sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Dia 18 – Qual é o seu verdadeiro nome?

Capítulo 4 – O parceiro: união com o outro

Conto: Um hino para o homem selvagem: Manawee.
(Link para a história completa no menu à direita)

O poder do nome

“No terreno da adivinhação dos nomes, dizer o nome de uma pessoa representa fazer um desejo por elas ou abençoá-las cada vez que seu nome é pronunciado. Identificamos esses dois temperamentos em nós mesmas a fim de nos vincularmos a eles. Quando nomeamos, descobrimos significados pessoais e ocultos bem como a beleza selvagem de ser mulher, não importando as personalidades dos aspectos opostos. Essa identificação e esse vínculo são chamados, em termos humanos, de amor a si mesmo. Quando ele ocorre entre dois indivíduos, é chamado de amor pelo outro.”

A primeira vez que ouvi falar de numerologia fiquei impressionada: como algo tão profundo como a minha missão de vida pode ter sido definido pelo nome que meus pais escolheram para mim? Minha mãe sempre conta que estava com dois nomes fixos na cabeça durante a minha gestação, e no último mês optou por um deles. Teria sido eu uma pessoa diferente se tivesse outro nome?

Uma vez fui numa taróloga que achou graça dessas minhas perguntas. Ela me explicou que um nome nada mais é do que uma energia invocada quando pronunciado. O que você vai fazer com essa energia e o quanto desse poder vai tomar para si mesma, é escolha minha.

Em muitas religiões pagãs os nomes das divindades são usados para invocar a energia representada por determinado deus. No catolicismo os nomes dos santos são ditos em voz alta nas orações. Batismo tanto significa a entrada numa religião, grupo ou comunidade, como a ação de dar um nome para alguém.

Muitas correntes atuais de auto-ajuda nos ensinam que vocalizar um desejo ou uma vontade é essencial para que acreditemos na sua realização. E é esse acreditar que vai trazer uma mudança em nosso comportamento, e nos levar até os nossos objetivos.

Tenho alguns amigos Hare Krishnas que me explicaram porque os devotos mudam de nome ao entrarem na religião: eles escolhem o nome que vai representar sua nova jornada de vida, sua missão, as características que querem fortalecer, e as que querem modificar. É um ritual de passagem extremamente poderoso. Achei incrível!

Quando escrevi no post anterior sobre a persona que é a representação mais pura da nossa essência selvagem, não havia pensado que o nome dela é tão importante quanto as suas características.

Minha maior dificuldade hoje é controlar a minha agressividade. É uma característica inata da minha personalidade. É como se eu estivesse sempre ligada no modus operanti “pronta para a guerra”! Só que é uma agressividade do bem, porque até hoje as maiores brigas que eu comprei foi para defender os outros. Para vocês terem idéia do quanto isso é sério, uma vez quase fui presa por desacato à autoridade por ter berrado com um policial militar que estava recebendo propina para liberar um bêbado. Esse imbecil, bom os dois eram imbecis, mas o imbecil bêbado, quase atropelou um pedestre e, tentando fugir, bateu em mais 2 carros que estavam estacionados na rua. A fúria que tomou conta de mim naquele momento foi absurda, eu nem parecia eu mesma: fui absolutamente tomada pelo meu lado selvagem. Os amigos que estavam ao meu redor, paralisados, não sabiam o que fazer e começaram a me arrastar à força para longe do policial antes que eu recebesse ordem de prisão. Resultado: o escândalo que eu fiz foi tão grande, que o policial não conseguiu receber a propina e o cara foi escoltado até o Hospital das Clínicas para fazer um exame de sangue, já que ele havia se recusado a fazer o do bafômetro.

Ah, se eu conseguisse reunir toda essa energia nas coisas que eu preciso mudar na minha vida!

Depois de ler o trecho de hoje vi como também é importante darmos um nome para nossa persona. Nosso self civilizado já tem um nome, nossos pais escolheram. Agora precisamos batizar nosso self selvagem com um nome que nos represente, um nome que possa ser invocado quando precisarmos que a Mulher Selvagem dentro de nós assuma o controle da situação.

Minha persona era uma vingadora do tipo que se vê em HQs. Ela tinha essa personalidade porque conseguia transformar sua raiva em boas ações. Era isso que eu via como um potencial dentro de mim: focalizar essa minha atitude briguenta em coisas mais concretas, como por exemplo, uma causa política ou um projeto social. E esse meu lado selvagem precisa de um nome à sua altura!

Então, agora eu pergunto para vocês: qual é o seu verdadeiro nome?


Lição do Dia: batizando meu self selvagem para me vincular intimamente a ele.

Pendências: alguém sabe de um bom livro de dieta vegetariana ou macrobiótica para me indicar?

Leia o Conto Manawee completo: http://querocorrercomoslobos.blogspot.com/p/manawee.html 

Escreva para a Vero: eueoslobos@gmail.com

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