domingo, 3 de outubro de 2010

Dia 15 – Querido, não perca a chance de ficar calado!

Capítulo 3 – Farejando os fatos: O resgate da intuição como iniciação

Conto: Vasalisa.
(Link para a história completa no menu à direita)

A nona tarefa – Reformular a sombra – Parte II

"São as seguintes as tarefas desse estágio: usar a própria visão aguçada para reconhecer a sombra negativa da nossa própria psique e/ou os aspectos negativos das pessoas e acontecimentos do mundo exterior, bem como para reagir a eles. Reformular as sombras negativas da própria psique com o fogo-da-megera (a perversa família da madrasta, que anteriormente torturava Vasalisa, é reduzida a cinzas)."

Bom, ontem estávamos fazendo o exercício de jogar a luz em cima das nossas próprias sombras. Agora chegou a hora de pegarmos essa luz e começarmos a lançá-las para as pessoas ao nosso redor.

“Existe um outro aspecto nesse esgotamento de energia da família destrutiva. Não podemos manter a conscientização adquirida no encontro com a Deusa Megera e ao transportar a luz incandescente, se conviermos com seres cruéis interna e internamente. Se estivermos cercadas de pessoas que reviram os olhos o olham para o teto demonstrando repulsa quando estamos por perto, quando falamos, agimos e reagimos, isso é um sinal de que estamos com pessoas que abafam as paixões – as nossas e provavelmente as delas também. Não são pessoas que liguem para nós, para nosso trabalho, para a nossa vida.”

Do que adianta cuidarmos das nossas sombras se convivemos com pessoas que nos destroem, que nos limitam, que não nos estimulam? Precisamos nos cercar de pessoas vivas, conscientes, inspiradoras, que alimentam nossas paixões!

Muitas das histórias que recebo diariamente das leitoras desse blog, incluem parceiros e famílias extremamente destrutivas. Eu sei o que é isso, convivi com uma mãe destrutiva durante décadas. Nada estava bom, nada estava certo, eu não fazia nada direito! Ela só abria a boca para me criticar e apontar as minhas falhas “Você precisa fazer isso”, “Você tem que fazer aquilo outro”, “Você precisa dar um jeito na sua vida”, “Com esse emprego você não chega  lugar nenhum” e “Você ganha uma miséria”. O fato de eu respirar já era motivo para crítica, todas claro, destrutivas: as roupas que eu usava, a tatuagem que eu fiz, o corte de cabelo, meus amigos, os namorados, os livros que eu lia!!

Mas aí eu me lembro que ela é minha mãe, fico triste pelas limitações que ela tem e sei que depende apenas de mim conseguir “bloquear” tanta coisa ruim que ela joga em cima de mim. Mas e as pessoas que não temos vínculos tão fortes? E as pessoas que escolhemos conscientemente para estar ao nosso lado? Talvez por eu estar tão acostumada a ter alguém assim dentro de casa, eu achava normal que ‘amigos’ fizessem isso também. Aceitava tudo: invasões da minha privacidade, críticas destrutivas, comentários venenosos. Minha vida era pública para as pessoas, e qualquer uma se sentia no direito de opinar e julgar.

“Outra maneira de reforçar o vínculo com a intuição consiste em não permitir que ninguém reprima nossas energias de vida... ou seja, nossas opiniões, pensamentos, idéias, valores, conceitos morais, nosso ideais. Devemos, por isso, permitir que nossos ciclos inatos, não uma pessoa externa a nós mesmas, determinem as curvas de ascensão e de mergulho em nossa vida.”

Sabe aquele amigo que a cada 5 minutos de conversa fala “Posso dar um conselho? Vou falar o que eu acho sobre isso...”? Existem grandes chances de você estar apenas desabafando, e não ter perguntado a opinião dele muito menos ter pedido por críticas. Um amigo que faz isso tem grandes chances de perder a oportunidade de ficar calado. Se você não consegue evitar que seus amigos e familiares tentem interferir na sua vida, já é um bom início começar a escolher o que você vai compartilhar e com quem decide compartilhar. É um processo difícil e eu ainda estou engatinhando. Não seja subjugada pelas opiniões alheias.

“Ter um companheiro e amigos que a considerem um verdadeiro ser que vive e respira, que é humano mas também composto de elementos delicados, úmidos e mágicos... um companheiro e amigos que apóiem a criatura que existe em você... são essas as pessoas por quem você está procurando. Elas serão amigas da sua alma pela vida afora. A escolha criteriosa de amigos e companheiros, para não falar de mestres, é de importância crítica para continuar consciente, para continuar intuitiva.”

Precisamos criar uma rede de suporte ao nosso redor que contenha pessoas que amamos, mas que também nos amem. Pessoas que invistam nas nossas paixões, que estimulem nossas idéias, e que gritem “Você está no caminho certo, continue!” quando estivermos desistindo. Principalmente quando se trata de um vínculo amoroso, pois é a pessoa com quem mais vamos compartilhar nossa vida e nossa intimidade!

Essa etapa do nosso desenvolvimento também pede que joguemos uma luz nos nossos verdadeiros desejos. “A forma de manter nosso vínculo com o lado selvagem consiste em nos perguntarmos exatamente o que desejamos.”

O que você deseja? É algo que vem de dentro de você, algo pelo que sua alma pede? Ou é algo que lhe pareceu apetitoso dentre as escolhas possíveis que te deram? Lembram quando eu escrevi sobre a minha sensação de que nós estamos construindo nossa vida dentro de modelos pré-estabelecidos, e que ninguém nos disse que podíamos criar um modelo só nosso? É isso.

“Existe aos nosso redor um universo que acena constantemente,q eu se insinua nas nossas vidas, despertando e cirando o apetite onde antes havia pouco ou nenhum. Nesse tipo de escolha, optamos por algo só porque aconteceu de ele estar debaixo do nosso nariz naquele exato momento. Não é necessariamente o que queremos, mas é interessante; e, quanto mais examinamos, mais irresistível ele nos parece.”

O livro aconselha você fazer uma série de perguntas para si mesma, não importa qual seja a questão envolvida:
- Estou com fome de quê?
- Do que sinto falta? O que desejo agora?
- Anseio por ter o quê? Estou morrendo de vontade do quê?
- Nossa vida está oferecendo o que eu quero?

“Na maioria dos casos, provavelmente não. Teremos de ir à sua procura por algum tempo, às vezes por muito tempo. No final, porém, iremos encontrar o que procuramos e ficaremos felizes por termos feito sondagens acerca dos nossos anseios mais profundos”.


Lição do Dia: observando com a minha intuição cada um dos meus vínculos, protegendo meu espaço das críticas externas e procurando pelos desejos da minha alma.

Pendências: gostaria de agradecer os conselhos que as leitoras me deram sobre o probleminha com o amigo V. Gostaria de compartilhar que após uma boa conversa concordamos em fazer um tempo de experiência colocando a sua namorada na minha vida e que, após isso, tentaremos resgatar nosso vínculo como ele era: apenas nós dois.

Leia o Conto Vasalisa completo: http://querocorrercomoslobos.blogspot.com/p/vasalisa.html

Escreva para a Vero: eueoslobos@gmail.com

Nenhum comentário: