Capítulo 5 – A caçada: Quando o coração é um caçador solitário
Conto: A Mulher-esqueleto: Encarando a natureza de vida-morte-vida do amor
As primeiras fases do amor: Desembaraçando o esqueleto
Eu queria pedir desculpas por não ter postado ontem. Não foi por falta de vontade. Diversas vezes comecei o texto e quando estava prestes a publicar, relia e sentia que ainda não estava bom. O grande problema de não ser uma psicóloga é que é difícil para mim conseguir ser neutra o tempo inteiro. Ainda mais com o conto da Mulher-esqueleto, que fala sobre a natureza dos relacionamentos. Eu consigo apenas escrever sobre a minha própria experiência. E nem sempre isso é bom.
Por isso, para o post de hoje eu resolvi pegar emprestado um texto do psicólogo Ailton Amélio do blog http://ailtonamelio.blog.uol.com.br/ que fala sobre as diferentes formas de amar. Isso é importante porque, embora a Clarissa escreva sobre naturezas que existem em todos os relacionamentos, eles começam diferentemente para cada um de nós. Temos que respeitar como cada um ama e por quais características se apaixona. E dentro dessa variedade, estudar e refletir sobre os pontos importantes que relacionamentos em geral têm em comum.
É como o termo ‘bem-sucedido’, que é extremamente relativo. Para algumas mulheres ser bem sucedida significa alcançar um certo cargo, ganhar tal quantia, se relacionar com determinado perfil de homem. Para outras significa viver de acordo com os seus princípios e passar pelo maior número de experiências transformadoras possíveis. Sinceramente, como você vê o sucesso na sua vida é uma decisão pessoal e eu não tenho como julgar o que vai te fazer feliz.
Então, segundo o psicólogo Ailton, temos os seguintes tipos de amor:
“ESTILOS DE AMOR
Estilos Primários:
Estórgico: O amor nasce a partir de uma amizade. Quem tem este tipo de amor não se apaixona à primeira vista. Antes de apaixonar-se deve sentir confiança no parceiro, sentir que compartilha com ele pontos de vista e que está entrosado com ele.
Eros: Dá muita importância para a aparência física do parceiro: geralmente sabe descrever o tipo físico que o agrada. Também é importante sentir atração sexual e sentir certo fascínio pelo parceiro assim que o conhece.
Mania: A fantasia sobre o parceiro pode ser mais importante que a realidade. É vulnerável àqueles parceiros que usam o “tratamento quente frio”: em certos momentos mostram interesse, em outros momentos mostram indiferença (são mais sensíveis ao elemento “insegurança”, apontado por Stendhal como um dos requisitos do apaixonamento).
Estilos Secundários:
Pragma: Sabe citar uma série de características que o parceiro deve possuir, ou seja, usam uma espécie de “lista de compras” na hora de escolher o parceiro. Como é mais racional, raramente “entra de cabeça em um relacionamento” ou deixa-se seduzir por parceiros que não preencham os seus requisitos.
Ludos: É exigente para se envolverem amorosamente. Pode se envolver com vários parceiros simultaneamente. Gosta mais da conquista do que da permanência em um relacionamento.
Ágape: Poder ajudar é um caminho freqüentemente trilhado por quem tem este tipo de amor. Pode se envolver com alguém que está sentindo-se desamparado porque está saindo de outro relacionamento.”
Eu, por exemplo, tenho o estilo Estórgico como primário. Não é à toa que meus relacionamentos começam de amizades e que continuo amiga dos meus ex-namorados. Meu estilo secundário é o Ágape: meu lado maternal sempre acaba inundando o meu relacionamento.
É fácil, quando temos determinado estilo de amar, julgar um estilo diferente do nosso. Cada um sabe o ego que tem e pelo que ele se atrai. Muitas vezes nos sentimos atraídas pelo parceiro pelos desejos do nosso ego: status social, segurança, conforto, luxo, aparências, poder se sentir importante, desafiado, etc. Mas, para entrarmos de cabeça num relacionamento, devemos deixar o ego um pouco de lado, e entrar com os desejos e percepções da alma.
“Três aspectos diferenciam a vida a partir da alma, da vida a partir do ego apenas. Eles são a capacidade de pressentir novos caminhos e de aprendê-los, a tenacidade necessária para atravessar uma fase difícil e a paciência para aprender o amor profundo com o tempo. (...) Portanto, não é a partir do ego inconstante que amamos o outro, mas sim, do fundo da alma selvagem.”
Esse trecho do livro nos mostra a etapa de “Desembaraçar a Mulher-esqueleto”. Essa é uma etapa importantíssima na construção de um relacionamento amoroso. É a etapa seguinte após enfrentarmos o medo de ficar, e decidirmos entrar na relação. É quando sentamos do lado da mulher-esqueleto e começamos a desembaraçar os ossos. É quando aceitamos a força da vida-morte-vida e vamos aprender como ela funciona.
Quais são os ciclos de morte e vida no meu relacionamento? Quais são as fases de escassez e da abundância? Quais são as partes não-belas de nós mesmas que devemos mostrar, e do parceiro que vamos começar a amar? Aonde a Mulher Selvagem entra em contato com o Homem Selvagem?
“Uma pessoa que tenha desembaraçado a Mulher-esqueleto conhece a paciência, sabe esperar melhor. Ela não se choca com a escassez, nem tem medo dela. Não é dominada pela fruição. Suas necessidades de obter, de “conseguir agora mesmo”, são transformadas num talento mais refinado que procura todas as facetas do relacionamento, que observa como funcionam em conjunto os ciclos do relacionamento. Ela não tem medo de se relacionar com a beleza da ferocidade, com a beleza do desconhecido, com a beleza do não-belo. E ao aprender e praticar tudo isso, essa pessoa se torna o perfeito parceiro selvagem.”
Clarissa nos ensina como podemos fazer isso. É simples: basta deixarmos o ego de lado, por um instante que seja, e nos fazermos as seguintes perguntas:
“Ao que eu preciso dar mais morte hoje, para gerar mais vida? O que eu sei que precisa morrer, mas hesito em permitir que isso ocorra? O que precisa morrer em mim para que eu possa amar? Qual é a não-beleza que eu temo? Que utilidade pode ter para mim hoje o poder do não-belo? O que deveria morrer hoje? O que deveria viver? Qual vida tenho medo de dar à luz? Se não for agora, quando?”
Lição do Dia: questionando minha alma sobre as Mortes e as Vidas.
Pendências: organizando minha tabela financeira.
Escreva para a Vero: eueoslobos@gmail.com
3 comentários:
Identificar o que precisa morrer creio que não seja tão dificil quanto nos desapegar disto...
=)
Bom fds!!
BjinhosS
Concordo Daniii, por isso vivo repetindo o mantra da minha terapeuta "só conscientização não muda comportamento!"
Vamos embora agora mudar o que é preciso...
Beijos,
Vero.
o psicólogo que vc cita é o Ailton krenak?
bjs
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