sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Dia 13 – Nada mais de “estou com medo”

Capítulo 3 – Farejando os fatos: O resgate da intuição como iniciação

Conto: Vasalisa.
(Link para a história completa no menu à direita)

A oitava tarefa – De pé nas quatro patas

“As tarefas dessa parte da história são as seguintes: assumir um poder imenso de ver e afetar os outros. Ver as situações da própria vida com essa nova luz”.

“Quando a mulher integra esse aspecto de Baba Yaga, ela deixa de aceitar sem questionamento cada sugestão, cada farpa, qualquer coisa que lhe apareça pela frente. Para conquistar um distanciamento mínimo da carinhosa bênção da mãe-boa-demais, a mulher aos poucos aprende não só a olhar, mas a fixar os olhos e vigiar com atenção, e cada vez mais a não ter paciência com gente enfadonha.”

Vocês já repararam o trabalho que dá para a gente se energizar? Quando estamos sem energia, muito cansadas ou irritadas, precisamos de uma puta concentração para nos reequilibrarmos e nos energizarmos de novo. Cada pessoa tem uma técnica para se reequilibrar. No meu caso, eu preciso de um ombro amigo para desabafo e, logo depois, de silêncio e solidão. Todos os dias, se eu não ficar pelo menos 3 horas completamente sozinha e entregue aos meus pensamentos, viro um zumbi. É um momento que eu me concentro e deixo a minha imaginação fluir. Preciso de silencio, uma boa música, estar bem alimentada, e de luzes baixas.

Agora, vocês já repararam como é fácil perder nossas energias? Como é rápido ficarmos desequilibradas? Tem gente que precisa de uma situação estressante, de uma cena triste, de uma agressão verbal. Eu não. Basta uma frase mal colocada, basta um olhar torto, basta 5 minutos perto de alguém estressante e... BUM! Meu nível energético cai quase para zero.

Poxa, essa matemática não está certa: eu perco meu controle em 5 minutos e preciso de 3 horas para recuperá-lo? Não, não está certo. Não vou aqui dar um sermão pseudo-budista que nada deve nos estressar. É fácil demais falar quando tudo está bem e o céu está azul. O que acho é que devemos nos preparar para as coisas que verdadeiramente nos tiram do sério.

Depois da semaninha que eu tive, está difícil achar o meu centro. Para quem não sabe estou vivendo uma das piores crises financeiras da minha vida, nunca tive tantas dívidas e tão pouco controle do meu dinheiro. É angustiante ir todos os dias para o trabalho sabendo que o dinheiro que vou ganhar vai desaparecer no momento que entrar na minha conta bancária. Isso gera um stress absurdo.

Mas o que eu acho incrível nesses momentos é que sinto que minha vida cotidiana virou um castelo de cartas de baralho. È só uma carta cair, que todas as outras vão pro chão junto com ela. Então, em plena sexta-feira, olho para os resultados da semana: desconforto estomacal, dores de cabeça, uma cólica menstrual de uma menstruação fantasma (totalmente psicossomática), insônia, olheiras e o cabelo? Nem me lembre!

Eu pessoalmente, tenho uma dica ótima para servir como guia em qualquer dia, seja dias bons, ou dias daqueles em que tudo dá errado: saiba de cor o que rouba a sua energia.

Poxa, demoramos tanto tempo para nos energizar e aí vem um dia daqueles ou uma semana daquelas, e te nocauteia! Numa das minhas sessões de terapia tive que fazer uma lista mental de coisas e pessoas que roubam minha energia. É divertido, construtivo, e quase nunca paramos para pensar nisso.

Situações que roubam minha energia:

- compromissos sociais encavalados: tenho que almoçar com a minha mãe às 15hs, depois às 16hs tenho que ver meu amigo cujo avô morreu, mas às 16h30 queria ver aquela palestra, e às 17hs prometi para o namorado que ia ver tal peça de teatro com ele do outro lado da cidade.

- tarefas que prometi fazer para os outros: ser uma legítima filha da mãe-boa-demais dá nisso. Mania minha de prometer ajudar os outros em tudo que é tarefa: prometi para a minha mãe que vou levar o carro para fazer inspeção veicular, prometi levar o cachorro do namorado para tomar vacina contra raiva, prometi que vou ajudar meu amigo a comprar um computador, vou ajudar a organizar uma festa para a mãe de uma amiga que se curou de um câncer, e por aí afora...

- não ter tempo para cuidar da minha aparência: tem época que a nossa agenda está tão lotada que pulamos a etapa de cuidar da nossa aparência. Concordo que entre ir ao banco, chegar no horário em uma reunião, e fazer as unhas, eu deixaria a última opção para lá. Mas o problema é que depois de uma semana você se olha no espelho e pensa: “Qual foi a manada de elefantes que me atropelou?”. Cuidados básicos diários não só nos deixam mais bonitas, como também recarregam nossas energias, já que estamos fazendo alguma coisa apenas para nós mesmas.

Pessoas que roubam minha energia:
- pessoas fofoqueiras que não param de falar da vida alheia
- pessoas invasivas, que te dão conselhos sem você pedir
- pessoas esnobes, competitivas e prepotentes
- pessoas que não param de falar nunca, falam alto, e só falam de si
- pessoas para baixo, depressivas e que nos deixam deprimidas junto com elas
- pessoas mentirosas conscientes ou não: quando você mente para si mesma, também está mentindo para mim
- pessoas que julgam tudo e todos,
- pessoas vazias, sem conteúdo, que horas e horas falando não agregaram absolutamente nada à conversa
- pessoas sem senso de humor, que não conseguem rir da vida, ou entender piadas e ironias

Bom, o que isso tem haver com o trecho de hoje do livro? Acho que muitas vezes não temos idéia do quando realmente somos afetados negativamente pelas situações e pessoas ao nosso redor. O importante de saber o que exatamente rouba sua energia e te deixa fraca, é conseguir perceber a tempo quando você está prestes a entrar em contato com elas, e não permitir que isso te afete tanto.

Foi importante para mim, por exemplo, perceber quais situações eu me coloco porque quero, e que sendo ruins eu deveria evitar. As que eu sei que não posso evitar, ou que vieram de repente sem eu pedir, são aquelas que eu devo gritar um NÃO bem alto assim que surgirem, e não permitir que roubem a minha energia. Conseguir falar não traz o controle da nossa vida e do nosso temperamento de volta para nós mesmas.

Não levar desaforo para casa, não permitir maldades e injustiças, não engolir sapos e não aturar gente sem noção. Tudo isso nos fortalece e nos deixa mais conscientes do poder que temos.

E também é bacana perceber o que você precisa fazer para se reequilibrar mais rapidamente. No meu caso: ficar sozinha, apagar as luzes, comer direitinho, cuidar da pele, do cabelo, das unhas, me largar num sofá e permitir que a minha imaginação corra livre. Quanto mais eu manter o hábito diário de fazer essas coisas e de não permitir que as outras pessoas me afetem sem eu querer, mas fácil vai ser controlar um surto de stress ou atravessar uma semana violenta.

Está se sentindo desequilibrada energeticamente? Use a sua intuição e perceba o que costuma te deixar assim e por que. Tente captar como você está afetando os outros, e como permite que os outros te afetem.

“A intuição deve ser consultada a cada passo do caminho, quer o trabalho da mulher seja o de enfrentar um demônio interior, quer seja o de completar alguma tarefa no mundo exterior.”

“Quando uma mulher chega a esse ponto, ela conseguiu largar a proteção da sua mãe-boa-demais interior, aprender a esperar a adversidade no mundo externo e a lidar com ela num estilo forte em vez de complexo.”

“Nada mais de estou com medo”: diga NÃO para o que te faz mal.

Lição do Dia: dizendo não para as pessoas que roubam a minha energia.

Pendências: alguém viu a manada de elefantes que passou por aqui?

Leia o Conto Vasalisa completo: http://querocorrercomoslobos.blogspot.com/p/vasalisa.html

Escreva para a Vero: eueoslobos@gmail.com

Um comentário:

Petit Gabi disse...

Oi!
Concordo em tudo na lista de pessoas que roubam energias. Para mim é a mesma coisa.
Foi legal ler esse texto, vou começar a me atentar mais para o que me deixa pra baixo.
Ah, amanhã tem texto novo no Só Vim pra Escrever. Passa por lá.
Beijos!