Capítulo 6 – A procura da nossa turma: A sensação da integração como uma bênção
Conto: O patinho feio
(Link para a história completa no menu à direita)
A lembrança e a persistência não importa o que aconteça
“Todas nós temos um anseio que sentimos pela nossa própria turma, nossa turma selvagem. Vocês devem se lembrar de que o patinho fugiu depois de ser impiedosamente torturado. Em seguida, teve uma altercação com um bando de gansos e quase foi morto pelos caçadores. Foi expulso de um quintal e da casa de um lavrador e, finalmente, exausto, caiu tremendo às margens do lago. Não há mulher que não conheça essa sensação. E no entanto, é exatamente esse anseio que nos leva a insistir, a continuar, a prosseguir com esperança.”
Persistência: ato daquele que é persistente, aquele que não desiste de seus objetivos. Mais do que isso: ser persistente é continuar tentando apesar do medo, é continuar lutando apesar dos repetidos fracassos. É continuar encarando a realidade mesmo que cruel.
“É interessante salientar que, entre os lobos, não importa o quanto esteja doente, não importa o quanto esteja acuada, o quanto esteja só ou enfraquecida, a loba persiste. Ela corre mesmo com a perna quebrada. Ela se aproxima dos outros à pró- a cura da proteção da matilha. Ela se esforça ao máximo para superar na espera, na astúcia, na velocidade ou na duração da vida aquilo que a esteja atormentando. Ela dedicará todas as suas forças a respirar bem. Ela se arrastará, se necessário, igual ao patinho, de um lugar para o outro até encontrar o lugar certo, um lugar benéfico, em que possa se recuperar.”
Toda vez que eu penso em coragem, em determinação e em persistência, eu me lembro dos heróis. Não os super-heróis modernos com super poderes que lutam contra o mal. Mas os heróis da literatura clássica, os heróis que passaram por provações gigantescas e as superaram, às vezes levando uma vida inteira para tal. O que eu sempre me lembro quando penso em heróis são as merdas que aconteceram na vida deles. Porque os heróis só surgem se a situação que estão vivendo for adversa. Não surgem heróis no meio do conforto e do prazer.
Eu sempre levei muito a sério essa história de tentar ser um modelo para os outros. Porque queria poder ajudar um amigo num momento difícil e falar ‘Olha já estive nessa situação, se você seguir meu conselho tudo vai ficar bem’. Mas nunca consegui. Primeiro porque as situações que eu vivi são muito minhas, e por mais semelhantes que sejam com outras, nunca surgem delas conselhos que possam ser usados por outras pessoas. Segundo, porque a minha experiência é mais um acúmulo de erros do que de acertos e não é como se eu fosse aconselhar alguém a errar também por causa disso.
Há pouco tempo atrás escutei de uma amiga que ela finalmente descobriu qual era o seu objetivo de vida: ser a heroína de sua própria história. Escutar isso de uma amiga tão próxima, e que passou os últimos anos lidando com uma depressão, me deu muito o que pensar. Porque é fácil para a gente usar outras pessoas modelo, e é até relativamente fácil sermos usadas como modelo por outras pessoas. Mas quantas vezes nós já tentamos usarmos nós mesmas como modelo para a nossa vida?
Embora eu tenha minhas reservas quando se trata de livros de auto-ajuda, principalmente os envolvidos com religião, confesso que é possível encontrar muita coisa boa no meio de muita enrolação. É o caso de Augusto Cury, que em seu livro ’12 semanas para mudar de vida’ descreve 10 princípios importantes para Ser Autor da sua História. Segundo ele, ser o autor da sua própria história é ser:
1 - Capaz de reconhecer a grandeza da vida e da história fascinante que cada ser humano possui inscrita em sua memória.
2 - Capaz de construir e seguir metas claras. Não ter uma vida sem direção.
3 - Capaz de fazer escolhas para atingir suas metas. Ter consciência de que toda escolha implica em perdas e não apenas em ganhos.
4 - Capaz de tomar decisões e corrigir rotas sociais, profissionais e afetivas.
5 - Capaz de reconhecer seus limites, falhas, atitudes incoerentes. Reconhecer suas doenças psíquicas. Ter consciência de que o pior doente é aquele que nega a sua doença.
6 - Capaz de não desistir da vida, mesmo diante das perdas, dificuldades, decepções. Acreditar sempre na vida.
7 - Capaz de ser transparente. Não se esconder atrás do sorriso maquiado, posição social, conta bancária.
8 - Capaz de ter domínio próprio. Não ser controlado pelo ambiente, circunstâncias e conflitos internos.
9 - Capaz de liderar a si mesmo, antes de liderar o mundo de fora.
10 - Capaz de treinar sua inteligência para viver todas as leis da qualidade de vida deste programa. Quem vive essas leis conquista todas as demais características.
E se formos voltar ao início do post, concluo que para tudo isso é necessário ter, também, uma bela dose de persistência, determinação e coragem. O quanto de persistência precisamos em nossa vida? O necessário para que nos tornemos heroínas de nossa própria história.
“A principal característica da natureza selvagem é a persistência. A perseverança. Isso não é algo que se faça. É algo que se é, em termos naturais e inatos. Quando não temos condição de vicejar, seguimos adiante até podermos voltar a vicejar. Seja o nosso isolamento originado de um afastamento da nossa vida criativa, seja uma cultura ou uma religião que nos rejeitou, seja um exílio da família, um banimento de um grupo, seja a imposição de sanções aos nossos movimentos, pensamentos e sentimentos, a vida selvagem profunda continua, e nós persistimos. (...) Todas as mulheres têm isso em comum: a Mulher Selvagem, a alma selvagem. Todas elas continuam a tatear em busca do selvagem e a segui-lo.”
“O patinho é levado a arriscar a vida por um fio. Ele já se sentiu só, frio, congelado, acuado, perseguido. Já atiraram nele, já desistiram dele. Ele já se sentiu desnutrido, longe, fora de todos os limites, no limiar entre a vida e a morte, e sem saber o que iria acontecer depois. Nessa hora vem a parte mais importante da história: chega a primavera, começa a vida nova, uma reviravolta, uma nova oportunidade de tentar. O mais importante é esperar, agüentar esperando pela nossa vida criativa, pela nossa solidão, pelo nosso tempo de ser e de fazer, Pela nossa própria vida. Esperemos, pois a promessa da natureza selvagem é a seguinte: depois do inverno, sempre vem a Primavera.”
Lição do Dia: me inspirando nos heróis clássicos para seguir com mais persistência.
Pendências: com o corpo ok, é hora de uma visita ao dentista.
Leia o conto O Patinho Feio completo: http://querocorrercomoslobos.blogspot.com/p/o-patinho-feio.html
Escreva para a Vero: eueoslobos@gmail.com
2 comentários:
Vero,
Estava com saudades dos textos!!
bjinhos
Olá Daniii!
Desculpe a ausência, mas já etsou de volta!
Beijos,
Vero.
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