sábado, 13 de novembro de 2010

Dia 50 – Não caia em tentação

Capítulo 8 – A preservação do Self: A identificação de armadilhas, arapucas e iscas envenenadas

Conto: Os Sapatinhos Vermelhos
(Link para a história completa no menu à direita)

A perda brutal nos contos de fadas

“A verdade psicológica na história dos sapatinhos vermelhos é a de que a vida expressiva da mulher pode ser sondada, ameaçada, roubada ou seduzida a não ser que ela se mantenha fiel à sua alegria básica e ao seu valor selvagem, ou que os resgate. A história chama a nossa atenção para armadilhas e venenos com os quais nos envolvemos com excessiva facilidade quando estamos sem a proteção da alma selvagem. Sem uma firme participação da natureza selvagem, a mulher definha e cai numa obsessão pelo que a faça se sentir melhor, pelo que a deixe em paz e por qualquer um que a ame, pelo amor de Deus.”

Quando estamos desequilibradas acabamos tendo um déficit de energia. Estamos buscando por algo que não encontramos e damos voltas e voltas atrás daquilo que vai nos dar a satisfação que temos falta. Depois de muito tempo sem se sentir plena, é normal que fiquemos tão obcecadas por encontrar algo, uma tábua de salvação, uma luz no fim do túnel, que nos jogamos de cabeça em qualquer buraco que se assemelhe a uma saída.

Eu já vi as mais variadas válvulas de escape. Já vi mulheres casando com o primeiro sujeito que esteja disposto porque enfiaram na cabeça que um casamento era o que elas precisavam. Já vi mulheres abandonando a sua vida para viver em função do trabalho, porque aquele status de bem sucedida parecia ser a única coisa boa que restou. Já vi mulheres decidindo ter filhos apenas para tapar o buraco de suas almas. Já vi mulheres resolvendo que sair todos os dias e se jogar na balada, assaltara geladeira repetidamente ou estourar o limite do cartão de crédito iria trazer o tão esperado prazer. Fora os exemplos de ir para a cama com um fulano de caráter duvidoso, beber até cair e usar drogas. Todas essas pequenas e grandes obsessões mostram um desespero absurdo em receber uma dose de prazer, qualquer que seja ela.

“Quando está esfaimada, a mulher aceita qualquer substituto que lhe seja oferecido, incluindo-se aqueles que, como os placebos, não fazem absolutamente nada por ela e os que são destrutivos e perigosos, que a fazem gastar seu tempo e seu talento de modo revoltante ou que expõem sua vida a perigos físicos. Trata-se de uma fome da alma que leva a mulher a optar por aquilo que a fará sair dançando descontrolada — e a levará também perto demais da porta do carrasco.”

O mais bacana desse conto é que ele nos dá uma lição valiosa do que fazerem situações desse tipo: não caia em tentação! A chance de você se enroscar ainda mais e de tomar caminhos errados é bem maior quando não está em condições de se proteger. Antes de decidir entrar de cabeça em algo que parece uma solução milagrosa, um presente dos céus ou um prazer rápido e garantido, pare! Você está extremamente frágil e vulnerável. É mais provável que se machuque do que consiga achar a saída. Volto para dentro de você e primeiro e antes de mais nada se recupere. Volte a se ligar com seu lado selvagem, afie seu instinto, escute os verdadeiros desejos da sua alma, e aprenda: aprenda com os erros do passado, aprenda com a experiência de quem estiver ao seu lado, aprenda com os contos de fadas.

Se você estiver se sentindo desequilibrada, primeiro se prepare para enfrentar o mundo exterior, depois saia para ele.

“’Os sapatinhos vermelhos’ nos mostra como tem início uma deterioração e o estado a que chegamos se não tomamos qualquer iniciativa em defesa da nossa própria natureza selvagem. Que não reste dúvida, quando a mulher se esforça por intervir e combater seus próprios demônios, quaisquer que sejam eles, essa é uma guerra das mais valiosas, tanto em termos arquetípicos quanto nos da realidade consensual. Muito embora ela possa, como ocorre na história, chegar ao fundo do poço em decorrência da fome, do cativeiro, do instinto prejudicado, de escolhas destrutivas e de todo o resto, lembrem-se de que no fundo é onde ficam as raízes vivas da psique. É ali que estão os alicerces selvagens da mulher. No fundo está o melhor solo para semear e ver crescer algo de novo. Nesse sentido, chegar ao fundo do poço, embora extremamente doloroso, é chegar ao terreno de semeadura.”


Lição do Dia: usando todo o meu auto-controle para não optar pelos caminhos mais sedutores que me afastarão dos meu verdadeiros desejos.

Pendências: começando a economizar para as despesas de final de ano.

Leia o conto Os Sapatinhos Vermelhos completo: http://querocorrercomoslobos.blogspot.com/p/os-sapatinhos-vermelhos.html  

Escreva para a Vero: eueoslobos@gmail.com

2 comentários:

Van disse...

Esse blog é demais. Leve e consistente ao mesmo tempo.
Incluído na leitura diária!

Verônica disse...

Olá Van,

Obrigada!

Espero te ver mais vezes por aqui!

Beijos,

Vero.