sábado, 30 de outubro de 2010

Dia 36 – Você está escolhendo certo?

Capítulo 6 – A procura da nossa turma: A sensação da integração como uma bênção

Conto: O patinho feio

As más companhias


“O patinho feio vai de um lado a outro à procura de um lugar onde possa repousar. Apesar de não estar plenamente desenvolvido seu instinto para detectar exatamente onde ir, o instinto de vaguear até encontrar o que ele precisa está em perfeito funcionamento. No entanto, ocorre às vezes uma espécie de patologia na síndrome do patinho feio. Continuamos batendo nas portas erradas mesmo depois de más experiências. É difícil imaginar como se poderia esperar que uma pessoa soubesse quais portas são as certas se ela, para começar, nunca chegou a saber o que é uma porta certa. No entanto, as portas erradas são aquelas que fazem com que voltemos a nos sentir proscritos.”

Já escutaram a frase ‘ah, mas eu tenho um dedo podre para homem mesmo’? Pois é. Eu concordo! Embora não chamasse de dedo pobre, porque quem escolhe nossos parceiros somos nós mesmas. Eu diria ‘sim amiga, você escolhe o parceiro errado mesmo’. Tenho alguns casos de amigas próximas para ilustrar:

Amiga 1: começou com o professor da faculdade. Ele não sabia que ela existia. A paixão durou quase 1 ano. Depois veio a se apaixonar pelo terapeuta (sim, o psicólogo dela) que estava noivo de outra mulher. Ele casou, e ela ainda manteve a paixão platônica por mais 2 anos. Em seguida veio o cara com que ela transou pela primeira vez. Eles saíram umas 3 vezes, ele sumiu, e ela esperou por ele por mais 3 anos. Ainda procura pelo príncipe encantado.

Amiga 2: não tinha um tipo específico de cara, transava com qualquer ser com cromosso Y que atravessasse o seu caminho, e tinha orgulho disso. Uma década depois descobre que está carente e resolve arrumar um namorado: 2 caras muito mais novos do que ela, 2 homens gays, e um cafajeste. Finalmente achou um indivíduo digno está feliz da vida. Ok, ele mente um pouco e desaparece sem dar explicações por semanas. Mas puxa, ele pelo menos topou.

Amiga 3: era a amiga mais cotada para casar cedo. Tinha vários pretendentes e um padrão de qualidade inatingível.  Dispensou cada pretendente que apareceu sem nem se dar ao luxo de um primeiro encontro. Ficou sozinha e hoje só sai com caras que digam literalmente que não querem nada sério. Não acredita mais no amor.

Amiga 4: ela sempre preferiu os caras mais novos. Até aí é um gosto pessoal. Sempre dizia que seu lado maternal falava mais alto, e que ela gosta de cuidar dos namorados. Certo. Teve uns 8 namoros na vida, em todos foi ela quem terminou a relação, sempre alegando que o pobre coitado era pouco homem para ela. Sempre surgiam homens interessantes pelo meio do caminho, mas ela recusava, dizia que se sentia intimidade perto de um cara com a vida feita. Ela está entrando na menopausa e desesperada para ter filhos.

Lembrete: resolvi não comentar casos de homens agressivos, violentos, alcoólatras, usuários de drogas, suicidas e maníacos.

“Essa reação ao isolamento é a do tipo ‘procura do amor em todos os lugares errados’. Quando a mulher se volta para um comportamento repetitivamente compulsivo — reencenando um comportamento frustrante, que provoca a decadência em vez de uma vitalidade permanente — com o objetivo de abrandar seu isolamento, ela na realidade está causando mal ainda maior porque a ferida original não está sendo tratada e a cada incursão ela ganha novas feridas.”

“Essa atitude se assemelha à de pingar algum remedinho no nariz quando se tem um talho aberto no braço. Mulheres diferentes escolhem tipos diferentes de "remédio errado". Algumas optam pelo que é obviamente inadequado, como as más companhias, os excessos nos prazeres que são prejudiciais e destrutivos da alma, e tudo que primeiro a incentiva e a coloca lá no alto para depois atirá-la pelo chão.”

Todas as mulheres que citei são extremamente bonitas, inteligentíssimas, bem sucedidas, com grandes carreiras e famílias estruturadas. E então eu me pergunto: como elas agüentam mais dor? Porque todos nós chegamos num ponto que a dor é insuportável, e damos um basta para mudar a situação. Mas me lembro depois que essas mesmas mulheres são as tem o poder da negação encarnados em seus corpos. Elas negam tudo de ruim que acontece na vida delas.

‘Ele me traiu, mas era perfeito!’, ‘Ele não sente mais nada por mim, logo é um cafajeste’, ‘Tudo seria perfeito se aquela vadia não tivesse dado em cima dele’, ‘Eu tenho todos os homens que eu quero, porque preciso dele?’, ‘Ah, fulano? Nem me lembro mais dele’ ou ‘Aquele relacionamento que passei meses chorando? Como eu era uma boba, nem doeu tanto assim!’. Ou, escuto coisas piores: ‘Nenhum homem presta!’, ‘Todos os homens são infiéis!’, “Estou sendo punida pelo universo!’, ‘Minha vida amorosa é amaldiçoada!’.

Essas amigas repetem frases derivadas dessas há anos! Algumas que conheço há mais tempo, há décadas! Querida, a única coisa que eu vejo em comum entre todos os caras da sua vida é terem sido seus namorados! Logo, não existe nenhum problema com o cromossomo Y, o problema só pode estar em você.

Porque você escolhe os parceiros errados para se relacionar?

“Existem diversas soluções para essas más escolhas. Se a mulher conseguisse parar para examinar seu próprio coração, ela veria nele uma necessidade de que suas habilidades, seus dons e suas limitações fossem respeitosamente reconhecidos e aceitos. Portanto, para começar a cura, pare de se iludir com a idéia de que um pequeno paliativo irá consertar uma perna quebrada. Seja franco frente às suas feridas, e assim terá uma imagem correta do remédio necessário. Não jogue no vazio o que for mais fácil ou estiver mais disponível. Faça questão do medicamento adequado. Você o reconhecerá porque ele irá fortalecer sua vida, em vez de enfraquecê-la.”


Lição do Dia: voltando a pensar nas minhas amizades e identificando as frutas podres no meio do cesto.

Pendências: as tarefas ‘acordar mais cedo’ e ‘comer melhor’ foram concluídas com sucesso! Adiciono na minha lista as novas mudanças de hábito: ‘aprender a cozinhar’ e ‘cuidar da saúde’ (marcar o início dos tratamentos).

Escreva para a Vero: eueoslobos@gmail.com

2 comentários:

Amélie Poulain disse...

Oi Vero!!
Estou realmente no momento de repensar e perceber quais foram minhas escolhas.
Digo que estou fechada para balanço...
Mas mesmo sem comentar muito, estou sempre por aqui, aprendendo com vc!!

Obrigada por tudo!!!!!

Beijos!

Verônica disse...

Olá Amélie!

Que bom que você continua acompanhando o blog. Volte a escrever, sinto falta dos seus textos!

Beijos,

Vero.