quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Dia 17 – O quanto me tornei civilizada?

Capítulo 4 – O parceiro: união com o outro

Conto: Um hino para o homem selvagem: Manawee.
(Link para a história completa no menu à direita)

A força de ser dois

“Embora cada lado da natureza da mulher represente uma entidade separada, com funções diferentes e capacidade de discernimento, eles devem, à semelhança do cérebro com seu corpus callosum, ter um conhecimento ou uma tradução um do outro e, portanto, funcionar como um todo. Se a mulher esconde um dos lados ou privilegia um dos lados em demasia, ela tem uma vida desequilibrada que não lhe permite acesso ao seu pleno poder. Isso não é bom. É necessário desenvolver os dois lados.”

Fiz um exercício muito bom uma vez num curso de Filosofia que eu freqüentei. O professor pediu que criássemos uma persona, um personagem com vida própria, que fosse exatamente o que a gente sempre sonhou em ser e que representasse o pleno potencial que temos dentro de nós.

Começamos nos pequenos detalhes: como se comportava, que assuntos gostava, quais as qualidade, os defeitos, as frases mais usadas, como reagia diante das situações?

Depois escrevíamos suas características: gostos, hobbies, livros, formações acadêmicas, trabalhos, medos, traumas, amores, relacionamentos, sonhos, vocação.

A parte final era o mundo exterior: como era sua vida social? Como era vista pelos parentes? Pelos amigos? Pelo chefe? Pelos amigos?

Quando acabamos o exercício o professor pediu que respondêssemos as mesmas perguntas à nosso respeito. Como éramos vistos pelo mundo, pelas pessoas? O que achávamos que passava pela cabeça das pessoas que nos conheciam pela primeira vez? Qual era a primeira impressão que passávamos? Quais características as pessoas percebiam em nós? Defeitos? Qualidades? Nesse momento a sala de aula começou a entrar em depressão...

O professor parou e perguntou: “Qual desses perfis mais tem haver com o que vocês são?”. O da persona, respondemos todos. E ele “se vocês são mais parecidos com o personagem, porque é que vocês são vistos diferentemente?” E logo respondeu: “Porque desde pequenos vocês aprenderam a usar uma máscara civilizada e aceita pelo mundo. Porque na verdade o personagem fictício é o que vocês são em essência, o que os outros percebem é aquele que vocês criaram. Essa máscara que vocês estão usando agora não serve mais, serve? Porque vocês continuam usando uma máscara que não representa vocês e que é desconfortável?”

Durante todos esses anos eu sem querer criei um personagem para me representar no mundo exterior. Claro, ele é uma parte de mim, mas apenas a parte que os outros já conhecem e que é mais confortável mostrar. Mas ele ainda tem haver comigo? Em grande parte não.

As roupas que uso, a minha maquiagem, meu corte de cabelo, me representam como eu sou por dentro? Os lugares que freqüento, os amigos que tenho, as opiniões que publico, os assuntos que converso, mostram a mulher que eu sei que sou? Em grande parte não.

Então como vamos atrair um cara que se parece com a gente, se exteriormente não parecemos nem com nós mesmas?

Essa parte do livro chama para que a gente comece, agora, o processo de achar um ponto em comum entre essas duas facetas nossas: o objetivo é reunir essa duas partes e nos tornar uma só mulher: a selvagem e a civilizada. Juntas!

“Da mesma forma, a mulher tem enormes poderes quando os aspectos duais individuais são reconhecidos conscientemente e considerados como uma unidade; mantidos unidos em vez de separados. O poder de ser dois é muito forte, e nenhum dos dois lados deve ser negligenciado. Eles precisam ser alimentados da mesma forma, pois juntos proporcionam ao indivíduo um poder excepcional.”

“Sozinho, o self mais civilizado vive bem... mas sente uma certa solidão. Sozinho, o self selvagem também vive bem, mas anseia pelo relacionamento com o outro. A perda dos poderes psicológicos, emocionais e espirituais das mulheres tem como origem a separação dessas duas naturezas e a simulação de que uma delas não mais existe.”

E os relacionamentos no meio de tudo isso? Só quando conseguirmos atingir esse equilíbrio é que vamos atrair o tipo certo de parceiro, aquele que ama a Mulher Selvagem tanto quando ama a mulher civilizada, porque as duas juntas são os elementos que nos define.


Lição do Dia: recriando meu self civilizado em parceria com meu self selvagem.

Pendências: marquei algumas aulas de culinária para mim. Pelo visto a forma mais barata de cuidar da minha alimentação é encarar meu maior medo: o fogão!

Leia o Conto Manawee completo: http://querocorrercomoslobos.blogspot.com/p/manawee.html 

Escreva para a Vero: eueoslobos@gmail.com

2 comentários:

Amélie Poulain disse...

Engraçado isso...eu criei uma persona p/ mim, lá no blog. A Luiza. Ela tem a força, a decisão, a imponência, a garra, o pulso firme, a energia... enfim, tudo q eu achava que não tinha. Ai me dei conta q tenho sim, só q não manifesto, exatamente por ter criado um personagem bonzinho, bonitinho, certinho, p/ minha vida real. Agora, depois de ler isso aqui, começo a pensar qual deles realmente terá os 365 dias de vida que dei para Luiza...

Obrigada!!

Beijos!

Verônica disse...

Querida: acabei de postar um texto sobre a força nos nomes! Dê uma lida e me diga o que você achou, ok?

Beijos,

Vero.