Capítulo 8 – A preservação do Self: A identificação de armadilhas, arapucas e iscas envenenadas
Conto: Os Sapatinhos Vermelhos
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Os sapatinhos vermelhos feitos à mão
“Na história, sabemos que a menina perde os sapatos vermelhos criados por ela mesma, aqueles que a faziam se sentir rica ao seu próprio modo. Ela era pobre, porém criativa. Estava encontrando seu jeito de ser. Havia passado da condição de não ter sapato nenhum à de ter sapatos que lhe proporcionavam um sentido de força espiritual apesar das dificuldades da sua vida concreta. Os sapatinhos feitos à mão são símbolos da sua ascensão de uma existência psíquica insignificante para uma vida emotiva projetada por ela mesma. Seus sapatos representam um passo enorme e literal no sentido da integração da sua engenhosa natureza feminina na rotina do seu dia-a-dia. Não importa que sua vida seja imperfeita. Ela tem sua alegria. Ela irá evoluir.”
Eu acho que existe uma grande falha na educação e criação das últimas gerações. Os tempos mudaram. Absolutamente. Antigamente as regras sociais eram extremamente rígidas, as pessoas tinham pouca liberdade de escolha. Aceitando as regras da sua classe social automaticamente você aceitava as regras para um bom casamento, para vida profissional, e nada disso saia muito do planejado.
Já hoje nossas vidas são pautadas nas nossas escolhas. Podemos ser o que quisermos, escolher a profissão que mais nos identificamos, podemos escolher que cidade e que país morar, com quem vamos nos relacionar, que hobbies e amigos vamos ter, se queremos ter filhos ou não. Mas embora todo o contexto onde construímos nossas vidas tenha mudado, pouquíssimo mudou na nossa educação. Os pais deixam que a escola forme seus filhos como indivíduos, e tomam para si as rédeas da ‘criação’ baseada em proibições, em punições e, em famílias mais modernas, conversas constrangedoras sobre sexo e drogas.
Eu vivo dizendo que junto com um pediatra uma criança desde que nasce deveria ser acompanhada também por um psicólogo. Porque a terapia é um dos poucos momentos na vida onde podemos nos voltar para dentro de nós, e esquecer o mundo lá fora. Num mundo onde toda a sua vida é construída baseada nas suas decisões as pessoas deveriam ser educadas para saber fazer boas escolhas.
E o que são boas escolhas?
A sociedade nos ensina que boas escolhas são aquelas que trazem estabilidade financeira, ascensão e status social, e admiração por parte dos nossos familiares e amigos. Pouco é dito sobre escutar o que sua alma verdadeiramente quer. Existem milhares de profissionais voltados para ajudar adolescentes escolherem uma carreira, mas quantas famílias se preocupam em ajudar seus filhos a escutaram os desejos de seu espírito?
Boas escolhas são aquelas coerentes com os nossos desejos. Desejos que sentimos uma força vinda da alma para serem realizados. Desejos que equivalem à realização de um sonho, que sabemos que vão trazer satisfação e felicidade.
“Uau! É incrível. É o tipo de emoção que a mulher sente ao descobrir que está grávida quando é isso o que deseja. É o tipo de alegria que a mulher sente quando vê as pessoas que ama se divertindo. É aquela alegria que ela sente quando realizou alguma coisa na qual insistiu muito, que envolveu sentimentos fortes, algo que a fez se arriscar, algo que a fez se esforçar e se superar para conseguir — talvez com elegância, talvez não, mas com sucesso. Criou aquele algo, aquele alguém, a arte, a luta, o momento: sua vida. Esse é o estado de ser natal e instintivo da mulher. A Mulher Selvagem transparece nesse tipo de alegria. Situações comoventes dessa natureza convocam a Mulher Selvagem pessoalmente.”
Escolhas que não vão nos levar a sentir esse tipo de alegria não são boas escolhas. Para fazermos boas escolhas nos precisamos ter muita certeza de quem somos, no que acreditamos e o que queremos.
“Essa versão da história tem origem nos frios países do norte nos quais os sapatos são vistos como instrumentos de sobrevivência. Quando os pés são mantidos secos e aquecidos, eles permitem a sobrevivência da pessoa em condições extremas de frio e umidade. Lembro-me de que minha tia me contava que roubar o único par de sapatos de uma pessoa no inverno era um crime equivalente ao assassinato. A natureza apaixonada e criativa da mulher corre o mesmo risco se ela não puder se agarrar às suas fontes de alegria e crescimento. Elas são o seu calor, a sua proteção.”
“O símbolo dos sapatos pode ser interpretado como uma metáfora psicológica. Eles protegem e defendem o que é a nossa base — os nossos pés. No simbolismo dos arquétipos, os pés representam mobilidade e liberdade. Nesse sentido, ter sapatos para cobrir os pés é ter convicção nas nossas crenças e ter os meios necessários para segui-las. Sem sapatos psíquicos, a mulher é incapaz de transpor ambientes subjetivos ou objetivos que exijam perspicácia, bom senso, cautela e firmeza.”
Você está bem calçada?
Lição do Dia: percebendo que eu não estou tão bem calçada como gostaria.
Pendências: pensando em como sair mais rápido das conseqüências de más escolhas.
Leia o conto Os Sapatinhos Vermelhos completo: http://querocorrercomoslobos.blogspot.com/p/os-sapatinhos-vermelhos.html
Escreva para a Vero: eueoslobos@gmail.com
Um comentário:
Concordo, para fazermos boas escolhas precisamos saber quem somos e saber muito bem o que queremos. Pessoas com metas triunfam pq sabem para onde vão.
Beijos Ursula
ursulaferraricoach.wordpress.com
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