego mais sombrio, a parte animalesca da personalidade humana.

- ID: instinto e impulsos

- Instinto: impulsos fisiológicos percebidos pelos sentidos.

- Ego: busca da satisfação pessoal

Sonhos: realização dos desejos e equilíbrio por meio da compensação.

Sizígia: se refere aos opostos masculino-feminino na psique:

- Animus: é a personificação do aspecto masculino na mulher.

- Anima: é a personificação do aspecto feminino no homem.

É claro que não querendo transformar esse blog num artigo de psicologia, resumi para conceitos bem básicos mas bons o suficientes para continuarmos com a nossa leitura. Se algum dos meus leitores for da área e discordar de mim, por favor me mande um e-mail!

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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Dia 90 – Eu não vou... (republicado)

Para continuarmos com o nosso estudo do livro vou republicar os últimos 4 posts sobre o conto iniciado em dezembro passado.

Capítulo 10 – As águas claras: O sustento da vida criativa

Contos: La Llorona, A Menininha dos Fósforos e Os três Cabelos de Ouro
(Link para as três histórias completas no menu à direita)

O rio em chamas

“Complexos psicológicos negativos se erguem e questionam seu valor, sua intenção, sua sinceridade e seu talento. Eles também lhe enviam mensagens no sentido de afirmar inequivocamente que você deve trabalhar para "ganhar a vida", fazendo coisas que a deixam exausta, que não lhe permitem nenhum tempo para criar, que destroem sua vontade de imaginar. Alguns dos castigos e das sabotagens preferidos dos complexos malévolos perpetrados contra a criatividade das mulheres giram em torno da promessa feita ao self da alma de que terá "tempo para criar" em algum ponto no futuro remoto.”

Nossa, e como os nossos complexos psicológicos negativos nos torturam não é? Percebo agora que há anos eu tenho acreditado em suas mensagens. Não é uma loucura que eu não permita que ninguém ao meu redor julgue os meus sonhos, mas permito que o complexo negativo dentro da minha psique o faça?

No final desse ano eu comecei a estudar um pouco mais sobre a PNL (Programação Neuro Lingüística) que estuda os resultados na nossa vida prática de mudanças no padrão dos nossos pensamentos. A lógica é simples: pensamentos geram sentimentos, sentimentos geram comportamentos, comportamentos geram ações, ações geram resultados. A maior parte das pessoas empaca exatamente na fase dos pensamentos. Se escutarmos os complexos negativos de nossa psique vamos gerar sentimentos ruins de impotência e falta de capacidade, que vão nos fazer auto-boicotar nossas ações e gerar resultados que não queremos ou simplesmente não gerar nada.

A primeira vez que escutei sobre isso pensei ‘Nossa, mas é óbvio! É só mentalizar nas coisas que quero parar de fazer!’. Mas de nada adiantou... Por quê?

Um dos exercícios mais básicos da PNL nos mostra qual o grande problema das frases negativas: nos sempre fazemos o que nos dizem para não fazer. Exemplo:

Não pense num urso polar!!!

Automaticamente pensamos num urso polar. Nosso cérebro não entende o não no começo da frase, então fazemos exatamente o contrário do que falamos. Por muito tempo eu tentei variadas técnicas de mudança de pensamento e todas deram errado. Eu ficava repetindo mentalmente: ‘não vou focar nos problemas’, e focava cada vez mais nos problemas, ‘eu não vou ficar triste’, e automaticamente eu me lembrava de porque estava triste e ficava mais triste ainda.

Então eu comecei a entender que eu deveria formular essas ordens mentais de uma forma diferente: transformá-las em frases positivas de afirmação. Vou contar para vocês como estou destruindo algumas mensagens do meu complexo negativo:

Enquanto você não tiver um diploma ninguém vai te dar valor (complexo negativo)
Eu não vou acreditar que meu valor se reduz a um diploma (foco no diploma)
Minha experiência é o que tem mais valor (foco na experiência)

Você nunca vai ganhar dinheiro porque seu currículo é todo retalhado (complexo negativo)
Eu não vou subestimar o meu currículo (foco no currículo)
Meu currículo conta a minha história e eu tenho orgulho dela! (foco na minha história)

Primeiro compre o seu apartamento, depois faça o que gosta (complexo negativo)
Eu não considero a compra de um apartamento uma meta (foco na compra do imóvel)
Minha meta são as experiências de vida (foco nas experiências de vida)

Você é irresponsável (complexo negativo)
Eu não sou responsável com o que não faz sentido para mim (foco em não ser responsável)
Eu sou responsável com o que acredito (foco em ser responsável)

Você não é uma pessoa criativa (complexo negativo)
Eu só não sou criativa com as artes (foco em não ser criativa)
Eu sou criativa na resolução de problemas (foco em ser criativa)

Pare de sonhar e comece a juntar dinheiro (complexo negativo)
Eu não vou focar no dinheiro (foco no dinheiro)
Dinheiro para mim é conseqüência de um trabalho bem feito (foco no trabalho)

Embora ainda não esteja vendo resultados concretos (porque afinal eles não caem do céu apenas com a boa vontade) já estou sentindo um grande alívio emocional. Ainda não consegui modificar 100% dos meus comportamentos e ações, mas já estou sentindo uma paz crescer dentro de mim na medida em que os complexos negativos perdem a sua força.

“Pode acontecer que as vozes sussurrem, "Só se você terminar o doutorado, sua obra será decente. Só se você for elogiada pela rainha; só se você receber o prêmio tal, só se sua obra sair na revista tal, só se, só se, só se." Essa atitude de condicionar o impulso criativo equivale a entupir a alma com alimentos que não nutrem. Uma coisa é receber qualquer tipo de comida, outra bem diferente é ser realmente nutrida. Com enorme freqüência, a lógica do complexo é extremamente falha, muito embora ele tente convencê-la do contrário.”

“No processo de criação envenenado ou paralisado, a mulher oferece ao belo self da alma "comida de mentirinha". Ela tenta ignorar a condição do espírito. Assim, ela consegue freqüentar um "seminariozinho" aqui, um "cursinho" ali, arranja um "tempinho" para ler mais adiante. Mas, no final das contas, falta a substância. A mulher não está enganando ninguém a não ser a si mesma.”


Lição do Dia: destruição em massa dos complexos negativos

Pendências: separando o meu foco de verdade do foco dos meus complexos negativos.

Leia os três contos: La Llorona, A Menininha dos Fósforos e Os três Cabelos de Ouro: http://querocorrercomoslobos.blogspot.com/p/os-tres-contos-la-llorona-menininha-dos.html

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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Dia 89 – E a idéia empaca (republicado)

Para continuarmos com o nosso estudo do livro vou republicar os últimos 4 posts sobre o conto iniciado em dezembro passado.

Capítulo 10 – As águas claras: O sustento da vida criativa

Contos: La Llorona, A Menininha dos Fósforos e Os três Cabelos de Ouro
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O veneno no rio

Clarissa nos conta que qualquer tipo de criação envolve cinco etapas básicas: a inspiração, a concentração, a organização, a implementação e a manutenção. Uma mulher que esteja enfrentando muitas dificuldades em sua vida criativa provavelmente está bloqueada nesse processo. Algumas têm várias etapas desse processo com problemas, mas a grande maioria tem uma etapa especificamente problemática, que atrapalha todo o resto.

Vamos por etapas.

Inspiração: estamos conseguindo nos inspirar? Porque muitas vezes buscamos que as coisas do mundo externo nos tragam inspiração como num passe de mágica! O mundo em que vivemos é algo extraordinário, extremamente fértil, e muito, mas muito bonito. Se não estamos percebendo essas coisas do mundo, talvez estejamos muito focadas em tarefas de pouca importância espiritual. Quantas coisas costumávamos fazer em tempos passados que nos inspiravam e não fazemos mais? Quantas vezes acordamos de manhã dispostas a olhar para o mundo como fonte de inspiração? Será que não somos nós mesmas que estamos bloqueando a inspiração?

Concentração: na história passada estávamos falando sobre a necessidade de fazer a volta ao lar. Um lugar onde entramos em solidão voluntário, e nos permitimos sentir a nossa própria companhia e entrar em contato com os lugares mais profundos da nossa psique. A nossa ‘casa’ psíquica é o melhor lugar para que a gente consiga concentração necessária para criar idéias. Com a as distrações do dia-a-dia, das pessoas à nossa volta, das responsabilidades profissionais, fica realmente muito difícil nos concentrar. E não me venham com desculpas de que ‘o mundo precisa de mim’, você é responsável também para dar espaço aos seus próprios trabalhos criativos.

Organização: eu vejo muitas pessoas se perdendo no meio do processo criativo por excesso de organização e não por falta dela. Costumamos fazer uma lista de mil coisas que precisam estar perfeitas antes de começarmos, mil tarefas de introdução necessárias, mil coisas que precisamos comprar e fazer antes disso. E nunca começamos. A organização pode tanto ser uma dádiva quanto uma maldição. Você tem o mínimo necessário para começar a trabalhar? Então comece. Agora!

Implementação: essa é a etapa onde eu tenho uma grande dificuldade. Eu me inspiro, eu me concentro, eu me organizo e.... nada da coisa rolar na prática! Infelizmente quando a nossa idéia precisa ser implementada na vida prática percebemos que vamos ter que achar espaço e tempo para ela. E uma vez que ela está pronta, é exatamente o que devemos fazer. Nada adianta estar com a idéia pronta, e nunca conseguir achar um pequeno espaço para que ela seja colocada em prática. Minha mãe, por exemplo, tem mais de dez livros escritos em casa. Mas nunca deu espaço no seu cotidiano para que fizesse os telefonemas necessários, fosse até as editoras, colocasse seus livros à prova. Medo do fracasso, preguiça, falta de saco? O que anda impedindo você de colocar as suas idéias em prática?

Manutenção: ok, chegamos até aqui e você pensa que o pior já passou não é? Engano seu. Quando escrevi que chegou a hora de eu começar a gerar novas coisas também me esqueci que o trabalho final vem depois dessa geração. Como uma mãe que gera um bebê por nove meses, por acaso o trabalho dela acaba no parto? Não! É no parto que o trabalho verdadeiramente começa. Assim nossos projetos e idéias também são bebês: precisam ser cuidados, banhados, alimentados, ninados. Caso contrário de nada adiantou toda a energia gasta na concepção e gestação, sem os cuidados e as manutenções seu projeto tende a definhar até morrer.

“Como pode a vida criativa da mulher ser poluída? Esse enlameamento da vida criativa invade todas as cinco fases da criação: a inspiração, a concentração, a organização, a implementação e a manutenção. As mulheres que perderam uma ou mais dessas fases relatam que não "conseguem pensar" em nada de novo, de útil ou que desperte sua empatia. Elas se vêem facilmente ''perturbadas" por casos de amor, pelo excesso de trabalho, pelo excesso de lazer, pela fadiga ou pelo receio de fracassar. Por vezes, elas não conseguem dominar a mecânica da organização, e seus projetos acabam espalhados por aí em centenas de lugares, aos pedaços.“

“Às vezes, a mulher tropeça na própria introversão e quer simplesmente que as coisas existam só porque ela deseja. Ela pode acreditar que basta pensar que a idéia é suficientemente boa e que não há necessidade de nenhuma manifestação externa. Só que ela se sente despojada e incompleta do mesmo jeito. Todas essas são manifestações de poluição no rio. O que está sendo fabricado não é a vida, mas algo que inibe a vida.”


Lição do Dia: focando bastante na etapa da implementação.

Pendências: quantas das minhas idéias e projetos estão empacadas nessa fase?

Leia os três contos: La Llorona, A Menininha dos Fósforos e Os três Cabelos de Ouro: http://querocorrercomoslobos.blogspot.com/p/os-tres-contos-la-llorona-menininha-dos.html

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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Dia 88 – Mulher solteira procura (republicado)

Para continuarmos com o nosso estudo do livro vou republicar os últimos 4 posts sobre o conto iniciado em dezembro passado.

Capítulo 10 – As águas claras: O sustento da vida criativa

Contos: La Llorona, A Menininha dos Fósforos e Os três Cabelos de Ouro
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A poluição da alma selvagem

“Esse conto emprega as imagens da bela mulher e do puro rio da vida para descrever o processo criador da mulher num estado normal. Aqui, porém, quando ele interage com um espírito destrutivo, tanto a mulher quanto o rio decaem. É então que a mulher cuja vida criativa está definhando vivencia, como La Llorona, uma sensação de envenenamento, de deformação, um impulso para acabar com tudo. Em seguida, ela é levada a uma procura aparentemente interminável do seu potencial criativo original, em meio aos destroços.”

Sim, eu sei muito bem o que é isso. Quando as pessoas escutam sobre a minha história se perguntam: porque raios você começa milhares de coisas e larga todas sem terminar? Porque eu estou procurando desesperadamente por algo. Alguma fagulha, alguma luz, alguma saída. Quero encontrar aquilo que eu olhe e ame, quero me sentir plena, como se eu estive no lugar certo o tempo inteiro não importa aonde eu estiver. Estou procurando meu potencial criativo em meio aos destroços.

Como até hoje eu não encontrei o que eu estava procurando, me fixei na idéia de que eu estava procurando no lugar errado. Então gastei mais energia e tempo ainda tentando o maior número de caminhos possíveis! E todos eles me levaram para a aridez. Será então que não era que eu estava no caminho errado, mas sim que eu estava procurando a coisa errada? Será que em vez de achar respostas eu deveria estar buscando aprender a fazer as perguntas? Será que em vez de buscar conquistas, eu deveria aprender a criar conquistas?

Como posso verdadeiramente estar buscando meu pleno potencial criativo se eu fico o tempo inteiro me comparando com as pessoas da minha idade que ganham tanto, que tem tantos imóveis, tal carreira bem sucedida, aposentadoria garantida? Como eu posso verdadeiramente me focar apenas nas minhas realizações pessoais se às vezes sucumbo às regras do mundo e me lembro que não tenho o que consideram ‘uma vida adulta’?

Será que não está na hora de eu me colocar diante do mundo e assumir que escolhi um caminho diferente? Não está na hora de gritar aos quatro ventos e para quem quiser escutar que eu não estou interessada nas coisas que dizem que eu preciso? Dizem que quando nós nos pronunciamos em voz alta, recebemos toda a força e a vibração das nossas próprias palavras. Será que está na hora de fazer uma declaração pública?

Pois então lá vai! Querido mundo: não me venha com cargos e rendas, não é isso que eu quero. Não tente me fixar na terra árida com as ilusões de imóveis financiados e famílias de margarina, eu simplesmente não nasci para isso. Não me cobre um salário, um bom emprego, um príncipe encantado. Desde agora eu pronuncio: não estou procurando por nada disso!

“No entanto, como na história, pode acontecer que a vida criativa da mulher seja dominada por algo que deseje fabricar apenas produtos do ego, que não têm nenhum valor psicológico duradouro. Às vezes existem pressões originadas na sua cultura que lhe dizem que suas idéias são inúteis, que ninguém vai se interessar por elas, que é vão o esforço de continuar. Isso é poluição. Isso equivale a derramar chumbo no rio. É isso o que envenena a psique.”

“A satisfação do ego é permissível e importante por si só. O problema reside no fato de que o derramamento de complexos negativos ataca tudo o que significar novidade, tudo o que for novo, que tenha potencial, que tenha acabado de nascer, tudo o que esteja no estado de crisálida, de lacuna, bem como o que estiver já crescido, tudo o que for velho e venerado. Quando há um excesso de fabricação sem alma, os resíduos tóxicos escorrem para o rio límpido, eliminando tanto o impulso criador quanto a energia.”


Lição do Dia: Xô poluição!

Pendências: abandonando de vez as pendências do tipo ‘comprar meu primeiro apartamento em tantos anos’. Isso não é meta pra ninguém, isso é conseqüência.

Leia os três contos: La Llorona, A Menininha dos Fósforos e Os três Cabelos de Ouro: http://querocorrercomoslobos.blogspot.com/p/os-tres-contos-la-llorona-menininha-dos.html

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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Dia 87 – Criativa, eu? (republicado)

Para continuarmos com o nosso estudo do livro vou republicar os últimos 4 posts sobre o conto iniciado em dezembro passado.

Capítulo 10 – As águas claras: O sustento da vida criativa

Contos: La Llorona, A Menininha dos Fósforos e Os três Cabelos de Ouro
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Sabe que eu sempre me considerei uma pessoa sem nenhuma criatividade? Eu via essas pessoas excepcionais ao meu redor escrevendo, pintando, decorando, criando, e pensava: essa coisa de criatividade não é para mim. Passei anos pensando que eu nunca seria uma pessoa criativa, que eu nunca seria aquela mulher que cria novas coisas o tempo inteiro. Cheguei a pensar até que teria que passar o resto da minha vida desenvolvendo projetos alheios, já que minhas idéias eram fracas e definhavam logo depois de nascerem.

O trecho do livro de hoje fala sobre a criatividade inata das mulheres. Logo quando comecei a ler pensei ‘Ah não, não me venham dizer que as mulheres são criativas, porque meu lado criativo do cérebro veio com defeito!’. Mas enquanto lia, percebi que Clarissa chamava criatividade de outra coisa. Ela não estava falando de arte pura, de criar objetos, quadros, danças, tecidos. Ela fala da criatividade no seu nível mais básico: a criatividade que temos para criar a nossa própria vida!

“Por esse motivo, a capacidade criadora da mulher é seu trunfo mais valioso, pois ela é generosa com o mundo externo e nutre a mulher internamente em todos os níveis: psíquico, espiritual, mental, emocional e econômico. A natureza selvagem derrama-se em possibilidades ilimitadas, atua como um canal de vida, revigora, mitiga a sede, sacia a nossa fome pela vida profunda e selvagem. Seria ideal que esse rio criador não fosse represado, não sofresse desvios nem fosse mal utilizado.”

Então tive um grande insight: será que a minha dificuldade de sair de becos sem saída está na falta de criatividade que tenho para criar novas saídas para os problemas da vida?

“Quando a criatividade fica estagnada de uma forma ou de outra, o resultado é sempre o mesmo: uma fome desesperada pelo novo, um enfraquecimento da fecundidade, uma falta de espaço para as formas menores de vida se localizarem nos interstícios das formas maiores de vida, uma impossibilidade de que uma idéia fertilize uma outra, nenhuma ninhada, nenhuma vida nova. Nessas circunstâncias, sentimo-nos doentes e queremos seguir adiante. Vagueamos sem destino, fingindo poder sobreviver sem a exuberância da vida criativa, mas não podemos nem devemos.”

E se isso é verdade, como eu poderia fazer esse rio da criatividade voltar a correr? Como podemos fazer para que nossa alma se torne um terreno fértil onde nascem e vicejam idéias de novos caminhos? Qual é a forma de fazer isso?

Embora Clarissa ainda vai nos falar sobre como dês-represar o rio da criatividade interna, eu comecei a pensar em  algumas questões comigo mesma:
- estou entrando em contato com coisas novas diariamente?
- eu coloco energia suficiente nas idéias que tenho?
- quando me vejo num beco sem saída, penso em novos caminhos ou paraliso?
- que tipo de experiências poderiam me ajudar a ser mais criativa?
- eu já fui especialmente criativa em alguma área e deixei isso morrer?
- estou cercada de pessoas criativas ou monótonas?
- o meio que eu vivo acaba bloqueando o surgimento de novas idéias?
- o meu trabalho diário é minimamente estimulante?
- que tipo de situação ou contexto me estimula?
- a quanto tempo não possuo um hobbie?

“Se ansiamos pela energia criadora; se temos problemas para alcançar os aspectos férteis, imaginativos, formadores de idéias; se temos dificuldade para nos concentrarmos no nosso sonho pessoal, para agir de acordo com ele ou para garantir sua execução, então alguma coisa deu errado no ponto de união das águas das cabeceiras e dos afluentes de um rio. Ou pode ser que as águas criadoras estejam correndo por um meio poluente no qual as formas de vida da imaginação são eliminadas antes que possam atingir a maturidade. Com enorme freqüência, quando uma mulher se vê despojada da sua vida criativa, todas essas circunstâncias estão no cerne da questão.”


Lição do Dia: des-represar o rio da criatividade tem prioridade máxima agora!

Pendências: cruzando os dedos, fé na sorte!

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